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13 de abr. de 2012

Como a mídia manipula a sociedade


 Como a Mídia Manipula a Sociedade !


O linguista estadunidense Noam Chomsky elaborou uma lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO: 

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais” (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’). 

11 de Setembro de 2001
2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES: 

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

 3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO: 

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO: 

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento. 

 5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE: 

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.


6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO: 

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE: 

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores. 

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE: 

Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE: 

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM:
  
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos. 

 Resposta à Mídia; Morte de Osama bin Laden.

Resposta à mídia, escrita por Peter Joseph, fundador do Movimento Zeitgeist.
Em 1º maio de 2011, o presidente Barack Obama apareceu na televisão norte-americana em cadeia nacional, com o anúncio espontâneo de que Osama bin Laden, o suposto organizador dos trágicos acontecimentos de 11 de setembro de 2001, foi morto por forças militares no Paquistão.

Logo em seguida uma grande reação da mídia ocorreu em praticamente todas as redes de televisão, no que só poderia ser descrito como a exibição de uma celebração grotesca, reflexo de um nível de imaturidade emocional que beira a psicose cultural. O retrato de pessoas correndo pelas ruas de Nova York e Washington entoando slogans jingoístas americanos, acenando suas bandeiras como membros de algum culto, louvando a morte de outro ser humano, revela ainda outra camada desta doença que chamamos de sociedade moderna.

Não é o foco desta resposta abordar o uso político de tal evento ou iluminar a orquestração encenada de como a percepção pública seria controlada pela grande mídia e pelo governo dos Estados Unidos. Este artigo trata de expressar a irracionalidade bruta aparente e como nossa cultura torna-se tão facilmente obcecada e carregada emocionalmente em relação à simbologia superficial, e não com os verdadeiros problemas de raiz, suas soluções ou considerações racionais de circunstância.

O primeiro e mais óbvio ponto é que a morte de Osama bin Laden não significa nada quando se trata do problema do terrorismo internacional. Sua morte simplesmente serve como catarse para uma cultura que tem uma fixação neurótica em vingança e retaliação. O próprio fato de que o governo que, do ponto de vista psicológico, sempre serviu como uma figura paterna para seus cidadãos, reforça a idéia de que assassinar pessoas é uma solução, deveria bastar para que a maioria de nós fizesse uma pausa e refletisse sobre a qualidade dos valores provenientes do próprio zeitgeist.

No entanto, além das distorções emocionais e do padrão trágico e vingativo de recompensar a continuação da divisão humana e da violência, há uma reflexão mais prática em relação ao real problema e a importância desse problema quanto à sua prioridade.

A morte de qualquer ser humano é de uma conseqüência imensurável na sociedade. Nunca é apenas a morte do indivíduo. É a morte de relacionamentos, companheirismo, apoio e da integridade dos ambientes familiar e comunitário. As mortes desnecessárias de 3.000 pessoas em 11 de setembro de 2001 não são nem mais nem menos importantes do que as mortes daqueles durante as guerras mundiais, através de câncer e doenças, acidentes ou qualquer outra coisa.

Como sociedade, é seguro dizer que nós buscamos um mundo que estrategicamente limite todas as consequências desnecessárias através de abordagens sociais que permitam a maior segurança que nossa engenhosidade possa criar. É neste contexto que a obsessão neurótica com os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 tornou-se gravemente insultante e prejudicial ao progresso. Criou-se um ambiente em que quantidades ultrajantes de dinheiro, recursos e energia são gastos na busca e destruição de subculturas muito pequenas de seres humanos que apresentam diferenças ideológicas e agem sobre essas diferenças através da violência.

Ainda assim, apenas nos Estados Unidos, a cada ano cerca de 30.000 pessoas morrem em acidentes automobilísticos, a maioria dos quais poderiam ser evitados por mudanças estruturais muito simples. Isso são dez “11 de setembro” a cada ano… mas ninguém parece lamentar esta epidemia. Da mesma forma, mais de 1 milhão de americanos morrem de doenças cardíacas e câncer por ano – cujas causas atualmente são, em sua maioria, facilmente ligadas a influências ambientais. No entanto, independentemente dos mais de 330 “11 de setembro” que ocorrem a cada ano neste contexto, as alocações de orçamentos públicos para pesquisas sobre estas doenças são apenas uma fração do dinheiro gasto em operações “anti-terrorismo”.

Tal lista poderia aumentar indefinidamente no que diz respeito à perversão de prioridades quando se trata do verdadeiro significado de salvar e proteger a vida humana, e espero que muitos possam reconhecer o grave desequilíbrio que temos em mãos, quanto aos nossos valores.

Então, voltando ao ponto de vingança e retaliação, vou concluir esta resposta com uma citação do Dr. Martin Luther King Jr., provavelmente a mais brilhante mente intuitiva quando se tratava de conflitos e do poder da não-violência. Em 15 de setembro de 1963, uma igreja em Birmingham, no Alabama, foi bombardeada, o que causou a morte de quatro meninas que frequentavam as aulas de educação religiosa aos domingos.

Em um discurso público, o Dr. King declarou:
“O que assassinou as quatro meninas? Olhe ao seu redor. Você vai ver que muitas pessoas que você jamais imaginaria capazes participaram deste ato de maldade. Portanto, esta noite todos nós precisamos sair daqui com uma nova determinação de luta. Deus tem uma tarefa para nós. Talvez a nossa missão seja salvar a alma dos Estados Unidos. Não podemos salvar a alma desta nação atirando tijolos. Não podemos salvar a alma desta nação pegando nossas munições e saindo disparando com armas físicas. Temos que saber que temos algo muito mais poderoso. Basta adotar a munição do amor.”

– Dr. Martin Luther King, 1963


 Peter Joseph