Essa semana foi aniversário de Gilberto Gil, e separamos um especial sobre ele. Sua história eleva a cultura brasileira e a faz ser reconhecida internacionalmente, tornando Gil um dos principais nomes na nossa política e nossa arte.

Gilberto Gil nasceu em 1942, dia 26 de junho. Já aos dez anos de idade, começou a aprender acordeón inspirado em Luíz Gonzaga. Com 17 anos começou a fazer poemas metrificados e participou de um grupo instrumentista chamado “Os Desafinados”, além de aprender violão. A TV chega na vida de Gil logo cedo, em 1962, fazendo jingles. No ano seguinte já faz amizade com Caetano Veloso e Maria Bethânia. Chico Buarque foi apresentado só em 1965, quando Gil foi para São Paulo trabalhar na Gessy Lever como administrador da empresa.


O emprego formal não dura muito tempo: com grande destaque na televisão, em 1966 Gil decide viver apenas de sua música. Então é lançado seu primeiro LP: Louvação e uma de suas músicas mais famosas, “Domingo no Parque”. O fim da década de 70 ainda trouxe a Tropicália, movimento que revolucionou a cultura brasileira e irritou a Ditadura Militar. Graças ao Ato Institucional nº 5, Gil e Caetano foram exilados para Chelsea, em Londres. Lá ele produziu a música “Aquele Abraço” que chegou a ganhar um prêmio da Globo no Rio de Janeiro que Gil recusou com uma carta ao Pasquim.

Depois de shows, viagens internacionais e discos em inglês, Gil volta do exílio em 1972 com a produção do disco “Expresso 2222″ – mas nem por isso a pressão da ditadura acabou. No evento Phono 73, ele e Caetano foram proibidos de cantar “Cálice” e a música foi censurada pela Ditadura Militar. Em 1976 o artista foi preso novamente por porte de maconha e tratado em um instituto psiquiátrico no Rio de Janeiro. Depois, mais viagens internacionais, como para a Nigéria, Argentina e Estados Unidos, além de tours pela Europa, preencheram a bagagem cultural do músico. Em 1980 começou sua carreira política, cuidando da Câmara de Cultura da Bahia.

Começou 1981 ganhando a a Medalha Anchieta Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, pela Câmara Municipal, sempre entre diversos shows internacionais. Ainda na mesma década, foi lançado o livro “Expresso 2222”, com alguns textos sobre ele e outros de sua autoria. Quando completou 20 anos de carreira (1985), participou do Rock in Rio e, durante uma semana de comemorações, os maiores nomes da MPB e rock brasileiro da época se uniram em uma série de shows, palestras, filmes e debates.
Em ‘86, fez sua primeira turnê com passagem pelo Japão.Logi no comecinho do ano, Gil torna posse na presidência da Fundação Gregório de Matos, espécie de Secretaria Municipal da Cultura de Salvador,e se muda para lá. Acaba abdicando desse cargo ao tentar ingressar na carreira política em Salvador como prefeito. Se torna vereador da cidade, se empenhando em diversas causas ambientalistas, chegando a representar o Brasil em eventos internacionais sobre o tema. Enquanto isso, continuou ganhando vários prêmios de reconhecimento, tanto pelo trabalho artístico quanto pelo político. Já no começo da década seguinte, em 1992, abandonou a política ao terminar seu mandato de vereador, voltando parcialmente à cena por volta de 1995 em alguns projetos sociais.
Os anos ‘90 foram marcados por grandiosos prêmios, homenagens e parcerias, mostrando o melhor do Brasil mundo afora em várias oportunidades. Gil foi voltar totalmente à política em 2002, como Ministro da Cultura no primeiro mandato do presidente Lula. Criou e colocou em prática diversas leis de incentivo, melhorando muito o apoio do governo na área. Enquanto esteve no cargo, apesar dos diversos prêmios e viagens ainda se apresentando, a carreira musical de Gil deu uma desacelerada nas composições e lançamentos. Em 2008, pediu demissão do cargo, voltando a se dedicar apenas à música e seus projetos.
Foram 57 discos, oito Grammys, algumas prisões e problemas com a ditadura militar, até o reconhecimento mundial de um dos mais importantes artistas brasileiros em seus 70 anos de conhecimento e cultura. Abaixo, uma galeria com os mais importantes momentos da vida do artista, e que venham outros 70 anos!