O que um gigantesco pedaço de pedra tem de incrível
Um dos maiores e mais famosos monólitos do mundo é
Ao amanhecer o monólito parece absorver a luz do Sol, é como um camaleão gigante mudando de cor, liberando um brilho estonteante. Ayers Rock foi descoberto em 1873 pelo explorador William Gosse. Ele batizou a rocha com o nome do presidente australiano, sem saber que tinha já um nome aborígene: Uluru.
Diabo-espinhoso (Moloch horridus) é um extraordinário lagarto encontrado na região em torno do Uluru. Tem um colorido especial para camuflagem no deserto, muda de cor pálida, quando quente para cor mais escura quando frio. A espécie é inteiramente coberta de espinhos cônicos e possui "falsa cabeça" na parte de trás do pescoço.
Todos os anos milhares de pessoas visitam esta pedra notável, para admirarem o momento em que ela tornar-se um vermelho-carmesim ao Sol poente, ou após uma tempestade. Do ponto mais alto do rochedo, no lado ocidental (cuja superfície macia e lisa custou, no passado, várias vidas), varrido pelos ventos, marcado de profundos buracos cilíndricos e riscados de sulcos, avista-se panoramas arrebatadores em todas as direções.
Os aborígenes tentam persuadir os visitantes a não escalarem o
rochedo sagrado. Fotografia de algumas partes da pedra, inclusive a
formação chamada o “Cérebro” não é autorizada.
A história geológica de Ayers Rock mergulha milhões de anos no passado. As suas camadas verticais de rocha foram em tempos horizontais - parte de um antigo leito oceânico - até serem voltadas por movimentos da crosta terrestre. As forças da erosão desgastaram e desfiguraram a rocha com cavernas, buracos, arestas e sulcos, mas não a destruíram.
Por um processo recorrente a que se da o nome de desbaste, toda a camada superficial do rochedo se vai desgastando ao mesmo tempo, mas mantém a mesma forma. Para os aborígenes, Uluru é algo mais que um gigantesco pedaço de pedra, o rochedo é uma escultura viva de história ancestral e os seus aspectos físicos são explicados pelas lendas.
Kata Tjuta, também conhecido como Monte Olga ( The Olgas), é um grupo de grandes formações rochosas situadas na mesma área do Uluru. Kata Tjuta e Uluru formam os dois principais marcos dentro do Uluru-Kata Tjuta National Park
Para os povos aborígenes, o local era sagrado desde o tempo dos seus antepassado. Uluru tem inúmeras fendas, cavernas rochosas, pinturas antigas e poços com água. Os aborígenes mantêm vivas as tradições do seu Tempo Imaginado e celebram o seu ambiente natural em pinturas, que podem ser vistas em diferentes pontos de Uluru. Eles acreditam que as figuras gravadas no rochedo pela erosão foram feitas pelos seus espíritos ancestrais.
Não é de se surpreender que essa rocha maciça, com a sua posição isolada, as suas misteriosas e profundas sulcadas paredes e as insólitas mudanças de cor, esteja impregnada de lendas do Tempo Imaginado dos aborígenes. Pois este é um local onde o mito se cruza com a Natureza.
Atlas do Extraordinário/Lugares Lendários.