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25 de jun. de 2011

Crônica. Palavras ditas e escritas.

Crônica. Palavras ditas e escritas.
As palavras são as mesmas, mas o significado escrito nem sempre é o mesmo do falado. Na escrita o significado pode ser procurado no dicionário ou o escritor pode explicar o que queria dizer. Dá para fazer uma observação explicando o que foi dito. Quando se fala as palavras são interpretadas por quem houve e essa interpretação depende do tom, das circunstâncias do que é dito e até do grau de amizade entre os interlocutores. Para um estranho temos que falar diferente do que com um amigo ou parente próximo. Com a correta colocação das palavras podemos aproximar ou afastar uma pessoa.

Uma vez escrevi um artigo onde dizia que era mais fácil deixar de fumar do que diminuir o consumo de açúcar. Houve comentários dizendo que eu tinha essa opinião porque não fumava e por isso estava falando besteira. Pude colocar uma observação para explicar o que eu tinha dito. Para deixar de fumar basta tomar a decisão e não mais fumar, já o açúcar está presente em muitos alimentos e nosso organismo ainda pode fabrica-lo a partir de combinações químicas dos produtos consumidos. Por isso o que eu queria dizer sobre ser mais fácil deixar de fumar era no sentido de que uma vez que não se fume a nicotina e outros produtos nocivos não irão mais afetar nosso organismo.

Sobre a palavra dita de forma inconveniente aconteceu uma vez em que eu e um colega fomos visitar um gerente de uma empresa estatal que estava sendo preparada para ser privatizada. Para facilitar a privatização e diminuir a quantidade de funcionários a empresa tinha feito um plano de demissão voluntária. Os empregados que tinham uma boa condição técnica, era uma empresa de telefonia, saíram e com isso a quantidade e qualidade do quadro havia piorado.

Nessa visita o gerente da empresa pública estava explicando que estavam enfrentando dificuldades técnicas devido a grande quantidade de demissões voluntárias. Nesse momento o meu colega fez uma observação dizendo que sabia que os melhores já tinham saído e que os que ficaram eram todos muquiranas. Dito assim a palavra pejorativa atingiu também o gerente que nos atendia, pois ele era um dos que havia ficado. Houve um mal estar na conversa, pois o gerente da estatal disse que isso não era verdade, pois muita gente boa havia ficado.

Podemos nos tornar inconveniente numa conversa por ter a pretensão de dizer o que pensamos sem pesar as palavras. Mesmo sendo verdade muitas vezes temos que dizer de forma mais amena ou até não emitir uma opinião que mal interpretada pode prejudicar um negócio. Se você chama, mesmo que indiretamente, o seu interlocutor de muquirana não pode esperar que ele tenha boa vontade de fazer o negócio pretendido numa reunião.