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16 de abr. de 2012

Mensagens na garrafa


Que possibilidades temos de que ao atirar uma garrafa ao mar, esta seja recolhida a milhares e milhares de km por alguém? A verdade é que a maioria acaba dando a volta ao mundo sem tocar a terra, mas aconteceram casos surpreendentes e documentados na história que despertam nosso assombro. Frágil como é, uma garrafa bem fechada é um dos objetos mais "marinheiros" do mundo.


Os furacões e as grandes tempestades podem afundar grandes barcos, mas não há quem afunde a maioria dos recipientes de vidro. O caso mais rocambolesco foi talvez o de Chunosuke Matsuyama, um marinheiro japonês que naufragou com 44 colegas em 1784. Pouco antes de que ele e seus colegas morressem de fome em um arrecife de coral do Pacífico.

Matsuyama escreveu um breve relato de sua tragédia em um pedaço de madeira, selou-o em uma garrafa, e jogou-a no mar. A garrafa permaneceu a deriva durante 151 anos, até que em 1935 chegou à costa do povoado onde nasceu nosso personagem. Parece mentira... É impossível predizer a direção de uma garrafa. Em uma ocasião, fizeram uma espécie de experimento lançando duas garrafas ao mesmo tempo na costa Brasileira.

Uma delas apareceu em uma praia da África, enquanto a outra chegou à costa da Nicarágua. Como é lógico, as correntes marinhas são o fator determinante para isso. Crê-se que a viagem mais longa foi feita por uma garrafa que colocaram o nome de um barco e uma ópera conhecida: "O Holandês Errante". Foi lançada pela primeira vez por parte de uma expedição de cientistas alemães em 1929 no sul do Oceano Índico.


No interior tinha uma mensagem onde era possível ler sem romper a garrafa, pedindo a quem encontrasse que notificasse o achado e lançasse a garrafa de novo ao mar. Chegou à costa da América do Sul. Encontrada, informaram o achado e foi jogada de novo. Posteriormente transladou-se para o Atlântico, depois foi parar no Oceano Índico, passando bem próxima do local onde tinha sido lançada, e voltou a aparecer na Costa da Austrália em 1935.

Ao todo foram 2 anos investidos para fazer seu "périplo", uma média de velocidade mais que respeitável. Em 1953 uma garrafa foi achada na Tasmânia e uma senhora reconheceu a letra de seu filho que tinha morrido pouco depois de lançá-la à água 35 anos antes, próximo a França.



O uso das garrafas também é utilizado para fins científicos, tais como predizer os movimentos das marés negras, as minas, e inclusive os bancos de peixes. Paulina e Ake Viking casaram-se na Sicília no outono de 1958, graças a uma destas garrafas.

Dois anos antes Ake, um aborrecido jovem marinheiro sueco em um barco em alto mar, jogou uma garrafa com uma mensagem pedindo qualquer garota que a encontrasse que lhe escrevesse uma mensagem. O pai de Paulina, um pescador siciliano, achando que aquilo era uma brincadeira boba, deu a garrafa a sua filha para que enviasse uma mensagem ao marinheiro solitário.

Vocês já sabem o resultado. Ake visitou a Sicília, e acabaram casando-se rapidamente. Apesar da condição insólita, encontrar uma mensagem na garrafa dezenas de anos depois, no outro lado do mundo é mais comum do que pensamos. Basta dar uma olhada na busca do MDig com palavras relacionadas ao assunto para achar dezenas de resultados.

 Atirar uma garrafa ao mar não é tarefa difícil e, quem sabe, algum dia alguém ligue ou envie um e-mail desde os confins do mundo dizendo: - "Oi, encontrei sua garrafa..." <