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12 de nov. de 2011

Besteiras recomendáveis


Sou um grande fã do escritor Charles Bukowski, pegar seus livros pornográficos na escola e rir durante a aula sem ninguem saber o motivo era demais.

Vou colocar um trecho, vejam:

Aos 18 anos, pensei ter atingido a sabedoria.
Era baixinha, tinha sardas e tirei-lhe o cabaço na primeira
oportunidade.
Não ficou por isso.


A lei falou mais forte. E tive que me casar, prematuro como
uma ejaculação precoce.
Nem tudo foram rosas, no princípio.
Nos pulsos ainda me ardem as cicatrizes de três mal
sucedidas tentativas de suicídio.


Mas eu não posso ver sangue. Sobretudo, quando meu.
Assim decidi continuar vivo.
Principalmente porque o mundo estava cheio delas.
De Marlenes. De Ivones. De Déboras. De Luísas. De Sônias.
De Olgas. De Sandras. De Edites. De Kátias. De Rosas. De Evas.
De Anas. De Mônicas. De Helenas. De Rutes. De Raquéis. De
Albertos. De Carlos. De Júniors, De... (ihh, acho que acabo de
cometer um ato falho). De Joanas. De Veras. De Normas.
De Norma, me lembro bem.


Como esquecer com quantas bocas se faz uma daquelas,
aquela multidão de abismos em que ela consistia? Aquilo sim é
que era uma buceta convicta. Cair ali era como, bem...
Com aquela cara de homem fingindo estar interessado no
papo de uma mulher apenas porque está com vontade de comê-la,
com aquela cara de mulher costurando e bordando pensamentos
apenas porque está a fim de ser comida por ele, cheguei,
caprichei, relaxei, lembrei tudo que tinha aprendido em Kant e
Hegel, repassei toda a teoria dos quanta, a morfologia dos contos
de magia de Propp, o vôo do 14-bis, cheguei e não perdoei:


— Tem fogo?