"Bandeira Branca", com Dalva de Oliveira. A última marchinha de carnaval
Num determinado momento da
história do carnaval do Rio de Janeiro, as marchinhas de carnaval
foram substituídas pelos sambas-enredo. Costuma-se dizer que a
história das marchinhas começa com "Abre-alas", de Chiquinha
Gonzaga, em 1899, e termina com a conhecida "Bandeira Branca",
de Max Nunes e Laércio Alves, que foi não só a última
marchinha de carnaval que fez grande sucesso, mas também o último
sucesso de uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos:
Dalva de Oliveira.
As marchinhas, diferente das
músicas carnavalescas que as substituíram (embora, nos carnavais,
elas continuem eternamente entre as mais executadas), ultrapassavam
os limites das meras canções de amor, pois tratavam de política,
costumes, e tinham, muitas vezes, uma dose de humor politicamente
incoirreto que não permitiria que tais músicas fossem aprovadas nos
enfadonhos tempos atuais.
Interessante que a primeira
grande marchinha fosse um "abre-alas" para um ritmo que dominaria o
carnaval durante 70 anos, e a última, "bandeira branca", uma música
triste, em tom menor, em que o eu-lírico se rende, pede paz, em
nome da saudade de um grande amor. É até um paradoxo que tenha se
tornado um grande sucesso de carnaval. Quem sabe um prenúncio, um
presságio...
Um epílogo para a carreira de
sucesso de Dalva de Oliveira, e o capítulo derradeiro do domínio
das marchinhas de carnaval...
Bethania e sua única participação em Festivais (Beira-Mar, de Gil e Caetano)
Poucos sabem, mas antes do
célebre festival da Record em 1967 (que inspirou o belo
documentário Uma noite em
67), Caetano e Gil inscreveram uma música
para o I Festival Internacional da Canção (FIC), em 1966,
inscrevendo a música "Beira-Mar", uma parceria entre os
dois.
A música foi defendida por
Maria Bethania (sua única participação em festivais). É uma bela
música, bem regional, com tema Caymmiano e
influência da bossa-nova, com muitos acordes dissonantes e um jeito
de cantar que não é tido como "música de festival". A música não
foi classificada entre as melhores.
Bethania, numa entrevista para
o Pasquim em 1969 (que já referi em outra
postagem, http://musicaemprosa.musicblog.com.br/265526/O-Pasquim-e-Maria-Bethania-em-1969/)
falou de sua experiência no
festival:
O Pasquim – Porque você não
participa dos
festivais?
Bethânia
– Eu só
participei de um, que foi
o I Festival
Internacional da
Canção, e não
suportei. Me irritou porque cantei uma música linda,
chamada Beira-Mar,
do Caetano e do Gil, uma música muito bonita, não fui vaiada nem
nada, fui até aplaudida, naquele tempo não havia vaia, todo mundo
adorou, Eliana Pitman era
júri...
O Pasquim
– Essa é uma crítica construtiva ou
destrutiva?
Bethânia – Construtiva pro festival, pra ter mais cuidado. Quando terminou o show, minha música foi desclassificada, estava indo embora assim meio "relax", o Ronaldo Bôscoli, que comandava o festival e na época era meu inimigo...
Bethânia – Construtiva pro festival, pra ter mais cuidado. Quando terminou o show, minha música foi desclassificada, estava indo embora assim meio "relax", o Ronaldo Bôscoli, que comandava o festival e na época era meu inimigo...
O Pasquim
– E hoje o que ele é
seu?
Bethânia – Ah, é meu amigo íntimo, de cama e mesa. Mas o Ronaldo virou-se para o grupo que estava comigo e comentou: desta vez os baianos entraram bem. Disse aquilo com um certo ódio, aquilo me irritou. Sabe o que o júri falou com o Gil e o Caetano? Que a música realmente era linda, podia ganhar. Que eles todos votaram, deram dez de cara, foi muito defendida, o arranjo do Luizinho Eça era maravilhoso, mas tinha uma coisa que eles não gostaram: a letra dizia que não havia um mar mais bonito que o da Bahia, mais azul do que o da Bahia. Então, eles disseram pra mim, pro Caetano o seguinte: vocês conhecem Cabo Frio, como é que vocês falam isso? Então, eu fiquei naquela: como é?
Bethânia – Ah, é meu amigo íntimo, de cama e mesa. Mas o Ronaldo virou-se para o grupo que estava comigo e comentou: desta vez os baianos entraram bem. Disse aquilo com um certo ódio, aquilo me irritou. Sabe o que o júri falou com o Gil e o Caetano? Que a música realmente era linda, podia ganhar. Que eles todos votaram, deram dez de cara, foi muito defendida, o arranjo do Luizinho Eça era maravilhoso, mas tinha uma coisa que eles não gostaram: a letra dizia que não havia um mar mais bonito que o da Bahia, mais azul do que o da Bahia. Então, eles disseram pra mim, pro Caetano o seguinte: vocês conhecem Cabo Frio, como é que vocês falam isso? Então, eu fiquei naquela: como é?
O Pasquim
– Mas quem foi que disse
isto?
Bethânia – Foi o Menescal. Dando risada, assim muito charmoso, mas ele falou a verdade, não deu nota por causa disso.
Bethânia – Foi o Menescal. Dando risada, assim muito charmoso, mas ele falou a verdade, não deu nota por causa disso.
O Pasquim
– E você nunca mais quis participar de festival por causa
disso?
Bethânia – E depois foram acontecendo aquelas vaias, aquela falta de respeito, eu acho uma coisa terrível. Eu não posso entender um Roberto Carlos maravilhoso, um cantor excelente como ele é, um cara tão bacana, tão querido por todo o Brasil, de repente ser vaiado.
Bethânia – E depois foram acontecendo aquelas vaias, aquela falta de respeito, eu acho uma coisa terrível. Eu não posso entender um Roberto Carlos maravilhoso, um cantor excelente como ele é, um cara tão bacana, tão querido por todo o Brasil, de repente ser vaiado.
No disco
Unplugged, Gilberto Gil resgatou a bela gravação de
Beira-mar... Caetano fez a primeira parte da letra, e Gil a
completou... uma poesia...
Na terra em que o mar não
bate
Não bate o meu coração
O mar onde o céu flutua
Onde morre o sol e a lua
E acaba o caminho do chão
Nasci numa onda verde
Na espuma me batizei
Vim trazido numa rede
Na areia me enterrarei
Na areia me enterrarei
Ou então nasci na palma
Palha da palma no chão
Tenho a alma de água clara
Meu braço espalhado em praia
Meu braço espalhado em praia
E o mar na palma da mão
No cais, na beira do cais
Senti meu primeiro amor
E num cais que era só cais
Somente mar ao redor
Somente mar ao redor
Mas o mar não é todo mar
Mar que em todo o mundo exista
Ou melhor, é o mar do mundo
De um certo ponto de vista
De onde só se avista o mar
E a Ilha de Itaparica
A Bahia é que é o cais
A praia, a beira, a espuma
E a Bahia só tem uma
Costa clara, litoral
Costa clara, litoral
É por isso que é o azul
Cor de minha devoção
Não qualquer azul, azul
De qualquer céu, qualquer dia
O azul de qualquer poesia
De samba tirado em vão
É o azul que a gente fita
No azul do mar da Bahia
É a cor que lá principia
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
Não bate o meu coração
O mar onde o céu flutua
Onde morre o sol e a lua
E acaba o caminho do chão
Nasci numa onda verde
Na espuma me batizei
Vim trazido numa rede
Na areia me enterrarei
Na areia me enterrarei
Ou então nasci na palma
Palha da palma no chão
Tenho a alma de água clara
Meu braço espalhado em praia
Meu braço espalhado em praia
E o mar na palma da mão
No cais, na beira do cais
Senti meu primeiro amor
E num cais que era só cais
Somente mar ao redor
Somente mar ao redor
Mas o mar não é todo mar
Mar que em todo o mundo exista
Ou melhor, é o mar do mundo
De um certo ponto de vista
De onde só se avista o mar
E a Ilha de Itaparica
A Bahia é que é o cais
A praia, a beira, a espuma
E a Bahia só tem uma
Costa clara, litoral
Costa clara, litoral
É por isso que é o azul
Cor de minha devoção
Não qualquer azul, azul
De qualquer céu, qualquer dia
O azul de qualquer poesia
De samba tirado em vão
É o azul que a gente fita
No azul do mar da Bahia
É a cor que lá principia
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
Tá?
Você
faria uma música com as palavras cortadas, suprimindo delas a
sílaba final? Foi assim que nasceu a bela e criativa música "Ta?",
uma letra de Carlos Rennó para músicas de Pedro Luís e Roberta Sá,
e gravada originalmente por Mariana Aydar.
A
letra, na sua primeira estrofe, já diz ao que vem. "Pra bom
entendedor meia palavra bas-", omitindo o "ta" da última
palavra, regra que se repete nas outras estrofes e versos, sempre
com a omissão da última sílaba, que não por coincidência, é o
"ta".
Mariana Aydar, numa entrevista, contou um pouco
como surgiu a canção:
Na verdade, foi no meu
segundo CD, ”Peixes Pássaros Pessoas”. Eu tinha
encomendado uma letra para o Rennó, queria que falasse da nossa
condição humana, de quanto o homem é um bicho difícil! E o Rennó
acertou em cheio e deu a letra para Pedro e Roberta musicarem. Foi
uma grata surpresa na hora em que ouvi! Achei incrível como a
melodia e a letra se fundiram. É uma música que tenho muito carinho
e sempre canto nos shows. Acho o Pedro um compositor raro, sempre
quis gravar algo dele, todos os discos eu pedia uma
música".
E o
"Tá?" do título, que pode ser uma contração do verbo estar, brinca
com as palavras, fala do homem sem dizer seu nome, afinal, pra bom
entendedor meia palavra basta. E a letra ganha sua criatividade
justamente pelas sílabas que omite, pelo "ta" implícito em cada
verso...
E o
ritmo, meio regional, meio experimental, com um toque de baião, dá
a personalidade definitiva a essa música criativa com mensagem
ecológica...
A
letra:
Pra bom entendedor, meia palavra
bas-Eu vou denunciar a sua ação nefas-
Você amarga o mar, desflora a flores-
Por onde você passa, o ar você empes-
Não tem medida a sua ação imediatis-
Não tem limite o seu sonho consumis-
Você deixou na mata uma ferida expos-
Você descora as cores dos corais na cos-
Você aquece a Terra e enriquece à cus-
Do roubo, do futuro e da beleza augus-
Mas do que vale tal riqueza? Grande bos-
Parece que de neto seu você não gos-
Você decreta a morte, a vida ainda em vis-
Você declara guerra à paz por mais bem quis-
Não há em toda fauna um animal tão bes-
Mas já tem gente vendo que você não pres-
Não vou dizer seu nome porque me desgas-
Pra bom entendedor, meia palavra bas-
Não vou dizer seu nome porque me desgas-
Pra bom entendedor, meia palavra bas-
Bom entendedor, meia palavra bas-
Bom entendedor, meia palavra bas-
Pra bom entendedor, meia palavra bas-
Fonte: http://garotafm.com.br/2012/03/15/mariana-aydar-divide-noite-de-lancamento-com-pedro-luis-acho-o-pedro-um-compositor-raro/
Beware of Young Girls. De Dory Previn para Mia Farrow Uma não-homenagem
Dory
Previn não é exatamente uma cantora muito conhecida. Nascida em
1925, Dory casou-se em 1959 com André Previn, fazendo com ele uma
parceria de sucesso. Eles compuseram para os filmes de Hollywood
diversas canções, chegando, inclusive, a ganhar duas indicações ao
Oscar de Melhor Canção Original.
Ocorre que um episódio da sua vida acabou sendo
inspiração para sua música mais conhecida, gravada em
1970: Beware of
Young Girls, uma espécie de desabafo e aviso.
Dory Previn
A
canção teve como inspiração a atriz Mia
Farrow. Conforme
relatam Frank Hopkinson e Michael Heatley, no livro
"Músicas & Musas - A
verdadeira história por trás de 50 clássicos pop", no ano de 1968 André Previn, marido de Dory,
passou a ser regente da Orquestra Sinfônica de Londres. Nessa
época, ele começou a ter um affair com Mia Farrow, que tinha 23 anos (Dory
tinha 43 em 1968). Mia era ex-mulher de Frank Sinatra.
Mia Farrow
Mia
engravidou de André Previn, e a descoberta da gravidez por Dory, no
início de 1969, levou ao fim do seu casamento com André. Como
consequencia, Dory teve um sério colapso, a ponto de ter sido
internada e recebido terapia eletroconvulsiva.
"Quando se recuperou do trauma e
voltou a trabalhar, Dory descobriu que suas composições estavam
contribuindo para sua terapia e se tornando mais introspectivas. Um
dos primeiros produtos de sua autoanálise foi “Beware of
Young Girls”, de 1970. O arranjo musical e a letra possuem
uma leveza de toque através do qual jorra seu mais amargo
sentimento de traição".
Quem
presta atenção na letra percebe a amargura explícita de Dory, que
se viu traída pelo marido, que engravidara uma mulher 20 anos mais
jovem. A letra narra Mia como uma mulher traiçoeira, que se
aproveita da confiança e da amizade de Dory para usurpar-lhe o
marido. Em diversas passagens, as advertências:
Cuidado com as jovens que
chegam à sua porta melancólicas e pálidas, com 24 anos trazendo
margaridas com suas mãos delicadas
Muitas vezes
elas anseiam para chorar num casamento e dançar em um
túmuloQuando ela olhou minha cama desfeita, ela admirava minha cama desfeita
As referências a como Mia Farrow
entrou na sua casa, como ela foi "amiga" de Dory, à dor que sentiu
e ao vaticínio de que um dia, essa jovem de 24 anos iria deixar o
seu amado estão impregnadas na canção.
O fato é que André Previn e
Mia Farrow acabaram casando-se, tiveram seis filhos,
entre naturais e adotivos, e
mantiveram boas relações depois que se divorciaram em 1979. Em
1980, Farrow começou a sair com o diretor de cinema Woody Allen,
apenas nove anos mais velho que ela.
Ironicamente, o casamento de Mia Farrow com
Woody Allen desmoronou publicamente em 1992, quando Farrow
descobriu que Allen tinha um caso com Soon-Yi Previn, uma das
filhas adotivas dela e de André, 35 anos mais jovem que
Allen.
"Em 1997,
Woody e Soon-Yi se casaram. Mia se recusou a voltar a ver Soon-Yi,
e naquele mesmo ano publicou uma autobiografia na qual, com muito
atraso, pediu desculpas a Dory. Dory voltou a trabalhar com André
em 1997, a primeira vez desde 1967, em uma peça de 17 minutos para
orquestra e soprano intitulada The Magic
Number."
Ela parecia, afinal, estar em
paz consigo mesma. “O mundo vasculhou a minha vida, - conhece
todos os meus segredos. Estou aqui para
isso.”
E, como tinha feito as pazes com Mia,
foi indagada em 2008 se a traidora tinha escutado “Beware of
Young Girls”. “Com o ego que tem? É claro que
sim. Provavelmente
emoldurou o disco e pendurou no banheiro!”
Uma canção muito triste,
confessional, e várias histórias tristes que a seguiram... Dory
Previn morreu em 15 de fevereiro de 2012A letra:
Beware
Of young girls
Who come to the door
Wistful and pale
Of twenty and four
Delivering daisies
With delicate hands
Beware
Of young girls
Too often they crave
To cry
At a wedding
And dance
On a grave
She was my friend
My friend
My friend
She was invited to my house
Oh yes
She was
And though she knew
My love was true
And
No ordinary thing
She admired
My wedding ring
She admired
My wedding ring
She was my friend
My friend
My friend
She sent us little silver gifts
Oh yes
She did
Oh what a rare
And happy pair
She
Inevitably said
As she glanced
At my unmade bed
She admired
My unmade bed
My bed
Beware
Of young girls
Who come to the door
Wistful and pale
Of twenty and four
Delivering daisies
With delicate hands
Beware
Of young girls
To often they crave
To cry
At a wedding
And dance
On a grave
She was my friend
My friend
My friend
I thought her motives were sincere
Oh yes
I did
Ah but this lass
It came to pass
Had
A dark and different plan
She admired
My own sweet man
She admired
My own sweet man
We were friends
Oh yes
We were
And she just took him from my life
Oh yes
She did
So young and vain
She brought me pain
But
I’m wise enough to say
She will leave him
One thoughtless day
She’ll just leave him
And go away
Oh yes
Beware
Of young girls
Who come to the door
Wistful and pale
Of twenty and four
Delivering daisies
With delicate hands
Beware
Of young girls
To often they crave
To cry
At a wedding
And dance
On a grave
Beware of young girls
Beware of young girls
Beware
Billie Jean. Motown 25
Na postagem anterior, comentei a
participação dos Jackson 5 no especial Motown 25: Yesterday,
Today and Forever, quando eles se reuniram pela primeira
vez na sua formação original após Jermaine ter deixado o grupo.
Mas há, em seguida, uma apresentação que consagrou
definitivamente Michael Jackson como maior astro pop mundial, que
foi sua apresentação individual, logo em seguida, na qual cantou
Bille Jean.
Mas há algumas infiormações sobre
os bastidores de tal participação, relatadas por J. Randy
Taraborelli, na biografia que escreveu sobre Michael Jackson (Ed.
Globo, 2005).
As relações entre Berry Gordy Jr.
(dono da Motown) e a familia Jackson não era das melhores. A Motown
reservou para si o nome Jackson 5, e ainda incentivou Jermaine
Jackson (casado com a filha de Berry) a deixar o grupo. Além disso,
Michael não queria participar do especial, pois não gostava de suas
apresentações na televisão. Por essa e outras razões, relutava em
participar do especial.
Foi convencido pessoalmente por
Berry, pois, a despeito das brigas, ele sentia muita gratidão por
Berry, e os bons tempos do início de sua carreira. Acabou cedendo,
sob uma condição: teria que fazer um número solo, exigência que
Berry concordou imediatamente.
Porém, em seguida, Michael exigiu
que sua aprtesentação fosse da música Billie Jean. Berry
inicialmente objetou, dizendo que a música não tinha sido gravada
pela Motown, e não tinha sentido apresentá-la num especial da
gravadora. Só que Michael disse que se não pudesse cantar
Billie Jean, não iria se apresentar.
Cumpre ressaltar que, na época,
Billie Jean estava entre as 10 mais, mas ainda não tinha atingido a
hecatombe de sucesso que veio a seguir.
Berry, ainda relutante, aceitou a
exigência, além de que Michael exigiu que queria fazer a edição
final do vídeo.
Após a apresentação do Jackson 5,
Michael disse que gostava dos bons e dos velhos tempos, que adorava
as músicas que cantou, dirigiu-se ao canto do palco, pegou um
chapéu de feltro (ele disse que queria um chapéu estiloso, tipo de
espião), e começou a cantar em playback a canção. Foi a
primeira vez que Michal cantou Billie Jean para uma plateia.
O público estava em êxtase, de pé,
e Michael fez uma apresentação espetacular, com seu giro e a
primeira vez em que ele executou o passo conhecido como Moonwalk,
em que ele desliza para trás com os pés.
A apresentação, vista por mais de
50 milhões de pessoas na TV, fez com que Michael roubasse
completamente o show, recebeu todo tipo de parabéns e
congratulações, foi efusivamente abraçado pelos seus irmãos, e
Billie Jean, claro, decolou para incrtementar o sucesso que já
fazia. Uma apresentação que fica para a história.
Taí.
Pensar que o autor do primeiro grande sucesso de
Carmen Miranda foi Joubert de Carvalho já parece imporovável.
Joubert não era compositor de marchinhas carnavalescas, tanto que a
sua segunda música mais conhecida, já objeto de postagem
neste blog, é "Maringá", música que, inclusive, deu origem à
cidade paranaense de mesmo nome.
A
composição mais conhecida de Joubert, no entanto, ficou conhecida
não pelo seu título original "Pra você gostar de mim", mas como o
simples e indefectífel "Taí". Ainda hoje, mais de 80 anos após a
primeira gravação, se alguém lançar a primeira palavra da canção,
"Taí", vem imediatamente "eu fiz tudo pra você gostar
de mim/ai meu deus não faz assim comigo não/você tem, você tem que
me dar seu coração"
E Taí foi feito sob encomenda para Carmen Miranda. Segundo relata Ruy Castro, na biografia que escreveu sobre a cantora(Cia das Letras, 2005), Joubert passava pela rua quando o Sr. Abreu, gerente da loja “A Melodia”, o chamara com o intuito de fazê-lo ouvir um disco que acabara de sair. A canção era “Triste Jandaia”, da então desconhecida Carmen Miranda. Depois de tocar o disco várias vezes, não é que a própria Carmen, em pessoa, aparece na loja? Quando Abreu exclama: “Taí a nova cantora!”.
Apresentados, Joubert falou de seu interesse em compor algo para Carmen, que prontamente lhe deu o endereço.
Joubert saiu da loja com uma palavra – “Taí” – e uma melodia na cabeça. Menos de 24 horas depois, com a partitura debaixo do braço, tocou a campainha de Carmen na travessa do comércio.
Nas
palavras do próprio Joubert, no vídeo que acompanha esta
postagem:
Eu passava pela Rua do ouvidor ali tinha uma casa de música e melodias e o gerente da casa chamou-me e disse Joubert venha ouvir uma cantora nova aqui; ele botou então um disco da Carmen, eu não sabia quem era, eu notei que havia presença no disco, e eu disse:
- Olha, Abreu eu gostaria de fazer uma música para essa cantora, ela interpreta miuito bem.
- Ué, isso é fácil!
- Onde é que ela mora?
- Ela costuma vir aqui de vez em quando, mas eu falo ela deixa o endereço.
De repente ele (Abreu) disse assim:
- Taí, ó, ela tai chegando.
Eu não sei, aquele tai ficou na minha cabeça e no dia seguinte eu levava para ela a música...
Relata Ruy
Castro, no seu livro, que Carmen a aprendeu a música prontamente, e,
quando Joubert tentou orientar sua interpretação, ela disse, com um
brilho no olhar:
“Não precisa me ensinar, não, que na hora da bossa, eu entro com a boçalidade.”
E, captando um certo choque no rosto do educado Joubert, logo se corrigiu:
“Desculpe, mas eu sou assim mesmo, meio desabrida!”
Tudo isso ocorreu no começo de 1930, e a música Taí tornou-se não apenas um grande sucesso daquele ano, mas também do carnaval seguinte. Foi a música que tornou Carmen Miranda conhecida nacionalmente. O resto é história.
Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim
Oh! meu bem, não faz assim comigo não!
Você tem, você tem que me dar seu coração!
Meu amor, não posso esquecer
Se dá alegria faz também sofrer
A minha vida foi sempre assim
Só chorando as mágoas que não têm fim
Essa história de gostar de alguém
já é mania que as pessoas têm
Se me ajudasse Nosso Senhor
eu não pensaria mais no amor
E Taí foi feito sob encomenda para Carmen Miranda. Segundo relata Ruy Castro, na biografia que escreveu sobre a cantora(Cia das Letras, 2005), Joubert passava pela rua quando o Sr. Abreu, gerente da loja “A Melodia”, o chamara com o intuito de fazê-lo ouvir um disco que acabara de sair. A canção era “Triste Jandaia”, da então desconhecida Carmen Miranda. Depois de tocar o disco várias vezes, não é que a própria Carmen, em pessoa, aparece na loja? Quando Abreu exclama: “Taí a nova cantora!”.
Apresentados, Joubert falou de seu interesse em compor algo para Carmen, que prontamente lhe deu o endereço.
Joubert saiu da loja com uma palavra – “Taí” – e uma melodia na cabeça. Menos de 24 horas depois, com a partitura debaixo do braço, tocou a campainha de Carmen na travessa do comércio.
Eu passava pela Rua do ouvidor ali tinha uma casa de música e melodias e o gerente da casa chamou-me e disse Joubert venha ouvir uma cantora nova aqui; ele botou então um disco da Carmen, eu não sabia quem era, eu notei que havia presença no disco, e eu disse:
- Olha, Abreu eu gostaria de fazer uma música para essa cantora, ela interpreta miuito bem.
- Ué, isso é fácil!
- Onde é que ela mora?
- Ela costuma vir aqui de vez em quando, mas eu falo ela deixa o endereço.
De repente ele (Abreu) disse assim:
- Taí, ó, ela tai chegando.
Eu não sei, aquele tai ficou na minha cabeça e no dia seguinte eu levava para ela a música...
“Não precisa me ensinar, não, que na hora da bossa, eu entro com a boçalidade.”
E, captando um certo choque no rosto do educado Joubert, logo se corrigiu:
“Desculpe, mas eu sou assim mesmo, meio desabrida!”
Tudo isso ocorreu no começo de 1930, e a música Taí tornou-se não apenas um grande sucesso daquele ano, mas também do carnaval seguinte. Foi a música que tornou Carmen Miranda conhecida nacionalmente. O resto é história.
Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim
Oh! meu bem, não faz assim comigo não!
Você tem, você tem que me dar seu coração!
Meu amor, não posso esquecer
Se dá alegria faz também sofrer
A minha vida foi sempre assim
Só chorando as mágoas que não têm fim
Essa história de gostar de alguém
já é mania que as pessoas têm
Se me ajudasse Nosso Senhor
eu não pensaria mais no amor
Novos baianos. Besta é tu!
Quem começa a tocar violão aprende
logo o refrão desse samba dos Novos Baianos... apenas duas notas:
"besta é tu, besta é tu ... não viver nesse mundo, se não há
outro mundo..."
Essa simplicidade harmônica do refrão não se repete no restante da música, cheia de acordes dissonantes. Galvão, autor da letra (em parceria com Moraes Moreira, autor da música), disse que lembrou-se de que o pessoal chama de besta é tu o som tirado por aqueles que aprendem violão, e não saem de duas notas.
E assim como a melodia sai das duas
notas para sequências mais rebuscadas, Galvão, no livro que
escreveu para os Novoa Baianos (Anos 70, Novos e Baianos, Ed. 34),
conta a história da música:
"“Besta É Tu” é um dos sambas nossos que entrou para o repertório das rodas de bares onde o pessoal batuca na mesa, na caixa de fósforo e, ás vezes, aparece uma turma munida de instrumentos do gênero, como bombo, tamborim, violão e cavaquinho. O nome veio justamente porque eu lembrei que o pessoal chama de besta é tu, besta é tu, besta é tu... A letra reage contra um pensamento importado, que já se desenvolvia entre a juventude e com admiração de certa ala de esquerda, que o fazia em protesto contra a ditadura, sob o comando de Médici, que, ao mesmo tempo que se tornava o maior repressor desse período sem liberdade, projetava uma imagem de popular e que torcia pelos populares clubes do país. Flamengo no Rio, em São Paulo ele era Corinthians, em Minas, Galo, Bahia na Bahia, Inter em Porto Alegre, Veneza em Juazeiro e Dario, o peito de aço, o seu ídolo. O pessoal daquela juventude era só onda e já se começava a ouvir: “Futebol, não. Onze caras correndo atrás de uma bola. Que futilidade é futebol”.
Novos Baianos veio para dar um
corte nessa pretensão. Como podíamos admitir que se tratasse a bola
dessa maneira? Ela, como diz Pelé, exige carinho. Logo futebol que
é saúde, lazer, antitóxico e ópio do povo. Fizemos a juventude de
Ipanema ver diferente (....)
A música, olhando pela curiosidade romântica, nasceu para uma filha de Vinícius de Moraes que, no momento, representava para mim a garota do Rio, o desejo de baiano de namorar uma carioca; ou, se forem buscar reforço na psicologia, poderão dizer que era possível ser a minha paixão poética pela poesia e a vida de Vinícius. A paixão pela filha do ídolo. O bom é que, ao mesmo tempo que nos apaixonávamos, sabíamos do nosso charme e a carioca gostou da brincadeira no fecho da música, e o carioca levou numa boa. Na esportiva.
A música é de uma alegria só, um
elogio não só das coisas simples da vida, mas também uma visão
singela do Rio de Janeiro no olhar de um baiano, passando,
desde o Maracanã lotado até até a morena do Rio que
passa na rua e faz valer cada olhar, com a picardia
que Galvão se refere ao trecho da canção "Mas
isso é só porque ela se derrete toda só porque eu sou
baiano".
Essa simplicidade harmônica do refrão não se repete no restante da música, cheia de acordes dissonantes. Galvão, autor da letra (em parceria com Moraes Moreira, autor da música), disse que lembrou-se de que o pessoal chama de besta é tu o som tirado por aqueles que aprendem violão, e não saem de duas notas.
"“Besta É Tu” é um dos sambas nossos que entrou para o repertório das rodas de bares onde o pessoal batuca na mesa, na caixa de fósforo e, ás vezes, aparece uma turma munida de instrumentos do gênero, como bombo, tamborim, violão e cavaquinho. O nome veio justamente porque eu lembrei que o pessoal chama de besta é tu, besta é tu, besta é tu... A letra reage contra um pensamento importado, que já se desenvolvia entre a juventude e com admiração de certa ala de esquerda, que o fazia em protesto contra a ditadura, sob o comando de Médici, que, ao mesmo tempo que se tornava o maior repressor desse período sem liberdade, projetava uma imagem de popular e que torcia pelos populares clubes do país. Flamengo no Rio, em São Paulo ele era Corinthians, em Minas, Galo, Bahia na Bahia, Inter em Porto Alegre, Veneza em Juazeiro e Dario, o peito de aço, o seu ídolo. O pessoal daquela juventude era só onda e já se começava a ouvir: “Futebol, não. Onze caras correndo atrás de uma bola. Que futilidade é futebol”.
A música, olhando pela curiosidade romântica, nasceu para uma filha de Vinícius de Moraes que, no momento, representava para mim a garota do Rio, o desejo de baiano de namorar uma carioca; ou, se forem buscar reforço na psicologia, poderão dizer que era possível ser a minha paixão poética pela poesia e a vida de Vinícius. A paixão pela filha do ídolo. O bom é que, ao mesmo tempo que nos apaixonávamos, sabíamos do nosso charme e a carioca gostou da brincadeira no fecho da música, e o carioca levou numa boa. Na esportiva.
Fabricando Tom Zé
Recentemente, assisti no Canal
Brasil um documentário denominado "Fabricando Tom Zé". O
documentário, do ano de 2006, tem como pano de fundo a turnê que
Tom Zé realizou na Europa no ano de 2005. No documentário,
evidencia-se um certo antagonismo entre o prestígio do artista no
exterior e sua dificuldade de ser tão bem aceito no Brasil.
Assim, entre apresentações e depoimentos, Tom Zé relata desde sua vida em Irará, sobre movimento tropicalista, festivais e seu afastamento de Gil e Caetano após estes terem sido exilados em Londres.
Ele mostra um Tom Zé com várias
facetas:
Tom Zé bem-humorado, quando relata suas relações com a censura, quando o "arroto de coca-cola", de sua música Guindaste a rigor, teve que transformar-se em "assopro de coca-cola".
Tom Zé irritado, quando reclama, grita e quase vai às vias de fato com o técnico de som que não conseque equalizar as músicas de acordo com seu desejo;
Tom Zé amargurado, pelo seu ostracismo após a cisão tropicalista, e seu olhar triste quando viu que não colocaram sua foto no carnaval de Salvador que homenageou a Tropicália;
Tom Zé no palco, com seus experimentalismos sonoros e musicais;
O Documentário tem depoimentos de
Gilberto Gil e Caetano Veloso. Na época do documentário, Tom
Zé chegou a dizer que processaria o diretor do documentário, Decio
Matos Jr. por incluir tais depoimentos, mas após isso voltou atrás,
dizendo que era apenas algo para promover o filme. Também há o
depoimento de David Byrne, responsável pela "redescoberta" de Tom
Zé.
Assim, entre apresentações e depoimentos, Tom Zé relata desde sua vida em Irará, sobre movimento tropicalista, festivais e seu afastamento de Gil e Caetano após estes terem sido exilados em Londres.
Tom Zé bem-humorado, quando relata suas relações com a censura, quando o "arroto de coca-cola", de sua música Guindaste a rigor, teve que transformar-se em "assopro de coca-cola".
Tom Zé irritado, quando reclama, grita e quase vai às vias de fato com o técnico de som que não conseque equalizar as músicas de acordo com seu desejo;
Tom Zé amargurado, pelo seu ostracismo após a cisão tropicalista, e seu olhar triste quando viu que não colocaram sua foto no carnaval de Salvador que homenageou a Tropicália;
Tom Zé no palco, com seus experimentalismos sonoros e musicais;
E o filme
deixa claro um certo provincianismo nacional, em que a produção de
vanguarda de Tom Zé foi por aqui esquecida, mas, quando notado por
alguém de fora do país (leia-se Europa ou Estados Unidos), o
reconhecimento vem de fora para dentro.
O certo é
que todos que gostam e admiram Tom Zé devem ver o documentário, de
como ele confirma sua música de vanguarda, o questionamento crítico
e a fuga das fórmulas fáceis. Como ele mesmo disse, mesmo chegando
aos 70 anos, ele padece de juventude...
All Star - De Nando Para Cassia
Nando Reis e Cassia Eller nunca
foram namorados, amantes, ou nada que pudesse ser tachado a partir
de qualquer nome "oficial" de relação. Mas é certo que eles
possuíam uma relação muito especial, e Cássia, durante sua
carreira, foi uma das vozes, senão a voz mais importante das
canções de Nando Reis.
E foi em homenagem a Cassia Eller
que Nando fez uma de suas músicas mais conhecidas "All Star", uma
música cheia de detalhes e referências pessoais. Reza a lenda que
uma vez, quando Nando ia escrever para Cássia, não sabia seu
endereço, rua, CEP, etc. em que ela morava.E vieram muias
inspirações dessa relação de amor entre os dois. Nando reis, numa
entrevista para o canal fechado GNT, declarou:
"A forma com que eu escrevo a história da minha relação com Cássia, de amizade, de amor, e tudo mais, é uma forma muito lúdica, cheia de imagens, o elemento que eu uso para falar de nós dois é o tênis dela, o All-star azul, e o meu, preto de cano alto. Eu fui para um ensaio, ou tuma gravação, não me lembro, com um terno preto muito justinho, com um tênis All Star de cano alto, porque eu sabia que ela tinha um All Star azul. A Cassia ficou boquiaberta, e eu achei a maior graça"
Sobre a questão do bairro das
laranjeiras, Nando disse:
"A partir dessa imagem, e do fato dela morar no bairro de Laranjeiras, que eu achava que era mei, por causa da cor-de-laranja (Cássia chamava Nando de Laranjinha, pelo seu cabelo ruivo), é como se eu chegasse num lugar e dissesse: a laranja voltou para as larenjeiras, isto é, eu entrava num pomar, que sorria ao me receber, e era a forma que eu me sentia com um sorriso ao ser recebido na casa dela"
E, numa entrevista dada para a revista Simples, em março de 2005, Nando reforça a importância de Cássia na sua trajetória:
Pode-se dizer que a presença de Cássia Eller foi fundamental nesse seu processo de desligamento dos Titãs, já que foi ela quem o evidenciou como grande compositor e artista “individual”. E hoje, qual é a importância dela na carreira de Nando Reis?
É engraçado: o tempo passa e a compreensão da presença e da importância dela permanece absolutamente viva. O “All Star” costuma ser o auge de emoção dos meus shows. E é uma música descritiva da minha relação com ela. É muito triste ver sempre interrompida – no momento em que foi interrompida a vida dela – aquilo que seria sua participação na minha vida. Mas a música tem uma eternidade. E ter tido tantas músicas gravadas por ela – e uma grande parte dessas músicas estarem tão presentes naquilo que eu faço hoje – faz com que a Cássia continue sendo uma parceira e uma idéia muito presente.
Mas você não faz mais as suas músicas para a voz dela, como diz na letra de “All Star”...
Cara, volta e meia eu penso assim: “Puta, a Cássia cantando essa música ia ficar lindo!”. Pela força espantosa de nossa afinidade, nossa história seria “pra sempre” se ela estivesse viva, ainda. Eu, sinceramente, não fico cutucando a lacuna. É sofrido e, de certa maneira, já foi uma puta realização. Eu tenho que olhar pras coisas que foram feitas – e elas são muito grandes. É a sorte de ter coisas que aconteceram, e não só desejos que não foram. Eu teria milhões de possibilidades. Inclusive uma, da qual eu tinha total consciência, de que haveria um ponto onde a gente iria ter que se separar, mesmo ela estando viva. É tão eterna a aliança que, mesmo separados, estaríamos juntos.
Você pensava na inevitabilidade da separação, então?
A partir de um momento, eu achava que a Cássia teria que ter outra experiência, porque aquilo teria que se transformar. Eu não considerei nenhuma das relações de trabalho que tive como se elas pretendessem além daquilo que alcançavam no momento da realização. No caso da Cássia, irreversivelmente não há mais futuro – porque ela morreu.
E justamente aquela conversa que não terminou, que dá a noção, ao mesmo tempo, de infinitude e incompletude. Infinito e incompleto. E ficam as imagens, do elevador, do tênis, do bairro das Laranjeiras, e do tom de voz certo para as canções de Nando Reis. Enfim, uma canção de amor.
P.S. Nando Reis manteve guardado o All Star preto de cano alto. O azul de Cassia foi incinerado após a sua morte, segundo a revista TRIP de julho de 2005.
Fontes:
http://gnt.globo.com/vivavoz/noticias/Nando-Reis-se-emociona-ao-lembrar-de-Cassia-Eller.shtml
http://sambaesquemanosso.blogspot.com.br/2005/07/nando-reis-2005.html
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias, mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje
Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu All Star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas
Para a tua voz parece exato
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra...
Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje
"A forma com que eu escrevo a história da minha relação com Cássia, de amizade, de amor, e tudo mais, é uma forma muito lúdica, cheia de imagens, o elemento que eu uso para falar de nós dois é o tênis dela, o All-star azul, e o meu, preto de cano alto. Eu fui para um ensaio, ou tuma gravação, não me lembro, com um terno preto muito justinho, com um tênis All Star de cano alto, porque eu sabia que ela tinha um All Star azul. A Cassia ficou boquiaberta, e eu achei a maior graça"
"A partir dessa imagem, e do fato dela morar no bairro de Laranjeiras, que eu achava que era mei, por causa da cor-de-laranja (Cássia chamava Nando de Laranjinha, pelo seu cabelo ruivo), é como se eu chegasse num lugar e dissesse: a laranja voltou para as larenjeiras, isto é, eu entrava num pomar, que sorria ao me receber, e era a forma que eu me sentia com um sorriso ao ser recebido na casa dela"
E, numa entrevista dada para a revista Simples, em março de 2005, Nando reforça a importância de Cássia na sua trajetória:
Pode-se dizer que a presença de Cássia Eller foi fundamental nesse seu processo de desligamento dos Titãs, já que foi ela quem o evidenciou como grande compositor e artista “individual”. E hoje, qual é a importância dela na carreira de Nando Reis?
É engraçado: o tempo passa e a compreensão da presença e da importância dela permanece absolutamente viva. O “All Star” costuma ser o auge de emoção dos meus shows. E é uma música descritiva da minha relação com ela. É muito triste ver sempre interrompida – no momento em que foi interrompida a vida dela – aquilo que seria sua participação na minha vida. Mas a música tem uma eternidade. E ter tido tantas músicas gravadas por ela – e uma grande parte dessas músicas estarem tão presentes naquilo que eu faço hoje – faz com que a Cássia continue sendo uma parceira e uma idéia muito presente.
Mas você não faz mais as suas músicas para a voz dela, como diz na letra de “All Star”...
Cara, volta e meia eu penso assim: “Puta, a Cássia cantando essa música ia ficar lindo!”. Pela força espantosa de nossa afinidade, nossa história seria “pra sempre” se ela estivesse viva, ainda. Eu, sinceramente, não fico cutucando a lacuna. É sofrido e, de certa maneira, já foi uma puta realização. Eu tenho que olhar pras coisas que foram feitas – e elas são muito grandes. É a sorte de ter coisas que aconteceram, e não só desejos que não foram. Eu teria milhões de possibilidades. Inclusive uma, da qual eu tinha total consciência, de que haveria um ponto onde a gente iria ter que se separar, mesmo ela estando viva. É tão eterna a aliança que, mesmo separados, estaríamos juntos.
Você pensava na inevitabilidade da separação, então?
A partir de um momento, eu achava que a Cássia teria que ter outra experiência, porque aquilo teria que se transformar. Eu não considerei nenhuma das relações de trabalho que tive como se elas pretendessem além daquilo que alcançavam no momento da realização. No caso da Cássia, irreversivelmente não há mais futuro – porque ela morreu.
E justamente aquela conversa que não terminou, que dá a noção, ao mesmo tempo, de infinitude e incompletude. Infinito e incompleto. E ficam as imagens, do elevador, do tênis, do bairro das Laranjeiras, e do tom de voz certo para as canções de Nando Reis. Enfim, uma canção de amor.
P.S. Nando Reis manteve guardado o All Star preto de cano alto. O azul de Cassia foi incinerado após a sua morte, segundo a revista TRIP de julho de 2005.
Fontes:
http://gnt.globo.com/vivavoz/noticias/Nando-Reis-se-emociona-ao-lembrar-de-Cassia-Eller.shtml
http://sambaesquemanosso.blogspot.com.br/2005/07/nando-reis-2005.html
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias, mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje
Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu All Star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas
Para a tua voz parece exato
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra...
Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje
Gentileza - Marisa Monte. O profeta e os muros pichados que inspiraram a canção.
Existe uma figura lendária, que andava pelas ruas do Rio de
Janeiro, até seu falecimento, em 1996, aos 79 anos. Trata-se do
"Profeta Gentlieza", um andarilho que era visto em ruas,
praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro
e Niterói, em trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando
palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a
todos que cruzassem seu caminho. Sua frase mais conhecida:
"Gentileza gera Gentileza"
A partir da década de 80, o "Profeta Gentileza" escolheu
56 pilastras do Viaduto do Caju, no Rio de
Janeiro, e a preencheu com diversas inscrições em
verde-amarelo, que ressaltavam sua visão de mundo. Tratava-se de um
verdadeiro ponto turísitico com a fiolosofia do
andarilho.
Só que os escritos do profeta Gentileza foram depredados, não só
por pichadores, mas pelo próprio poder público. E aí Marisa monte
conta de que maneira a canção Gentileza foi composta: (http://www.formspring.me/mmprocuresaber)
Uma
vez, estava passando pela área do Cais do Porto aqui no Rio com meu
amigo Carlinhos Brown. Como ele não é do Rio, eu quis mostrar pra
ele algo especial da minha cidade que eu sabia que ele ia
gostar.
Foi
quando eu procurei nos pilares do Viaduto do Caju, os escritos do
Gentileza, figura que me fascinava e que eu conhecia desde a
infância.
Qual não foi minha decepção quando vi que eles haviam sido apagados pela cia. de limpeza urbana do Rio. Fiquei desolada pensando nos inúmeros significados desse ato numa metrópole como o Rio. O legado do Profeta Gentileza havia desaparecido pra sempre.
Na mesma noite, compus "Gentileza". "Apagaram tudo, pintaram tudo de cinza..."
Qual não foi minha decepção quando vi que eles haviam sido apagados pela cia. de limpeza urbana do Rio. Fiquei desolada pensando nos inúmeros significados desse ato numa metrópole como o Rio. O legado do Profeta Gentileza havia desaparecido pra sempre.
Na mesma noite, compus "Gentileza". "Apagaram tudo, pintaram tudo de cinza..."
Minha voz se uniu a muitas outras e, hoje, graças ao trabalho do Prof. Leonardo Gelman da ONG Rio Com Gentileza, a obra do Profeta está linda, restaurada e faz parte do inventário afetivo da cidade.
A inspiração da
canção, e o belo resultado em
decorrência.
“Apagaram
tudo,
pintaram tudo de cinza.
A palavra no muro
ficou coberta de tinta.
Apagaram tudo,
pintaram tudo de cinza.
Só ficou no muro
tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
pelas ruas da cidade,
merecemos ler as letras
e as palavras de Gentileza.
Por isso eu pergunto
à você no mundo,
Se é mais inteligente
o livro ou a sabedoria.
O mundo é uma escola.
A vida é o circo.
“Amor” palavra que liberta,
já dizia o Profeta.”
pintaram tudo de cinza.
A palavra no muro
ficou coberta de tinta.
Apagaram tudo,
pintaram tudo de cinza.
Só ficou no muro
tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
pelas ruas da cidade,
merecemos ler as letras
e as palavras de Gentileza.
Por isso eu pergunto
à você no mundo,
Se é mais inteligente
o livro ou a sabedoria.
O mundo é uma escola.
A vida é o circo.
“Amor” palavra que liberta,
já dizia o Profeta.”
Ouça todas as músicas dos Beatles em oito minutos
A carreira dos Beatles durou apenas dez anos, mas eles gravaram 12 álbuns antológicos. Quem é fã da banda pode passar o dia inteiro ouvindo os registros de Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr – mas quem tem tempo para isso?
Pensando nisso, o DJ Ramjac uniu todas as canções para você ouvir de uma única vez em pouco mais de oito minutos. “All Together Now – Everything the Beatles Ever Did” reúne desde os clássicos até canções pouco conhecidas. Ouça:
All Together Now – Everything the Beatles ever did. by ramjac
Você conhece todos os álbuns da banda? Então veja abaixo os discos dos rapazes de Liverpool, os anos de lançamentos e as capas dos projetos:
Eu não sou besta pra tirar onda de herói, mas hoje é meu aniversário
Se estivesse vivo, o ‘cowboy fora da lei’ Raul Seixas estaria completando hoje 67 anos.
Desses, 26 são de pura música – e só 26 pois, aos 44 anos, sofreu uma parada cardíaca que interrompeu o que poderia ter sido uma história e influência na música maiores ainda.
Por mais que Durango Kid só exista no gibi, Raul Santos Seixas acabou
virando um herói da música nacional. Também poderia chamá-lo de ‘Maluco
Beleza’ ou ‘pai do rock brasileiro’, qualquer coisa que engrandeça o
rock and roll nacional pode ser atribuído a Raul.
Raulzito nasceu em Salvador, Bahia. Além de cantor e compositor,
chegou a ser produtor musical na CBS, no Rio de Janeiro. Foram 26 anos
de uma carreira montada em 21 discos, que misturavam baião com o rock
and roll. Um exemplo, para ouvir um pouquinho do músico: “Let Me Sing,
Let Me Sing”:
O primeiro disco, em que Raulzito tocava com Os Panteras, foi lançado
em 1968 mas Raul só começou a virar destaque em 1973, com “Krig-ha,
Bandolo!”. Esse foi o disco que trouxe “Ouro de Tolo”, “Mosca na Sopa” e
“Metamorfose Ambulante”, reconhece?
Mesmo nos anos ‘80, época em que a censura da Ditadura caía pesada
nas músicas e outras produções culturais, Raul conseguiu vender bem seus
discos e manter seus fãs. O último de estúdio foi “A Panela Do Diabo”,
lançado em parceria com Marcelo Nova no ano de 1989, o mesmo em que
Raul foi encontrar Janis Joplin no céu.
Mesmo depois de sua morte o sucesso permaneceu, com o lançamento de
discos póstumos, homenagens, shows-tributo e filmes documentários. “Toca
Raul” acabou virando uma das frases mais ditas em showzinhos de
rock-bar e derivados, e muitos ainda sentem saudades do estilo de
Raulzito. Ainda ano passado, rolou uma homenagem ao músico bem em frente
à Galeria do Rock:
Especial Gilberto Gil: 70 anos de cultura
Gilberto Gil nasceu em 1942, dia 26 de junho. Já aos dez anos de idade,
começou a aprender acordeón inspirado em Luíz Gonzaga. Com 17 anos
começou a fazer poemas metrificados e participou de um grupo
instrumentista chamado “Os Desafinados”, além de aprender violão. A TV
chega na vida de Gil logo cedo, em 1962, fazendo jingles. No ano
seguinte já faz amizade com Caetano Veloso e Maria Bethânia. Chico
Buarque foi apresentado só em 1965, quando Gil foi para São Paulo
trabalhar na Gessy Lever como administrador da empresa.
O emprego formal não dura muito tempo: com grande destaque na
televisão, em 1966 Gil decide viver apenas de sua música. Então é
lançado seu primeiro LP: Louvação e uma de suas músicas mais famosas,
“Domingo no Parque”. O fim da década de 70 ainda trouxe a Tropicália,
movimento que revolucionou a cultura brasileira e irritou a Ditadura
Militar. Graças ao Ato Institucional nº 5, Gil e Caetano foram exilados
para Chelsea, em Londres. Lá ele produziu a música “Aquele Abraço” que
chegou a ganhar um prêmio da Globo no Rio de Janeiro que Gil recusou com
uma carta ao Pasquim.
Depois de shows, viagens internacionais e discos em inglês, Gil volta
do exílio em 1972 com a produção do disco “Expresso 2222″ – mas nem por
isso a pressão da ditadura acabou. No evento Phono 73, ele e Caetano
foram proibidos de cantar “Cálice” e a música foi censurada pela
Ditadura Militar. Em 1976 o artista foi preso novamente por porte de
maconha e tratado em um instituto psiquiátrico no Rio de Janeiro.
Depois, mais viagens internacionais, como para a Nigéria, Argentina e
Estados Unidos, além de tours pela Europa, preencheram a bagagem
cultural do músico. Em 1980 começou sua carreira política, cuidando da
Câmara de Cultura da Bahia.
Em ‘86, fez sua primeira turnê com passagem pelo Japão.Logi no comecinho do ano, Gil torna posse na presidência da Fundação Gregório de Matos, espécie de Secretaria Municipal da Cultura de Salvador,e se muda para lá. Acaba abdicando desse cargo ao tentar ingressar na carreira política em Salvador como prefeito. Se torna vereador da cidade, se empenhando em diversas causas ambientalistas, chegando a representar o Brasil em eventos internacionais sobre o tema. Enquanto isso, continuou ganhando vários prêmios de reconhecimento, tanto pelo trabalho artístico quanto pelo político. Já no começo da década seguinte, em 1992, abandonou a política ao terminar seu mandato de vereador, voltando parcialmente à cena por volta de 1995 em alguns projetos sociais.
Os anos ‘90 foram marcados por grandiosos prêmios, homenagens e parcerias, mostrando o melhor do Brasil mundo afora em várias oportunidades. Gil foi voltar totalmente à política em 2002, como Ministro da Cultura no primeiro mandato do presidente Lula. Criou e colocou em prática diversas leis de incentivo, melhorando muito o apoio do governo na área. Enquanto esteve no cargo, apesar dos diversos prêmios e viagens ainda se apresentando, a carreira musical de Gil deu uma desacelerada nas composições e lançamentos. Em 2008, pediu demissão do cargo, voltando a se dedicar apenas à música e seus projetos.
Foram 57 discos, oito Grammys, algumas prisões e problemas com a
ditadura militar, até o reconhecimento mundial de um dos mais
importantes artistas brasileiros em seus 70 anos de conhecimento e
cultura. Abaixo, uma galeria com os mais importantes momentos da vida do
artista, e que venham outros 70 anos!
Chris Cornell e algumas verdades sobre o pop de hoje
Cornell, que já foi vocalista do Audioslave e há pouco tempo voltou a tocar com o Soundgarden, mostrou sua indignação com o que a indústria musical vem produzindo em massa, e se mostrou esperançoso por uma volta do rock and roll.
Era o começo dos anos 90 quando o Chris liderando o Soundgarden fez parte do cenário grunge, que deixou as bandas da década anterior para trás. Para ele, a música de hoje é semelhante ao estilo de rock que era comercializado na década de ‘80.
Acreditando que o rock se beneficia dos obstáculos que enfrenta, comentou que “O pior rock é feito quando todos gostam de rock, como no fim dos anos oitenta. Foi a única época em que o hard rock foi gênero musical mais vendido, e a maior parte era lixo. A cena de Seattle foi a antítese disso”.
Na música como na literatura: sempre que um movimento cai nas graças da maioria, a minoria se revolta e inova (ainda bem!), e Cornell acha que o momento atual é extremamente adequado para o surgimento de novas bandas ou novos estilos musicais.
“Um dos grandes motivos de o grunge ter crescido tanto e tão rapidamente foi porque as pessoas estavam cansadas do que rolava na época. É a mesma coisa agora. Há uma boa chance de surgir uma cena roqueira saudável e vigorosa, porque há alguma coisa a qual reagir”, comentou.
Antes que alguém reclame da possibilidade do músico estar ‘puxando a sardinha para o próprio lado’, sendo um pouco menos pop e mais rock, ele também ressaltou que nem tudo é lixo (apesar de considerar a devastadora maioria, uma tralha só). Quem ‘salvou o pop’ foi Adele.
“A música pop não poderia estar pior do que está agora. A luz no fim do túnel foi Adele tendo o disco mais vendido do ano passado. Obviamente, o mercado ainda responde bem a seres humanos de verdade criando música”, outra opinião de Cornell provavelmente compartilhada por muitos fãs de música que provavelmente já cansaram de ouvir sempre a mesma coisa na maioria das rádios.
Chris esteve por aqui em apresentação solo no SWU do ano passado, e recentemente lançou um disco inédito com o Soundgarden – o primeiro depois de um longo hiato da banda. Sobre si e sua banda atual, o músico ainda considera diferente o suficiente, e comentou, sobre o novo disco: “Não é de forma alguma nostálgico, não é uma regressão. É música nova disponível para os novos fãs de rock. Fica solitário, longe das classificações de gênero. Não somos como mais ninguém. Não podemos ser imitados”.
Enquanto o novo disco da banda não sai, confere a música mais recente lançada pelo quarteto:
As portas para Bill Ward ainda estão abertas
Mesmo depois das campanhas divulgando o retorno da banda, Bill não achou que o contrato oferecido estava sendo exatamente justo com ele, e não assinou a papelada, ficando de fora do projeto. Para os demais membros, as portas ainda estão abertas para o amigo e baterista, assim que ele quiser.
Talvez a falta de comunicação entre os colegas seja o que está impedindo o músico de ficar satisfeito com o contrato – não são os membros que lidam diretamente com as negociações e sim, seus advogados.
Ozzy Osbourne e Tony Iommi deram algumas entrevistas ao The Times, em que comentaram um pouco sobre a situação da banda: “A porta não está fechada. Ainda podemos fazer algo mais adiante, mas eu não sei”. De acordo com eles, “não havia nenhum impedimento, nem houve argumentos” para Bill não ter voltado ao grupo.
Iommi comentou que “Não é uma coisa pessoal. Ele pode nos ligar amanhã, mas talvez não faça isso, mas se ele fizer…”. Os membros também já haviam comentado sobre os problemas contratuais, e para Ozzy “os seus pedidos [de Ward] foram razoáveis. Seria bom se ele estivesse disposto a tocar com a gente. Mas eu não sei. Eu não lido com os negócios” – e o guitarrista complementou: “Tentamos tudo com Bill até o momento, só não está dando certo. Nosso advogados estão lidando com tudo isso. É um absurdo. Nós não ouvimos falar de Bill, nada que ele estivesse envolvido. Tudo está nas mãos dos advogados”.
Logo que foi anunciado o retorno, exames mostraram que Tony estava com câncer, e todos se mudaram para a Europa para poder trabalhar por lá enquanto o colega de banda fazia o tratamento. Bill, porém, acabou ficando, por não ter concordado com o contrato desde que ele foi apresentado.
A esperança é que, divulgando essas coisas na mídia, os advogados se sintam pressionados a melhorar o contrato de Ward.
Confira uma das músicas mais emblemáticas da banda em sua formação original:
Madonna choronna
“Don’t cry for me, Alemanhaaa”… Madonna, em meio à MDNA Tour, se emocionou durante um show essa semana. Se apresentando em Berlim, se emocionou enquanto cantava “Like a Virgin”. Realmente, é uma música bem profunda…
A cantora já pagou peitinho (de propósito) em Istambul, já exibiu o bumbum em Roma e em Berlim, sabe-se lá porque, o “toque MDNA” foi bem diferente: ela se emocionou enquanto cantava, o que acabou sendo mais surpreendente do que mostrar os peitos.
Era uma versão mais calma de “Like a Virgin”, sucesso da cantora desde 1984; semelhante a um acústico. Juntando ao chororô, o clima ficou bem melancólico… Problema resolvido por um dançarino sem camisa, todo lindo, para tirar Madonna da deprê. Ele a coloca em um espartilho, e quando puxa, a faz respirar fundo, continuando a canção.
A versão mais lenta ficou realmente tocante, e além disso o que se
pode dizer é: Madonna, fazendo parecer sexy um homem amarrando seu
espartilho desde a MDNA Tour.
72 anos de uma estrela na bateria
Quer um motivo para se inspirar no Ringo? Te dou até dez.
Essa é a história da vida de um baterista: carregar a maior quantidade de cases, demorar mais tempo para montar tudo. Todo mundo começa a tocar junto enquanto ele ainda está afinando a bateria e, ainda por cima, não aparecer na foto por ficar lá no fundo, atrás dos pratos. Foi assim que Ringo saiu dos Beatles, quando a banda acabou.
Por ser “um dos Beatles”, não teve tantos problemas com o fim do
grupo, mas a primeira música completamente criada por ele foi justamente
“Lennon and McCartney, here I come!”; escrita justamente por perceber
que o brilho dos amigos o ofuscava um pouco. Porém não pense que isso
foi totalmente negativo: Richard Starkey (seu nome de batismo!) tinha
muito mais personalidade do que isso para se deixar levar por uma
bobagem dessas… E já havia cantado algumas coisas nos Beatles, caso a
bateria não desse muito certo por algum motivo!
1. Quando John Lennon morreu, Ringo foi o único a visitar Yoko Ono. Ele interrompeu suas férias nas Bahamas, e passou uns dias brincando com Sean, filho do casal, ainda bebê. Lealdade.
2. Personalidade e confiança : ele foi o primeiro a se demitir dos Beatles. Quando as coisas começaram a ir mal na banda e George Harrison abandonou uma das gravações, imediatamente sugeriram colocar Clapton no lugar dele. Quando o baterista fez a mesma coisa, porém, ao voltar encontrou uma ótima recepção dos amigos.
3. Atualmente existe uma modinha dos músicos mais velhos fazerem disco “voltando às origens”, e Ringo foi um dos que lançou a ideia, com “Sentimental Journey” – 40 anos antes do saudoso “Kisses on the Bottom”, de McCartney.
4. Ringo também foi o primeiro ex-Beatle a fazer um álbum solo com
músicas propriamente ditas. Seus colegas lançaram mais álbuns
experimentais, que não foram considerados realmente canções, com letra e
tudo mais… Além disso, entre os que os ex-colegas de banda estavam
lançando na época, os “Ringo” e “Goodnight Vienna” do baterista foram os
que venderam melhor.
6. Assim como ele participava dos discos dos outros, os demais também participavam de seus projetos, ficando tão próximos de gravar juntos como sempre estiveram.
7. Com uma personalidade aparentemente tranquila, se casou com a atriz Barbara Bach, teve uma casa em Monte Carlo e outros lugares luxuosos, conheceu e ficou amigo de Keith Moon, Marc Bolan, Frank Zappa, Harry Nilsson e Joe Walsh. Um grupo “All Starr” depois do ouro.
8. Em diversos modos, era o Beatle mais prático: se estava em alguma rehab e não gostava da comida, simplesmente saía do lugar.
9. Personalidade: Ringo foi o primeiro Beatle a aparecer de barba, mas lhe recomendaram que a tirasse para manter o visual ‘mop top’ da banda.
10. Os bateristas Ginger Barker e Keith Moon podem ter chamado mais a
atenção, mas o solo de bateria no lado B de Abbey Road ainda é um dos
mais memoráveis de todos os tempos. Salve Ringo Starr!
Wanderley Cardoso: Promessa (Roberto & Erasmo Carlos)
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