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7 de ago. de 2012

Sonda Curiosity pousa em Marte


Assista o pouso REAL da sonda Curiosity em Marte 


O filme acima é uma seqüência de 297 miniaturas de fotos enviadas pela sonda Curiosity Rover que pousou em Marte. Elas documentam os últimos 2,5 minutos do pouso.
No início você já pode ver o escudo térmico, essencialmente uma tampa metálica, sendo soltada em direção ao chão. Em seguida cada foto traz o chão mais e mais para perto. Logo é possível ver uma das rodas do Curiosity no canto superior esquerdo. Finalmente ela toca o solo.
Abaixo você pode ver uma simulação do que realmente ocorreu para ter uma idéia da imensa complexidade deste feito que chegou até a usar o que os engenheiros chamaram de “guindaste voador”:


Clique no botão cc para traduzir as legendas para português

Sonda Curiosity da NASA chega a Marte


A nave Curiosity (“curiosidade”, em português) da NASA, conhecida oficialmente por Laboratório Científico de Marte, chegou ontem (domingo) ao planeta, no qual vai passar dois anos procurando sinais que indiquem que Marte já abrigou um dia a vida, ou os ingredientes-chave para que ela existisse.
A NASA anunciou o tempo de pouso oficial da nave, apontada como o primeiro laboratório móvel da ciência enviado para um mundo distante, às 22:32 do dia 05/08, hora local do Pacífico.
O projeto Curiosity, que custou US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 5 bilhões), estava com muito em jogo quando pousou na superfície de Marte: segundo os engenheiros responsáveis pela missão, a nave conseguiu sobreviver aos que eles chamam de “sete minutos de terror”, a descida dramática e perigosa pela qual todos estavam esperando para o sucesso da empreitada.

Os sete minutos de terror

Lançado em 26 de novembro de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), o laboratório robótico navegou através do espaço por mais de oito meses, abrangendo 566 milhões de quilômetros, antes de chegar à atmosfera de Marte, a 17 vezes mais que a velocidade do som, e iniciar a sua descida.
Veja um simulação da missão, com a descida a Marte:

A atmosfera de Marte é considerada “imprevisível”, e os mecanismos de pouso precisavam estar muito bem calibrados para evitar danos à sonda. É por isso que a aterrisagem em Marte era conhecida como “sete minutos de terror”.
Envolta em uma cápsula protetora, a nave utilizou primeiro seu sistema de voo automático de entrada para reduzir drasticamente sua velocidade. Em seguida, um paraquedas enorme supersônico saiu de uma mochila a jato da NASA na baixa atmosfera de Marte para realizar a maior parte do resto do caminho até seu destino.
Quando as rodas da nave foram firmemente plantadas no chão, os cabos desse paraquedas foram cortados e o resto dele voou a uma distância segura e caiu. A sequência também envolveu 79 detonações de pirotecnia para soltar pesos exteriores, abrir o paraquedas, separar o escudo térmico, retirar a casca protetora da nave, abandonar o paraquedas e outras funções. A falha de qualquer uma dessas etapas teria condenado a aterrissagem.
Esse sistema complicado era necessário devido ao tamanho e peso do Curiosity. Mais de duas vezes maior e cinco vezes mais pesado que outras naves da NASA, como Spirit e Opportunity, Curiosity era muito pesado para chegar a superfície em airbags ou voar sozinho todo o caminho com foguetes propulsores – sistemas utilizados com sucesso por outras seis sondas da NASA.
Com um atraso de 14 minutos – o tempo que leva para as ondas de rádio da Terra chegarem em Marte, a 248 milhões de quilômetros de distância -, os engenheiros da NASA não podiam fazer muita coisa durante a descida, a não ser rezar.
No momento em que receberam a confirmação de rádio da aterrissagem segura da nave, ela já estava no chão por sete minutos. Curiosity já enviou suas três primeiras imagens da superfície marciana, uma delas mostrando uma roda do veículo e a sombra da sonda lançada sobre o terreno rochoso.
Sua confirmação precisa ainda tem que ser confirmada, mas os engenheiros dizem que a sonda está em uma cratera antiga de Marte, a Gale, no sopé de uma montanha alta no hemisfério sul do planeta.

Explorando Marte

Primeiro, a NASA vai testar a nave e todos os seus instrumentos sofisticados através de várias semanas de verificações de engenharia, antes de iniciar a sua missão na superfície.
Curiosity deve passar os próximos dois anos explorando a cratera Gale, de 160 quilômetros de largura, e a montanha de 5 quilômetros próxima, que parece estar acumulando sedimentos na base.
Sua principal missão é procurar evidências de que Marte – o planeta mais parecido com a Terra – pode ter uma vez sediado os blocos básicos de construção necessários para a vida microbiana existir e evoluir.
Os controladores da missão foram projetados por 1.400 cientistas e engenheiros. A nave é capaz de analisar amostras de solo, rochas e da atmosfera; seus instrumentos são tão avançados que podem até mesmo discernir a composição mineral da química de uma amostra.
Por conta disso, Curiosity vai poder estudar em profundidade a química e a geologia do local, principal chave para desvendar o mistério da “vida em Marte”.
Talvez os sete minutos de terror não tenham sido nada. Agora é aguardar para ver se Curiosity é capaz de passar pelo segundo desafio inédito a um veículo espacial: escalar um elevado de 5 mil metros.

[Reuters]