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13 de abr. de 2012

A história do beijo



V-J Day in Times Square  é uma famosa fotografia de Alfred Eisenstaedt publicada pela Revista Life que mostra um marinheiro norte-americano beijando uma jovem em 14 de agosto de 1945,  quando ocorreu com o anúncio do fim dos confrontos contra o Japão feito pelo presidente Harry Truman. Por isso o nome ‘V-J Day’ , que significa a vitória dos americanos sobre os japoneses no fim da Segunda Guerra Mundial.
As mais antigas referências ao beijo remontam a 2500 a.C., nas paredes do templo de Khajuraho, na Índia. Na Antiguidade, as pessoas costumavam mandar beijos para os deuses. Também era comum, para gregos e romanos, o beijo entre os guerreiros, na volta das batalhas. Era uma espécie de reconhecimento. Aliás, os gregos adoravam beijar. Mas foram os romanos que difundiram o costume. Os imperadores permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios e os menos importantes, as mãos. Os súditos podiam beijar somente os pés. Eles tinham três tipos de beijos: o basium, entre conhecidos; o osculum, entre amigos; e o suavium, o beijo dos amantes. Na Escócia, era costume o padre beijar os lábios da noiva no final da cerimônia. Acreditava-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção. Na festa, a noiva deveria beijar todos os homens na boca, em troca de dinheiro. Na Rússia, uma das mais altas formas de reconhecimento oficial era receber o beijo do czar.
Em Latim, beijo significa toque dos lábios. No Ocidente, ele é tido como gesto de afeição. No Brasil, D. João VI introduziu a cerimônia do beija-mão. Em determinados dias, o acesso ao Paço Imperial era liberado a todos que desejassem apresentar alguma reivindicação ao monarca. Em sinal de respeito, tanto os nobres quanto as pessoas mais simples – até mesmo os escravos – beijavam-lhe a mão direita antes de fazer seu pedido. Esse hábito foi mantido por D. Pedro I e D. Pedro II.
Os antropólogos acreditam que o beijo se originou do fato das mães alimentarem seus bebês, da mesma maneira que os pássaros: elas mastigariam o alimento e o passariam para a boca de seu filho. Depois dos bebês aprenderem como ingerir alimentos sólidos, suas mães talvez os beijassem para confortá-los ou demonstrar afeto. O beijo é um comportamento que se aprende, passando de geração para geração. Nós o fazemos porque aprendemos com nossos pais e com a sociedade a nossa volta. Mas em muitas dessas culturas, ninguém havia beijado até os ocidentais introduzirem a prática.
Já outros pesquisadores acreditam que o beijo vem do instinto. Eles citam como exemplo o bonobo (espécie de macaco), que é relativamente próximo aos humanos, para fundamentar essa idéia. Os bonobos se beijam frequentemente. Independentemente do sexo ou status em seu grupo social, eles se beijam para reduzir a tensão depois das disputas, para se acalmarem, para desenvolver vínculos sociais e, às vezes, por nenhuma razão específica. Alguns cientistas acreditam que os beijos dos primatas provam que o desejo de beijar é instintivo.
Outras espécies animais têm comportamentos que lembram o beijo. Alguns mamíferos lambem a face um do outro, pássaros tocam o bico um do outro e as lesmas tocam as antenas umas das outras. Em alguns casos, os animais estão apenas cuidando um do outro e não se beijando, conforme nós, humanos, entendemos. Em outras ocasiões, estão farejando glândulas odoríferas localizadas na face ou na boca. De qualquer forma, quando animais se tocam dessa maneira, estão mostrando sinais de confiança e afeto ou desenvolvendo ligações sociais.

Os efeitos do beijo

Embora os estudiosos não saibam como nem por que as pessoas começaram a se beijar, eles sabem que o beijo romântico afeta profundamente a maioria das pessoas. O Instituto Kinsey descreve a resposta de uma pessoa ao beijo como uma combinação dos três fatores a seguir:
- Sua reação depende do seu estado emocional e de como você se sente com relação à pessoa que estiver beijando. Sob o aspecto psicológico, beijar alguém que você deseja estimula sentimentos de vínculo e afeto. Mas, se está beijando alguém de quem você não gosta, ou se for beijado contra a sua vontade, sua resposta será completamente diferente;
- Seu corpo reage fisicamente ao fato de ser beijado. A maior parte das pessoas gosta de ser tocada e isso é parte da sua resposta corporal ao beijo. Mas o beijo afeta também todo o corpo, desde o fluxo sanguíneo até o seu cérebro.
- A cultura na qual você foi criado tem papel muito importante sobre o que você sente em relação ao beijo. Na maior parte das sociedades ocidentais, as pessoas estão condicionadas ao beijo. O comportamento das pessoas à sua volta, as imagens da mídia e outros fatores sociais podem afetar dramaticamente a maneira como você reage quando é beijado.
Esses fatores têm função em todos as espécies de beijo e não apenas nos românticos. Em outras palavras, quando uma mãe beija o machucado de seu filho para que ele se sinta melhor, os fatores psicológicos, biológicos e sociais desempenham um papel nas reações de ambos. A mesma coisa é válida quando amigos se beijam num cumprimento, quando religiosos beijam seus símbolos ou quando irmãos se beijam e fazem as pazes após uma discussão. Embora alguns beijos sejam platônicos e outros sejam românticos, eles geralmente têm uma coisa em comum, ou seja, são inspirados por sentimentos positivos e tendem a inspirar estes mesmos sentimentos.
O Dia do Beijo é comemorado em 13 de abril. Muitas teorias existem sobre a origem desse dia, mas nenhuma é confirmada como verdadeira. Uma delas refere-se à Itália, onde existiria um tal de Enrique Porchelo. O “Don Juan”  beijava todas as mulheres da vila, inclusive as casadas. No dia 13 de abril de 1882, o padre local, injuriado, ofereceu um prêmio em moedas de ouro às mulheres que não tivessem ainda sido beijadas pelo homem. Nenhuma mulher apareceu para receber o prêmio. Dizem que o padre morreu e o dinheiro continua por lá, em algum lugar.