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18 de set. de 2011

Porque as mulheres tem TPM?...


Algumas sofrem... outras fazem os outros sofrer

"Cerca de 35% das mulheres têm TPM moderada ou intensa. Não é doença, mas o tratamento pode melhorar a qualidade de vida. Ninguém deve usar TPM para justificar atitudes malcriadas ou agressivas."
 Mara Diegoli - Centro de apoio à mulher com TPM do HC da FMUSP, SP.




Outras lidam bem

"Mulheres com estrutura emocional equilibrada tendem a lidar bem com isso, apesar das variações hormonais. Elas têm a capacidade de responder aos estímulos do meio ambiente sem se afetar pelos sintomas físicos."
 Luiz Cuschnir - psiquiatra, autor de A Mulher e Seus Segredos. 





E outras se cuidam


"A mulher deve controlar o estresse, diminuindo a taxa de cortisol - hormônio que aumenta a irritabilidade. Atividades como ioga e ginástica podem melhorar os sintomas, assim como a diminuição de café e chocolate."

José Bento de Souza - autor de TPM sob Controle.

SÍNDROME DE TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL SÍNDROME DE TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL

Também conhecida por TPM, é um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual podendo ser tão severos que interfiram significativamente na vida da mulher.
A TPM é uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a mulher na esfera biológica, psicológica e social.
A tendência hoje é acreditar que a função fisiológica do ovário seja o gatilho que dispara os sintomas da síndrome alterando a atividade da serotonina (neurotransmissor) em nível de sistema nervoso central.
O tratamento depende da severidade dos sintomas e incluem modificações alimentares, comportamentais e tratamentos medicamentosos.
Os sintomas mais comuns incluem:
Por ordem de freqüência: DESCONFORTO ABDOMINAL, MASTALGIA CEFALÉIA, FADIGA, IRRITABILIDADE, TENSÃO, HUMOR DEPRIMIDO, HUMOR LÁBIL, AUMENTO DO APETITE, ESQUECIMENTO E DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO, ACNE, HIPERSENSIBILIDADE AOS ESTÍMULOS, RAIVA, CHORO FÁCIL, CALORÕES, PALPITAÇÕES e TONTURAS.
 
Irritabilidade (nervosismo),
Ansiedade (alteração do humor com sentimentos de hostilidade e raiva),
Depressão (com sensação de desvalia, distúrbio do sono, dificuldade de concentração)
Cefaléia (dor de cabeça),
Mastalgia (dor ou aumento da sensibilidade das mamas),
Retenção de líquidos (inchaço ou dor nas pernas),
Cansaço,
Desejos por alguns alimentos como chocolates, doces e comidas salgadas.

Deve ser realizado um controle objetivo do ciclo menstrual (através de um diário) pelo período mínimo de dois ciclos. Devem ser excluídos outros transtornos como hiper ou hipotireoidismo, perimenopausa, enxaqueca, fadiga crônica, síndrome do intestino irritável ou exacerbação pré-menstrual de doenças psiquátricas; depressão, que pode se intensificar nesse período (magnificação pré- menstrual).

História, exame físico cuidadoso, avaliação endócrina ginecológica quando o ciclo menstrual é irregular, perfil bioquímico, hemograma e TSH para excluir condições médicas que podem apresentar sintomas que simulem uma TPM. Importante fazer o diagnóstico diferencial com a condição psiquiátrica: distúbio disfórico pré-menstrual.

O tratamento medicamentoso inclui o manejo específico de cada sintoma e deve ser individualizado. A maioria dos tratamentos medicamentosos propostos não se mostraram mais eficazes do que tratamentos placebo (progesterona, espironolactona, óleo de prímula e vitaminas B6 e E, ingestão de cálcio e magnésio). A fluoxetina, foi a única droga que mostrou eficácia, entretanto foi aprovada pelo FDA apenas para PMDD (Forma mais severa de TPM, com prevalência dos sintomas de raiva, irritabilidade e tensão). Na Europa esta droga não é aprovada na Europa para uso nem mesmo em PMDD.

Medidas preventivas são igualmente importantes e incluem:
 
Orientação: explicar que a TPM não é grave e que os sintomas podem variar a cada ciclo,
modificações alimentares com diminuição da gordura, sal, açúcar e cafeína (café, chá, bebidas a base de colas),
Fracionamento das refeições,
Dieta com boas fontes de cálcio (leite e iogurte desnatado) e magnésio (espinafre), diminuição da ingestão de álcool,
Parar de fumar,
Fazer exercícios regulares (aeróbicos: 20 minutos 3 vezes por semana),
Manejar o estresse.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico

O que eu sinto naqueles dias antes do período menstrual são "coisas da minha cabeça"?

Os sintomas desagradáveis que surgem antes da menstruação podem ser considerados uma doença?

Existe tratamento para a Síndrome de Tensão Pré-Menstrual?

Qual o critério para determinar a gravidade da TPM?

Quando a TPM é caracterizada como desordem disfórica pré-menstrual?

Quando é necessário acompanhamento psiquiátrico para TPM?

Fazer exercícios físicos e de relaxamento ajudam no tratamento da TPM?

Quais os alimentos mais indicados para estes dias?

Deve usar vitaminas ou suplementos alimentares para ajudar na melhora dos sintomas?

Devo suspender o uso de álcool e cigarros? 

Como esse mal afeta nossa vida?...


Como esse mal afeta a nossa vida?De acordo com um estudo inédito realizado por pesquisadores da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) e do CEMICAMP (Centro de Pesquisa em Saúde Reprodutiva de Campinas) com 860 brasileiras com idade entre 18 e 35 anos, aproximadamente 80% das mulheres disseram que têm ou já tiveram TPM (Tensão Pré-menstrual), sendo que em 95% dos casos foram atribuídos à síndrome pré-menstrual sintomas físicos e emocionais. Grande parte das entrevistadas que afirmou sofrer de TPM disseram que sentem nervosismo e ansiedade (85,4%), alterações de humor e choro fácil (81,9%) e irritabilidade (77,3%). Quanto às manifestações físicas, 77,6% reclamaram de dores e inchaço, 70,7% de cólica e 65,8% de dores de cabeça. O estudo epidemiológico Tensão Pré-Menstrual: Perspectivas e Atitudes de Mulheres, Homens e Médicos Ginecologistas no Brasil conta com o apoio da Bayer Schering Pharma, divisão Bayer HealthCare.


TPM
Para o ginecologista Carlos Alberto Petta, coordenador da pesquisa, o predomínio de ambos os sintomas (físicos e emocionais) observado no estudo revela que as queixas à TPM podem ser maiores no Brasil do que em outros países. “Provavelmente a mulher brasileira moderna desempenha diversos papéis ao mesmo tempo, seja na família, no trabalho ou em casa, e não quer ter que lidar também com os sintomas pré-menstruais”, analisa Carlos Petta. Segundo o especialista, alguns estudos internacionais já apontavam que as brasileiras sofrem mais de TPM do que as mulheres européias ou as norte-americanas, mas o estudo brasileiro foi o primeiro a demonstrar como elas são afetadas. Na pesquisa do CEMICAMP, 61,7% das mulheres que dizem ter TPM possuem trabalho remunerado.


Um dos objetivos da pesquisa é avaliar de que forma a TPM afeta a qualidade de vida e o dia-a-dia das mulheres e quais medidas são adotadas para lidar com esses sintomas. Segundo os resultados preliminares do estudo, a maioria das mulheres (95%) possui, ao mesmo tempo, manifestações físicas e emocionais. “O impacto da TPM nas atividades é maior quando os dois sintomas estão presentes. Nestes casos, 56% das mulheres disseram que a TPM afeta as relações amorosas e 50,1% os relacionamentos familiares”, explica o ginecologista Carlos Alberto Petta. A pesquisa também mostrou que 47% das mulheres com sintomas físicos e emocionais acreditam que a TPM interfere no trabalho e 45,7% nas atividades de casa.
Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi que apesar das queixas freqüentes, mais da metade das mulheres (58,2%) com sintomas físicos e emocionais não haviam consultado um médico. No caso daquelas que mencionaram ter somente sinais físicos ou só emocionais, esse número sobe para 70,9%. 


“Entre as mulheres com TPM mais severa, somente 40% buscaram a ajuda de um médico e eram aquelas com maior grau de escolaridade e status socioeconômico”, afirma Petta. Segundo o médico, diversos motivos estão relacionados à falta da consulta médica como vergonha em falar sobre os sintomas, falta de informação sobre a TPM e os sintomas, dificuldade de perceber os sintomas como algo relacionado à TPM, entre outros. “Além da necessidade de maior informação às mulheres, o estudo demonstra a necessidade dos médicos abordarem mais o tema nas consultas com suas pacientes”, afirma o ginecologista.

Os estragos provocados pela TPM

A TPM leva, todos os meses, as mulheres à loucura.
Os homens ficam perdidos e não sabem como reagir ao turbilhão emocional delas, revela uma pesquisa inédita.
Anna Paula Buchalla

"Ela tem dois tipos distintos de humor", escreveu sobre a sua mulher o poeta grego Semônides de Amorgos, 600 anos antes de Cristo. "Um dia ela é toda sorrisos e felicidade... no outro, é impossível viver ao seu lado." Há mais de 2 600 anos homens e mulheres engalfinham-se em torno da mudança brusca de humor delas, um suplício para ambos os sexos que afeta um período curto mas explosivo do mês: os quatro a sete dias que dura, em média, a tensão pré-menstrual. Tão antigo quanto a TPM é o desconforto dos homens nesses dias. A grande maioria deles simplesmente não sabe como agir, como revela o primeiro estudo brasileiro a avaliar o que pensam os homens a respeito da TPM de suas mulheres, namoradas, chefes, amigas, mães, irmãs... A pesquisa coordenada pelo ginecologista Carlos Petta, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ouviu 1 500 homens e mulheres de todas as regiões do país, a maior parte deles entre 20 e 35 anos. Para oito em cada dez homens, todas ou quase todas as mulheres de seu convívio têm TPM – a presença da síndrome é evidenciada principalmente no nervosismo, na ansiedade, no choro fácil e nas brigas sem motivo aparente que acontecem nessa época do mês. "Embora os homens sejam capazes de reconhecer a TPM e até de localizá-la no tempo, em geral, eles não sabem como se comportar nessas horas", diz o médico Carlos Petta. Há os que se afastam, caso de três em cada dez, os que procuram tocar no assunto com cuidado – pouco mais da metade – e há aqueles que se irritam e acabam sucumbindo ao mau humor e à irritação delas, o que acontece com quase 10%. Nada disso funciona por completo. Na dúvida sobre como agir, dizem os especialistas, o melhor é ter paciência, muita paciência, até a crise passar.
Quando o assunto é TPM, homens e mulheres não se entendem. Pouco mais da metade delas acredita que a tensão pré-menstrual afeta o relacionamento do casal. Esse, no entanto, é um problema relatado por 85% deles. As mulheres dizem que, nessas horas, precisam ser mimadas, querem carinho e, sobretudo, atenção. Eles contestam. Sentem-se confusos e acreditam que nada ajuda numa situação dessas. "Qualquer coisa que eu diga ou faça a irrita ainda mais. É melhor nem chegar perto", afirma o publicitário paulista Marcos Pontes, de 36 anos. Sua experiência com a TPM inclui, além da mulher, com quem vive há três anos, três irmãs, duas chefes e quatro colegas de escritório. "Pela fisionomia delas, já sei quando é dia de TPM. Por via das dúvidas, não toco no assunto", diz. Certíssimo, Marcos. Nada mais irritante para uma mulher com TPM do que o marido, namorado ou colega lembrá-la de algo que ela reluta em aceitar: sim, ela está naqueles dias. Do contrário, prepare-se para uma resposta enviesada. Muitas mulheres ouvidas na pesquisa reconheceram que, quando estão na TPM, dizem coisas desagradáveis e agressivas, das quais invariavelmente se arrependem depois.

Segundo o estudo da Unicamp, 80% das mulheres brasileiras têm ou já tiveram sintomas da TPM. De tão comum, o distúrbio já virou motivo de piadinhas masculinas de todos os tipos: em inglês, a sigla PMS, premenstrual syndrome, equivalente à TPM, ganhou o significado "Punish Men Severely" (punir os homens severamente). Nada pode irritar mais uma mulher... Para botar ainda mais lenha na fogueira da discórdia, uma pesquisa australiana feita recentemente mostrou que a TPM é pior para as mulheres casadas, e a culpa – adivinhem – é dos próprios maridos. "Questões de relacionamento podem causar ou piorar a síndrome pré-menstrual", disse a pesquisadora Jane Ussher, professora da Universidade de Sydney, que estuda o assunto há mais de vinte anos. "Existem fortes indícios de que a reação do parceiro influencia a forma como a mulher responde à tensão pré-menstrual." Se eles são indiferentes ou se reagem de forma agressiva, o quadro só piora. Por isso, há até quem defenda a inclusão da terapia de casal no arsenal terapêutico anti-TPM, que vai de antidepressivos e fitoterápicos a contraceptivos e suplementos nutricionais.
A TPM foi descrita pela primeira vez pelo grego Hipócrates, o pai da medicina, no ano 400 antes de Cristo. Mas ela só foi reconhecida como diagnóstico médico em 1983, pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Os sintomas da síndrome – até agora já foram relatados mais de 150 deles – decorrem de oscilações bruscas dos hormônios estrógeno e progesterona registradas, sobretudo, a partir da segunda metade do ciclo menstrual. Os mais comuns são dor de cabeça, inchaço, alteração de humor, choro fácil, irritação e insônia. Para além da questão hormonal feminina, o estilo de vida tem um peso enorme sobre a manifestação dos sintomas da TPM, especialmente os psíquicos. "Mulheres mais velhas, com filhos e que trabalham fora são as principais vítimas do problema", diz o ginecologista Carlos Petta.
Ao contrário do que ocorre com as mulheres, não há nenhuma evidência científica de que os humores masculinos sejam influenciados por hormônios. Mas a TPM delas influi – e muito – na vida deles. E não é só dentro de casa. Um estudo americano recente, com 1 000 homens e mulheres, mostrou que metade deles já foi vítima de hostilidade e enfrentou dificuldades ao trabalhar com mulheres na TPM. O relações-públicas paulista Rodrigo Santos, de 34 anos, viveu o drama com uma antiga chefe: "Seu mau humor mudava completamente a dinâmica da equipe e interferia no comportamento de todos no escritório. Era um tormento". E pode continuar a sê-lo por muito tempo, já que ainda se está longe de uma solução definitiva para o mal. Mas, atenção, senhores: nem toda irritação feminina é sinônimo de tensão pré-menstrual. Portanto, tenha sempre um calendário em mãos antes de lançar a irritante pergunta: "você está com TPM?".
TPM no escritório

30% dos homens dizem pisar em ovos quando a colega de trabalho está naqueles dias

50% relatam hostilidade por parte delas no ambiente profissional

20% dizem que elas são incapazes de tomar uma decisão profissional racional na TPM

Fonte: PremCal MAP Survey


Fonte: Veja.com