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21 de jun. de 2011

O Estado do Vaticano



O Estado do Vaticano é o menor país independente do mundo e a última monarquia absolutista da Europa. Um minúsculo território independente de 44 hectares em Roma, sob jurisdição pontifícia, que tem sua existência calcada espiritualmente na criação do cristianismo e politicamente nos extintos Estados Pontifícios.
Os Estados Pontifícios ou Estados Papais foram fundados (752) pelo papa Estêvão III, e codificado quase trinta anos depois (781). Ocupavam uma grande área, basicamente no centro da península itálica e tinha um governo teocrático com capital Roma, com língua oficial latim e religião católica, sob a autoridade civil dos Papas.
Também chamado de Estados da Igreja, eram formados por um aglomerado de territórios, que se mantiveram como um estado independente por mais de onze séculos (756-1870).

O Vaticano é o resultado de uma longa história de mais de dois milênios, desde os tempos em que o papa era apenas o bispo de Roma, uma entre muitas lideranças vinculadas às origens do cristianismo, quando Roma virou centro da seita judaica originada no Oriente Médio.
Com a instituição a sede episcopal de Roma, os fiéis poderosos, especialmente os imperadores cristãos, foram fazendo doações de bens territoriais à Igreja romana, abrangendo áreas até mesmo fora da península italiana. Criou-se, então, o que se conheceu como Patrimônio de São Pedro, administrado pelos papas católicos que ganharam autênticas prerrogativas de chefes de estado através da Pragmática Sanção (554) promulgada pelo imperador Justiniano I, inclusive a de possuir um respeitável exército, que em algumas ações esteve sob o comando do próprio pontífice.

Com o declínio da influência do Império Bizantino sobre Roma, o distanciamento em relação ao império do Oriente tornou-se cada vez mais profundo, a ponto do papa Constantino I, enfrentar o imperador Filípico Bardanes, chamando-o de herege. Durante a ofensiva do lombardo Astolfo contra Roma, o papa Estêvão II pediu socorro ao rei dos francos, Pepino, o Breve. Depois da derrota de Astolfo, o pontífice recebeu o domínio temporal de um Estado que compreendia o antigo exarcado de Ravenna, os bispados de Rimini, Pesaro, Fano, Senigallia e Ancona e a região de Roma.

O papa Estêvão II exibiu um documento de três anos antes, de autenticidade duvidosa e que chamaria de Doação de Constantino, segundo o qual o imperador bizantino havia cedido ao papa Silvestre I, para si e seus sucessores, não só o palácio de São João de Latrão, mas também a possessão de toda a península Itálica e a dignidade imperial.
Assim surgia um Estado que haveria de perdurar durante mais de onze séculos (756-1870). Pêlos seus corredores passariam reis, criaram-se e decidiram-se guerras, o melhor da arte e até alguns santos, escrevendo uma página da história humana correspondente a mais de onze séculos. Em seu auge, pontífices se consideravam os senhores do mundo, desencadeavam disputas e tomavam decisões de todas as naturezas, em nome de Deus.
A autonomia começou a cair quando uma primeira parte do território foi anexada pelo Reino da Itália (1860) e terminou com a anexação do restante (1870) pelos nacionalistas peninsulares.
A Itália meridional nunca formou parte dos Estados Pontifícios e com o surgimento dos movimentos revolucionários nacionalistas italianos do século XIX, originaram-se fortes correntes políticas pela unidade nacional. Em meados do século as rebeliões contra a autoridade papal eram freqüentes. Finalmente, algumas cidades da Romanha resolveram anexar-se ao reino de Sardenha (1860) do rei Victor Manuel II, que entrou em guerra contra o pontífice Pio IX pelo controle das regiões da Umbria e das Marcas. Com as derrotas militares em Castelfidardo e em Ancona (1860), o estado papal perdeu aquelas regiões que, em união com a Toscânia, Parma e Módena e o reino de Sardenha, passaram a se chamar de Reino de Itália.

Com a deflagração da guerra franco-prussiana, os Estados Pontifícios apoiaram os francos, enquanto o Reino da Itália apoiou os Austríacos. O exército de oito mil soldados do papa Pio IX não foi páreo para as divisões reais, que entravam em Roma (1870) e declararam a cidade capital do Reino de Itália. Estabelecida a corte do rei Victor Emanuel II no Palácio do Quirinal, decretou-se o fim dos Estados Papais com a anexação do restante dos territórios pontifícios.
Somente 59 anos depois, em 11 de fevereiro (1929), quando as portas do Palácio de Latrão, quartel-general da Cúria Romana, se abriram para a entrada do homem mais temido da Itália, o ditador Benito Mussolini, chefe do regime fascista que governava o país, é que o desejo da volta de um estado católico politicamente independente voltou a ser real.
Mussolini queria que a Igreja reconhecesse oficialmente o regime e a Igreja queria recuperar o que havia perdido, durante o processo da unificação italiana, ou seja, o direito a um Estado soberano. Naquele mesmo dia, Mussolini assinou o Tratado  de Latrão, que concedia ao papa Pio XI um território independente dentro de Roma e, em troca, a Igreja reconhecia o tirano como legítimo titular do governo da Itália como estado soberano.
Nascia assim, o Estado do Vaticano como ele é hoje: o menor país independente do mundo, com um território de 44 hectares, em Roma, mas sob jurisdição pontifícia.






Mapa do Vaticano com destaque para a localização da Basílica e a Praça de São Pedro, local de contato do Papa com a multidão de fiéis que visitam a Santa Sé diariamente. 



Vista frontal da Basílica
e a Praça de São Pedro


Lista de todos os Papas da Igreja Católica



1. São Pedro (32-67)
2. São Lino (67-76)
3. São Anacleto (ou Cleto) (76-88)
4. São Clemente I (88-97)
5. Santo Evaristo (98-107)
6. São Alexandre I (107-115)
7. São Sixto (ou Xisto) I (115-125)
8. São Telésforo (125-136)
9. São Higino (136-140)
10. São Pio I (141-155)
11. São Aniceto (155-166)
12. São Sóter (166-175)
13. São Eleutério (175-189)
14. São Vitor I (189-199)
15. São Zefirino (199-217)
16. São Calisto I (217-222)
17. São Urbano I (222-230)
18. São Ponciano (230-235)
19. São Antero (235-236)
20. São Fabiano (236-250)
21. São Cornélio (251-253)
22. São Lúcio I (253-254)
23. São Estéfano I (254-257)
24. São Sixto II (257-258)
25. São Dionísio (260-268)
26. São Félix I (269-274)
27. São Eutiquiano (275-283)
28. São Caio (283-296)
29. São Marcelino (296-304)
30. São Marcelo I (308-309)
31. São Eusébio (309 - 310)
32. São Miltíades (311-314)
33. São Silvestre I (314-335)
34. São Marco (336)
35. São Júlio I (337-352)
36. Líbero (352-366)
37. São Damaso I (366-383)
38. São Sírico (384-399)
39. São Anastácio I (399-401)
40. São Inocêncio I (401-417)
41. São Zósimo (417-418)
42. São Bonifácio I (418-422)
43. São Celestino I (422-432)
44. São Sixto III (432-440)
45. São Leão I Magno (440-461)
46. São Hilário (461-468)
47. São Simplício (468-483)
48. São Felix II (III) (483-492)
49. São Gelásio I (492-496)
50. Anastácio II (496-498)
51. São Símaco (498-514)
52. São Hormisdas (514-523)
53. São João I (523-526)
54. São Félix III (IV) (526-530)
55. Bonifácio II (530-532)
56. João II (533-535)
57. São Agápito I (535-536)
58. São Silvério (536-537)
59. Vigílio (537-555)
60. Pelágio I (556-561)

61. João III (561-574)
62. Benedito I (575-579)
63. Pelágio II (579-590)
64. São Gregório I (590-604)
65. Sabiniano (604-606)
66. Bonifácio III (607)
67. São Bonifácio IV (608-615)
68. Adeodato I (615-618)
69. Bonifácio V (619-625)
70. Honório I (625-638)
71. Severino (640)
72. João IV (640-642)
73. Teodoro I (642-649)
74. São Martinho I (649-655)
75. São Eugênio I (655-657)
76. São Vitaliano (657-672)
77. Adeodato II (672-676)
78. Dono (676-678)
79. São Ágato (678-681)
80. São Leão II (682-683)
81. São Benedito II (684-685)
82. João V (685-686)
83. Cónon (686-687)
84. São Sérgio I (687-701)
85. João VI (701-705)
86. João VII (705-707)
87. Sisino (708)
88. Constantino (708-715)
89. São Gregório II (715-731)
90. São Gregório III (731-741)

91. São Zacarias (741-752)
92. Estéfano II (752)
93. Estéfano III (752-757)
94. São Paulo I (757-767)
95. Estéfano IV (767-772)
96. Adriano I (772-795)
97. São Leão III (795-816)
98. Estéfano V (816-817)
99. São Pascoal I (817-824)
100. Eugênio II (824-827)
101. Valentino (827)
102. Gregório IV (827-844)
103. Sérgio II (844-847)
104. São Leão IV (847-855)
105. Benedito III (855-858)
106. São Nicolau I, o Grande (858-867)
107. Adriano II (867-872)
108. João VIII (872-882)
109. Marino I (882-884)
110. São Adriano III (884-885)
111. Estéfano VI (885-891)
112. Formoso (891-896)
113. Bonifácio VI (896)
114. Estéfano VII (896-897)
115. Romano (897)
116. Teodoro II (897)
117. João IX (898-900)
118. Benedito IV (900-903)
119. Leão V (903)
120. Sérgio III (904-911)

121. Anastácio III (911-913)
122. Lando (913-914)
123. João X (914-928)
124. Leão VI (928)
125. Estéfano VIII (929-931)
126. João XI (931-935)
127. Leão VII (936-939)
128. Estéfano IX (939-942)
129. Marino II (942-946)
130. Agápto II (946-955)
131. João XII (955-963)
132. Leão VIII (963-964)
133. Benedito V (964)
134. João XIII (965-972)
135. Benedito VI (973-974)
136. Benedito VII (974-983)
137. João XIV (983-984)
138. João XV (985-996)
139. Gregório V (996-999)
140. Silvestre II (999-1003)
141. João XVII (1003)
142. João XVIII (1003-1009)
143. Sérgio IV (1009-1012)
144. Benedito VIII (1012-1024)
145. João XIX (1024-1032)
146. Benedito IX (1032-1045)
147. Silvestre III (1045)
148. Benedito IX (1045)
149. Gregório VI (1045-1046)

151. Benedito IX (1047-1048)
152. Damasus II (1048)
153. São Leão IX (1049-1054)
154. Victor II (1055-1057)
155. Estéfano X (1057-1058)
156. Nicolau II (1058-1061)
157. Alexandre II (1061-1073)
158. São Gregório VII (1073-1085)
159. Victor III (1086-1087)
160. Urbano II (1088-1099)
161. Pascoal II (1099-1118)
162. Gelásio II (1118-1119)
163. Calisto II (1119-1124)
164. Honório II (1124-1130)
165. Inocêncio II (1130-1143)
166. Celestino II (1143-1144)
167. Lúcio II (1144-1145)
168. Eugênio III (1145-1153)
169. Anastácio IV (1153-1154)
170. Adriano IV (1154-1159)
171. Alexandre III (1159-1181)
172. Lúcio III (1181-1185)
173. Urbano III (1185-1187)
174. Gregório VIII (1187)
175. Clemente III (1187-1191)
176. Celestino III (1191-1198)
177. Inocêncio III (1198-1216)
178. Honório III (1216-1227)
179. Gregório IX (1227-1241)
180. Celestino IV (1241)

181. Inocêncio IV (1243-1254)
182. Alexandre IV (1254-1261)
183. Urbano IV (1261-1264)
184. Clemente IV (1265-1268)
185. Gregório X (1271-1276)
186. Inocêncio V (1276)
187. Adriano V (1276)
188. João XXI (1276-1277)
189. Nicolau III (1277-1280)
190. Martinho IV (1281-1285)
191. Honório IV (1285-1287)
192. Nicolau IV (1288-1292)
193. São Celestino V (1294)
194. BonifácioVIII (1294-1303)
195. Benedito XI (1303-1304)
196. Clemente V (1305-1314)
197. João XXII (1316-1334)
198. Benedito XII (1334-1342)
199. Clemente VI (1342-1352)
200. Inocêncio VI (1352-1362)
201. Urbano V (1362-1370)
202. Gregório XI (1370-1378)
203. Urbano VI (1378-1389)
204. Bonifácio IX (1389-1404)
205. Inocêncio VII (1406-1406)
206. Gregório XII (1406-1415)
207. Martinho V (1417-1431)
208. Eugênio IV (1431-1447)
209. Nicolau V (1447-1455)
210. Calisto III (1455-1458)

211. Pio II (1458-1464)
212. Paulo II (1464-1471)
213. Sixto IV (1471-1484)
214. Inocêncio VIII (1484-1492)
215. Alexandre VI (1492-1503)
216. Pio III (1503)
217. Júlio II (1503-1513)
218. Leão X (1513-1521)
219. Adriano VI (1522-1523)
220. Clemente VII (1523-1534)
221. Paulo III (1534-1549)
222. Júlio III (1550-1555)
223. Marcelo II (1555)
224. Paulo IV (1555-1559)
225. Pio IV (1559-1565)
226. São Pio V (1566-1572)
227. Gregório XIII (1572-1585)
228. Sixto V (1585-1590)
229. Urbano VII (1590)
230. Gregório XIV (1590-1591)
231. Inocêncio IX (1591)
232. Clemente VIII (1592-1605)
233. Leão XI (1605)
234. Paulo V (1605-1621)
235. Gregório XV (1621-1623)
236. Urbano VIII (1623-1644)
237. Inocêncio X (1644-1655)
238. Alexandre VII (1655-1667)

239. Clemente IX (1667-1669)
240. Clemente X (1670-1676)
241. Inocêncio XI (1676-1689)
242. Alexandre VIII (1689-1691)
243. Inocêncio XII (1691-1700)
244. Clemente XI (1700-1721)
245. Inocêncio XIII (1721-1724)
246. Benedito XIII (1724-1730)
247. Clemente XII (1730-1740)
248. Benedito XIV (1740-1758)
249. Clemente XIII (1758-1769)
250. Clemente XIV (1769-1774)
251. Pio VI (1775-1799)
252. Pio VII (1800-1823)
253. Leão XII (1823-1829)
254. Pio VIII (1829-1830)
255. Gregório XVI (1831-1846)
256. Pio IX (1846-1878)
257. Leão XIII (1878-1903)
258. São Pio X (1903-1914)
259. Benedito XV (1914-1922)
260. Pio XI (1922-1939)
261. Pio XII (1939-1958)
262. João XXIII (1958-1963)
263. Paulo VI (1963-1978)
264. João Paulo I (1978)
265. João Paulo II (1978 - 2005)
266. Benedito XVI (2005 - )


O Papa mais carismático da Igreja católica foi João Paulo II recentemente Beatificado