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7 de jan. de 2012

Selvagens a procura de Lei com novo clipe e planos para este ano







A cena de rock cearense é ainda uma das maiores fontes genéticas dentro do Brasil. Não vem de hoje a essência de claves com seu nascedouro pelas terras além fronteira sudestiana. Um dos nomes desse novo tempo de bonanza é o quarteto Selvagens à Procura de Lei. Residentes em algumas das famigeradas e famosas listas do final de ano, a banda pode parecer jovem no sentido cartesiano do viver.
Não se engane. Atrás dessa epidérmica leveza facial, eles sabem muito bem o que querem e como conseguir. Prova posta na conversa que o baixista Caio Evangelista teve com o Nego Dito nessa tarde de sexta-feira, que tem nas ondas de calor meteorológico a nuance que une São Paulo e Fortaleza.
O tratar veio decorrente ao lançamento do mais novo clipe, “Mucambo Cafundó”, um manifesto audiovisual que marca o final de uma era na vida da banda. Não o término da independência, mas sim um outro entrecanto no caminho. Os Selvagens acabam de assinar um contrato com a gravadora Deck Disc, e agora, navegam por terras que para muitos podem ser perigosas.
Mas para Caio, o contrato é mais do que bem vindo.
Uma força que se soma na divulgação do trabalho e que principalmente pode disponibilizar mais tempo dentro do estúdio de gravação. O disco Aprendendo a Mentir, foi gravado nos moldes independentes nos Estúdios Casona em Recife”.
Durante uma semana tudo foi construído e a banda mesmo perfazendo um trabalho muito bom, sentiu a necessidade de apurar a qualidade sonora de maneira mais ímpar. Para alguém que inicia a vida adulta, negociar mais tempo dentro do habitat onde nascem as notas é primordial para que as canções se fortaleçam.
Outra face que poderá refletir esse auxílio é a negociação com produtores. Para Caio, o contrato ajudará nesse aspecto. Com tempo para a escolha certa e que se encaixe dentro dos objetivos. Mas não existe deslumbramento jovial nessas palavras. Eles sabem que antes de tudo a liberdade artística é a única senhora. Amor para a vida toda. Por isso não existe o longo prazo dentro de um mundo em crise. Os passos serão sempre um após o outro.
E o clipe novo marca a passada final dentro de 2011. Com imagens gravadas entre  julho e novembro (mês onde Os Selvagens tocaram no Festival Planeta Terra), o registro traça um diário da banda. O objetivo era mostrar os lugares onde os integrantes tocavam, surfavam e viviam. Deixar no ar para quem assiste a alquimia entre duas capitais tão distantes, mas que dentro da música são completamente complementares.
O lance foi reunir o material feito em São Paulo, o lugar onde a gente conseguiu conhecer bandas como a Vênus Volts e a Cachorro Grande, com as imagens do lugar onde nascemos, moramos e também tocamos. Os bares do centro de Fortaleza, a Catedral, o Mercado Central e a Praia do Futuro são locais com uma forte ligação. Queríamos mostrar aos nossos conterrâneos um pouco de São Paulo, por exemplo com as imagens do show no Beco 203, e mostrar aos paulistas o lugar de onde viemos. E isso acabou virando uma coisa legal, porque tem muita gente que assiste ao vídeo e diz que está com saudades de casa, da praia e dos bares“.
O baixista analisa que a temporada paulistana ajudou muito ao som e os contatos abriram um leque de oportunidades únicas. Mas não pensam em morar na terra da garoa:
Viver em São Paulo é algo que não é um objetivo nosso. O plano é voltar sempre que possível, inclusive para shows no interior. Mas viver na cidade não é nosso foco, mesmo porque a cena tem suas dificuldades tanto aqui (Fortaleza) quanto lá. O que muda é o tamanho das duas cidades. Gostaríamos de passar temporadas por aí, mas não como moradores. Também em 2012 queremos tocar no Rio e iniciar essa nova fase da banda dentro da gravadora. Mas sempre buscando andar com nossas próprias pernas“.
A direção do clipe da canção “Mucambo Cafundó” é de Joélio Souza, com imagens feitas por ele e Arthur Henrique.

Por
Fabio Navarro