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22 de dez. de 2011

Cenas de grandes filmes

Um bom argumento é fundamental, mas não há nada que ultrapasse a capacidade de improviso - um momento irrepetível, captado no tempo e no espaço, que pode fazer toda a diferença entre um filme bom e um filme extraordinário.

Para quebrar as regras é preciso conhecê-las; esta é uma máxima que também se aplica ao cinema (porque este é, no fundo, uma expressão da vida). Quando o corpo do actor se funde com a mente da personagem, surgem alguns dos momentos mais mágicos da sétima arte: acções e diálogos totalmente improvisados que ajudaram a tornar bons filmes numa obra maior que respira para além das câmaras. Nota: a lista que se segue é totalmente subjectiva e não segue nenhuma ordem específica - desafiamos o leitor a fazer o mesmo exercício.
 Dr. Strangelove (1964)

Naquela que é considerada a maior sátira cinematográfica da Guerra Fria, Peter Sellers dá vida a três personagens distintas, entre elas Dr. Strangelove, um cientista ao serviço dos Estados Unidos que dificilmente consegue esconder a sua afinidade pelo regime nazi. "Mein Führer, I can walk!", diz a bizarra figura sob a improvisação de Sellers, dirigindo-se ao presidente norte-americano.



 O Silêncio dos Inocentes (1994)

Apesar de estar em cena durante pouco mais de 16 minutos, Anthony Hopkins arrecadou o Óscar de Melhor Actor pelo seu assustador desempenho na pele do assassino em série Hannibal Lecter. O seu sibilar, que causou uma expressão de genuína surpresa em Jodie Foster, tornou-se imediatamente num dos sons mais icónicos do cinema.

 Táxi Driver

A popular frase "are you talkin' to me?" é obra de um momento de pura criação de Robert De Niro, que na famosa cena apenas foi instruído para olhar o seu reflexo no espelho de forma ameaçadora.



 Good Morning, Vietnam (1987)

Robin Williams foi capaz de uma interpretação que tem tanto de brilhante como de comovente, ao encarnar Adrian Cronauer, o locutor de rádio que animava o quotidiano das tropas norte-americanas em Saigon, durante a guerra que durou duas décadas.



 The Shining (1980)

Kubrick sabe como puxar pelo melhor dos actores com quem trabalha e Jack Nicholson não foi excepção. A expressão "Here's Johnny" terá sido copiada de um fenómeno televisivo da época, o Tonight Show, onde era utilizada para apresentar o anfitrião do programa, Johnny Carson.



 Blue Valentine (2010)

O trabalho de direcção de actores é uma das vertentes mais fascinantes do universo da representação. De forma a obter a reacção mais autêntica possível dos protagonistas, o realizador Derek Cianfrance falou isoladamente com o actor Ryan Gosling incitando-o a fazer o que fosse preciso para descobrir o segredo guardado pela personagem interpretada por Michelle Williams. Este foi o resultado.



 Saving Private Ryan (1998)

Matt Damon improvisa, em contracena com Tom Hanks, um monólogo de quase dois minutos, no qual relata a última vez que esteve com os seus irmãos antes de partir para combater na II Grande Guerra.


 Reservoir Dogs (1994)

Três coisas a que Quentin Tarantino nos habituou: grandes cenas de violência, excelentes bandas sonoras e memoráveis citações. Aqui, a cortesia é de Michael Madsen que, por sua conta e risco, deu todo um outro contexto ao tema de fundo dos Stealers Wheel, "Stuck in the middle with you".



 This Is Spinal Tap

Este documentário fictício da alegada "banda mais barulhenta do Reino Unido" é considerado, por muitos, um dos melhores filmes de comédia de todos os tempos. O elenco terá trabalhado sobre um guião vagamente definido, o que fez com que a maioria dos diálogos e acções fossem improvisados.


 The Dark Knight

Heath Ledger teve a sua mais notável interpretação no cinema pouco tempo antes da sua morte. No papel de Joker, o actor transfigurou-se a todos os níveis e fez-nos esquecer de Batman, o super herói em crise de identidade.