Ordem Rosa Cruz
AMORC – Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz
A Antiga e
Mística Ordem Rosae Crucis (AMORC) é uma organização fraternal de caráter
rosacruz fundada em 1915 por Harvey Spencer Lewis, está formada por homens e mulheres
que se dedicam à investigação, estudo e aplicação prática de ensinos
esotéricos. Os membros da Ordem recebem o nome de estudantes e recebem
monografías semanais para estudar em seu lar, preferencialmente as
quintas-feiras.
Segundo a
própria ordem rosacruz AMORC, o propósito da organização é a de proporcionar os
meios para que todos vivam em harmonia com as forças cósmicas criativas e
construtivas para que consigam obter a saúde, a felicidade e a paz.
A história
da Ordem Rosacruz pode classificar-se em tradicional (ou mítica) e cronológica
(ou propriamente histórica). Segundo as declarações de Harvey Spencer Lewis, a
Ordem Rosacruz ter-se-ia fundado (segundo a tradição) no Egito pelo faraó
Akenatón. Segundo AMORC o movimento místico, o que se convertesse depois em
Rosacrucismo, teve suas raízes nas tradições das Antigas Escolas dos Mistérios,
a filosofia e os mitos do antigo Egito, para o ano 1500 A.C., aproximadamente.
Não obstante, a presença do rosacrucismo no antigo Egipto é um mito romântico
incompatible com a realidade histórica.
Desde um
ponto de vista imparcial e cronológico, fica claro que a tradição rosacruz
começa no século XVII com os primeiros manifestos rosacruces da Europa, a Fama
Fraternitatis e a Confessio Fraternitatis.
Segundo
Spencer Lewis, em 1909 visitou a França em procura de vestígios do movimento
rosacruz e pôde comunicar-se com uma velha linhagem da escola em Toulouse,
França, que o iniciou nos mistérios da Ordem e lhe encomendou que re-fundasse a
organização nos Estados Unidos.
Em 1915,
seis anos depois que Max Heindel fundou a Fraternidade Rosacruz, Spencer Lewis
iniciou o rosacrucismo egípcio na América, primeiro em Nova York, se
transladando depois a Tampa e finalmente a San José (Califórnia), onde
estabeleceu a sede mundial.
Segundo as
declarações de Harvey Spencer Lewis, a Ordem Rosacruz funciona por ciclos de
atividade de 108 anos, seguidos de um período inativo de igual duração. Segundo
este cálculo tradicional, a Ordem Rosacruz AMORC deverá fechar suas atividades
no ano 2017, tendo em conta 1909 como ano de fundação. No entanto, à medida que
a data acerca-se, as autoridades de AMORC têm tentado subestimar o ciclo,
afirmando que na atualidade não há mais necessidade de trabalhar com ditos
períodos de silêncio.
Em certas
teses relativas à história rosacruz, cita-se a uma personagem cujo nome é
“Christian Rosenkreutz” (1378-1484) e que se mostra como fundador da Ordem da
Rosa-Cruz. Segundo AMORC, este dado não
é exato pois a Ordem teria sido fundada muito dantes mas funcionava por ciclos
de atividade de 108 anos, seguidos de um período inativo de igual duração.
Segundo esta postura (que não está sustentada pelas outras organizações
rosacruces da atualidade), quando chegava o momento de proceder a seu
resurgimento, se tomavam as disposições necessárias para anunciar a abertura de
uma “tumba” na que se encontrava o “corpo” de um “Grande Maestro C.R.C.” com
jóias raras e manuscritos que habilitavam aos autores da descoberta a proceder
a sua acordar para um novo ciclo de atividade. Este anúncio era alegórico e as
inicia-lhes “C.R.C.” não designavam a uma pessoa que existisse realmente. No
século XVII, a Ordem atingiu sua mais alta reputação a partir da publicação e
da ampla difusão de três Manifestos impressos na Alemanha e atribuídos a Johann
Valentinus Andreae (1586-1654): a “Confessio Fraternitatis”, “A Fama
Fraternitatis” e de “Os Casamentos Químicos de Christian Rosenkreutz”, que
datam respectivamente de 1614, 1615 e 1616. Segundo a Ordem AMORC, estes três
Manifiestos nos que se misturam os textos históricos e alegóricos, teriam sido
redigidos por um Colégio de Rosacruces marcando o começo de um novo ciclo de
atividade da Ordem, quem a partir desse momento, se deu a conhecer publicamente
baixo o nome de Ordem da Rosa-Cruz”.
Em 1693,
baixo a direção do Grande Mestre Johannes Kelpius (1673-1708), rosacruces de
todos os países da Europa embarcaram para o Novo Mundo a bordo do “Sarah
María”. A princípios de 1694, desembarcaram em Filadelfia onde se
estabeleceram. Alguns anos mais tarde, alguns se deslocaram para o Oeste de
Pensilvania e fundaram uma nova colônia. Após ter criado sua própria imprensa,
editaram um grande número de obras da literatura mística e introduziram na
América os ensinos da Rosa-Cruz. Baixo o impulso destes rosacruces europeus
nasceram também numerosas instituições americanas e o mundo das artes e das
ciências conheceu um progresso sem precedentes nos Estados Unidos. Personagens
eminentes como Benjamín Franklin (1706-1790) e Thomas Jefferson (1743-1826)
teriam estado em estreito contacto com a obra rosacruz deste país.
Segundo
Reuben Swinburne Clymer, a ordem sucessora destes grupos rosacruces na América
é a Rosicrucian Fraternity in America e não a Ordem AMORC, e documentou este
fato em um volumoso livro titulado Rosicrucian Fraternity in America.
A principal
figura da Ordem Rosacruz AMORC é o Imperador, que é quem guia os destinos da
organização. O primeiro Imperador do novo ciclo foi Harvey Spencer Lewis, a
quem sucedeu-lhe no cargo seu filho, Ralph Maxwell Lewis. Posteriormente, Lewis
nomeou a Gary Stewart como Imperador, mas em circunstâncias pouco claras foi
destituído em 1991 e nomeou em seu lugar o francês Christian Bernard, atual
líder do grupo.
Gary
Stewart continuou com seu labor rosacruz fora da AMORC, fundando a
Confraternidade da Rosa cruz (Confraternity of the Rose Cross) que afirma que a
natureza da moderna Ordem AMORC tem traído o legado de Harvey Spencer Lewis.
Outro
agrupamento que surgiu como consequência deste cisma é a Ancient Rosae Crucis,
com sede em Texas, Estados Unidos.
Ainda que o
rosacrucismo tenha sido vinculado tradicionalmente a Europa e às correntes de
esoterismo ocidental, a AMORC reclama uma vinculacão com os Mestres do Tibet.
Neste sentido relaciona ao Mestre
teosófico Kout-Houmi Lal Singh com a Ordem e revela que é o Hierofante da
Rosacruz, contrariamente às outras organizações rosacruces que assinalam ao
Príncipe Racokzy (Conde de Saint Germain).
Para
avaliar esta relação com o Tibet, Harvey Spencer Lewis apresentou um livreto
titulado “Em vós confio” (Unto Thee I Grant) comentado por Sri Ramatherio, que
contém uma série de lições morais. Não obstante, os orientalistas têm
assinalado que este livro não é autêntico e que o conteúdo do mesmo concorda
mais com a cultura ocidental de princípios do século XX do que com os monges
tibetanos anteriores ao século XVIII. Seja como seja, é interessante a
influência deste livro em alguns grupos islâmicos de afro-americanos (Moorish
Science Tempere) em meados dos anos 20.
Um dos
documentos rosacruces mais conhecidos é a Carta Constitutiva da Logia Branca,
apresentada em 1920 por Harvey Spencer Lewis e que tem sido criticada por
Robert Vanloo, assinalando que a carta está escrita em inglês e possui vários
símbolos hebreus, mas “nenhum símbolo ou letra tibetano”