Blog

Blog

16 de out. de 2011

Que beleza ouvir Ednardo, Fagner e Belchior

"Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará" (Terral- Ednardo)

O que faz alguém se identificar com sua terra? O clima, lugares, pessoas, comida, músicas, costumes, culltura? O que proporciona a alguém a sensação de pertencer a alguma terra? Uma pessoa certa vez me disse se sentir mais baiana quando estava fora da Bahia. Será que quando saímos da terra, a trazemos conosco para onde vamos? Parece que sim. E nas canções, identificamos aquilo que nos identifica na nossa casa, no nosso terreiro, no nosso lar....
E faço isso para comentar a bela música Terral, de Ednardo, composta há mais de 40 anos, sobre sua terra, o Ceará.
O Pessoal do Ceará, quase uma antítese nordestina da Tropicália tipicamente baiana, traz um sentimento cru de identidade cearense, que na canção Terral se materializa na frase "eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará". A gente percebe nessa frase o orgulhoi e a vaidade do cearense, um povo quue ri de si mesmo, mas que, como todo nordestino, é valente, rude, mas cheio de sentimentos profundos e delicados. 
Ednardo, no seu sítio digital (www.ednardo.art.br) comenta sobre a canção:
Blog de musicaemprosa : Música em Prosa, "Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará" (Terral- Ednardo)Blog de musicaemprosa : Música em Prosa, "Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará" (Terral- Ednardo)Esta música e letra, é de quando eu estava chegando em São Paulo/ 1972, com saudades de minha terra, fazendo uma leitura à distância do que ela representa. Mas também é tradução da identidade humana com seu local de origem e pontos de interligações de vivências, aprendizados e momentos afetivos. E na essência, é a vontade humana do sentimento cidadão do mundo, de ir sem fronteiras.  O verbo aperrear, no sentido de se medir mutuamente " de bater na porta " - para emitir e receber códigos de relações, possibilidades e momentos únicos de se encontrar e crescer.
Blog de musicaemprosa : Música em Prosa, "Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará" (Terral- Ednardo)A música reflete inicialmente uma saudade de quem saiu da sua terra, a terra das dunas brancas onde ele queria ficar. diferente dos baianos tropicalistas, que de modo antropofágico levaram a Bahia para o Rio e São Paulo, e teceram  loas à Cidade Maravilhosa (Com "Aquele Abraço", de Gil) ou à Pauliceia (com "Sampa", de Caetano), a visão do cearense sobre as duas grandes metrópoles brasileiras é a visão de quemnão gosta de onde está, pois saiu do Ceará à força, sua terra, cheia de paz, e "sem chaminés ou fumaça"....
E uma voz que tem o sol me a areia e que se identifica como alguém da América do Sul... e, na "Sudamérica", ser a famosa "nata do lixo e o luxo da aldeia", ou seja, sou cearense, sou a elite, sou o luxo, sou a nata... mas sou da América do Sul, sou do Nordeste, sou do Ceará. Então a nata é a nata do lixo. E o luxo, da Aldeia.
Blog de musicaemprosa : Música em Prosa, "Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará" (Terral- Ednardo)
Logo então Ednardo passa a cantar com saudade dos lugares de Fortaleza... Aldeota, Praia do Futuro, o Farol velho e o novo... uma música de saudade da sua terra... das dunas brancas, o luxo do lixo, a nata da aldeia....   

Fonte - Musicblog