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15 de jun. de 2012

Um gigantesco pedaço de pedra é admirado pelo mundo


O que um gigantesco pedaço de pedra tem de incrível


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Um dos maiores e mais famosos monólitos do mundo é Ayers Rock. Um imenso pedaço de arcose, uma rocha sedimentar detrítica rica em feldspato situada a cerca de 500 quilômetros a sudeste de Alice Springs, no centro da Austrália. As suas escarpas, arredondadas e estriadas pela natureza, com cerca de 335 metros de altura e 8 quilômetros de perímetro, são tanto mais espantosas por se erguerem acima da plana imensidão desértica, marcada por acácias e carvalhos-do-deserto.


Ao amanhecer o monólito parece absorver a luz do Sol, é como um camaleão gigante mudando de cor, liberando um brilho estonteante. Ayers Rock foi descoberto em 1873 pelo explorador William Gosse. Ele batizou a rocha com o nome do presidente australiano, sem saber que tinha já um nome aborígene: Uluru.

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Diabo-espinhoso (Moloch horridus) é um extraordinário lagarto encontrado na região em torno do Uluru. Tem um colorido especial para camuflagem no deserto, muda de cor pálida, quando quente para cor mais escura quando frio. A espécie é inteiramente coberta de espinhos cônicos e possui "falsa cabeça" na parte de trás do pescoço.


Todos os anos milhares de pessoas visitam esta pedra notável, para admirarem o momento em que ela tornar-se um vermelho-carmesim ao Sol poente, ou após uma tempestade. Do ponto mais alto do rochedo, no lado ocidental (cuja superfície macia e lisa custou, no passado, várias vidas), varrido pelos ventos, marcado de profundos buracos cilíndricos e riscados de sulcos, avista-se panoramas arrebatadores em todas as direções.

20111005-AR.jpg Os aborígenes tentam persuadir os visitantes a não escalarem o rochedo sagrado. Fotografia de algumas partes da pedra, inclusive a formação chamada o “Cérebro” não é autorizada.


A história geológica de Ayers Rock mergulha milhões de anos no passado. As suas camadas verticais de rocha foram em tempos horizontais - parte de um antigo leito oceânico - até serem voltadas por movimentos da crosta terrestre. As forças da erosão desgastaram e desfiguraram a rocha com cavernas, buracos, arestas e sulcos, mas não a destruíram.

Por um processo recorrente a que se da o nome de desbaste, toda a camada superficial do rochedo se vai desgastando ao mesmo tempo, mas mantém a mesma forma. Para os aborígenes, Uluru é algo mais que um gigantesco pedaço de pedra, o rochedo é uma escultura viva de história ancestral e os seus aspectos físicos são explicados pelas lendas.

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Kata Tjuta, também conhecido como Monte Olga ( The Olgas), é um grupo de grandes formações rochosas situadas na mesma área do Uluru. Kata Tjuta e Uluru formam os dois principais marcos dentro do Uluru-Kata Tjuta National Park


Para os povos aborígenes, o local era sagrado desde o tempo dos seus antepassado. Uluru tem inúmeras fendas, cavernas rochosas, pinturas antigas e poços com água. Os aborígenes mantêm vivas as tradições do seu Tempo Imaginado e celebram o seu ambiente natural em pinturas, que podem ser vistas em diferentes pontos de Uluru. Eles acreditam que as figuras gravadas no rochedo pela erosão foram feitas pelos seus espíritos ancestrais.

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Não é de se surpreender que essa rocha maciça, com a sua posição isolada, as suas misteriosas e profundas sulcadas paredes e as insólitas mudanças de cor, esteja impregnada de lendas do Tempo Imaginado dos aborígenes. Pois este é um local onde o mito se cruza com a Natureza.

Atlas do Extraordinário/Lugares Lendários.