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10 de out. de 2011

Natureza (quase) morta


Aprecie algumas das centenas de plantas, animais e alimentos processados que podem virar peça de museu MARMELADA DE SANTA LUZIA PAÍS Brasil.
AMEAÇAS Perda da tradição e desinteresse mercadológico
Surgiu em comunidades de descendentes de escravos na região de Luiziânia, Goiás. Desde o século 17, a receita é passada de geração a geração, e hoje está nas mãos de 30 famílias. O volume de produção é pouco, atendendo regiões vizinhas.

ARATU

PAÍS Brasil

AMEAÇAS  - Coleta não sustentável e devastação ambiental.

O caranguejo vermelho está cada vez mais raro nos mangues de Sergipe. Isso se deve à captura de aratus pequenos e fêmeas em fase reprodutiva. Toxinas liberadas pela ração dada a camarões criados na região também dizimam os aratus.
Para tentar salvar os aratus, projetos de coleta responsável dos bichos estão sendo instituídos entre os produtores.

PALMITO-JUÇARA

PAÍS Brasil

AMEAÇA!... Coleta não sustentável

A variedade de palmito mais ameaçada cresce em áreas de mata Atlântica no Sul e no Sudeste do país. Extraído de modo predatório há décadas, o alimento só não desapareceu por causa do plantio de palmeiras juçara em reservas indígenas.

ASPARGO VIOLETA DE ALBENGA

PAÍS - Itália

AMEAÇAS - Produção complicada e desinteresse mercadológico

Esta variedade demora para ser colhida e requer técnicas de cultivo e colheita que a encarecem, diminuindo o interesse dos produtores. Em 1930, chegou a ser cultivado em mais de 300 hectares. Nos anos 2000, a área não passa de 10 hectares.

HIDROMEL

PAÍS Polônia

AMEAÇAS - Perda da tradição e produção complexa

A bebida caseira, feita com uma parte de água e duas de mel, se parece com um vinho licoroso. Apenas um produtor segue a antiga receita, aprendida com a mãe. O hidromel deve envelhecer por até sete anos antes de ser servido.

MAÇÃ ESPERIEGA

PAÍS Espanha

AMEAÇA - Desinteresse mercadológico

A partir dos anos 70, o comércio local passou a lucrar mais com maçãs vindas dos EUA e as Esperiega foram sumindo. Graças a um grupo de jovens agricultores, a variedade está sendo reintroduzida no mercado.

CACAU BARLAVENTO

PAÍS Venezuela

AMEAÇAS - Devastação ambiental e desinteresse mercadológico

Além da concorrência dos cacaus da Indonésia e da Malásia, uma enchente destruiu um terço de sua área produtiva. De importância histórica para comunidades indígenas venezuelanas, o alimento ainda é produzido em pequena quantidade.

CEBOLA SAPPOROKII
PAÍS Japão

AMEAÇAS - Produção complexa e desinteresse mercadológico

O cultivo requer colocar sementes em uma estufa, transplantá-las na terra e colhê-las após sete meses. Além do longo e custoso processo, a variedade é vulnerável a doenças. Dos 70 mil hectares cultivados nos anos 70, restam 20 mil

MELÃO DE MONTREAL

PAÍS Canadá

AMEAÇAS - Desinteresse mercadológico e produção complexa
Até meados dos anos 90 achava-se que a fruta estivesse extinta. Como o cultivo requer cuidados intensivos e transporte especial para frutas grandes e frágeis, o mercado passou a preferir espécies menos complicadas e mais baratas.
O replantio do melão, dado como extinto, foi feito com sementes encontradas num centro de pesquisas agrícolas dos EUA em 1995.

CHEDDAR ARTESANAL SOMERSET

PAÍS Inglaterra

AMEAÇA - Perda da tradição

Este cheddar esbranquiçado é feito com leite cru e uma bactéria típica de Somerset. A procura começou a cair nos anos 50, com o uso de leite pasteurizado na produção local de queijos. Só 5% dos produtores seguem a tradição no preparo.

MERKEN

PAÍS Chile

AMEAÇA - Desinteresse mercadológico

Esta pimenta vermelha defumada já foi muito popular entre os chilenos. As novas gerações não dão mais tanto valor ao produto por enxergá-lo como sinônimo de pobreza e de influências indianas no país.
  

BRASILEIROS EM RISCO

Dentre os 23 alimentos nacionais ameaçados estão: umbu – fruta do Nordeste –, arroz vermelho, néctar de abelha, castanha de baru, palmito-babaçu e pirarucu – peixe amazônico

Fonte:


CONSULTORIA Neide Rigo, nutricionista e membro da comissão brasileira da Arca do Gosto; Cenia Salles, pesquisadora e consultora gastronômica, líder do Convivium São Paulo da Sloq Food Brasil.