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17 de nov. de 2012

A maçonaria e o golpe de classe de 1964 ( General Vernon Walters)





Homenagem aos maçons livres que abertamente desafiaram a instituição e como punição a Ordem Maçônica comandada por Golbery reservou o expurgo e um lugar entre os denunciados ao governo ditatorial, por que os ditadores se opõem a Maçonaria? Hitler e outros ditadores eram obcecados com a Maçonaria porque ela por mais de 200 anos tem estado constantemente do lado da liberdade política e da dignidade do ser humano. Durante o século XVIII, ser um Maçom era equivalente a ser um “campeão da democracia”.

Quem está à direita de Colby na foto é seu então adjunto e vice-diretor da CIA, general Vernon Walters, em parte premiado com esse cargo pelos bons serviços prestados em favor do sucesso em 1964 do golpe militar que pôs fim à democracia no Brasil (ele conseguiu também instalar como primeiro  dos cinco presidentes dos 20 anos de ditadura, o amigo Humberto de Alencar Castello Branco).  Os demais são (não nesta ordem) o secretário-executivo do USIB, representantes dos departamentos de Estado, do Tesouro, do FBI (Justiça), da AEC (Comissão de Energia Atômica), da DIA, da NSA e da Inteligência do Exército, Marinha e Força  Aérea




O BRUXO GOLBERY

O mais hábil e preparado, teórica e politicamente, dos agentes sócio – políticos era o Coronel Golbery Couto de Silva. Partia como filosofia central o afloramento na população brasileira do sentimento de nacionalismo, Golbery, que era maçom utilizava argumentos fortes sem deixar em aberto a possibilidade de reflexão. Valia-se do argumento lealdade para a manipulação ante o nacionalismo; e, dessa maneira, com o auxilio em peso da mídia, a construção ideológica foi configurada, alegando a existência do perigo comunista e dos problemas que o presidente da República – João Goulart – estava por instaurar. O caos passou a existir, porem somente na cabeça da populasção




O golpe começa dia 31 de março de 1964 em Juiz de Fora e se espalha com a adesão de varias tropas ao movimento. A revolução foi aprovada as duas da manhã dos dia 2 de abril. Ás 3h45 min, Mazzilli afinal foi empossado. Logo em seguida, desembarcavam tropas de elite para garanti-lo no poder. O golpe estava consumado. 


Isso, porém, não exclui a existência de maçons que eram contra as atuações militares.Foram em grande número os que tiveram de se abster de questionamentos, indagações e afins dentro das lojas. Aos que abertamente desafiaram a instituição, a Ordem Maçônica reservou o expurgo e um lugar entre os denunciados ao governo ditatorial.

A Maçonaria por mais de 200 anos tem estado constantemente do lado da liberdade política e da dignidade do ser humano Durante o século XVIII, ser um Maçom era equivalente a ser um “campeão da democracia”.

Em críticas condições calcadas na crise político – econômica e colapso do regime, a “elite orgânica” encontra um contexto propicio para sua atuação. Essa doutrina leva o Brasil a romper relações com Cuba (1964) e apoiar militarmente a intervenção americana, reafirmando a aliança que subordinava o Brasil a Washington. Articulando todo o contexto que foi criado pelos agentes, o qual continha membros de uma burguesia nacional e internacional, o Brasil, pós - golpe, passa a possuir um novo sistema nervoso central, o qual beneficiava “elites” brasileiras e estrangeiras. Esse grupo era formado por pessoas que ocupavam cargo de alto teor em multinacionais, continha tecno – empresários, nos aparelhos de políticos e burocráticos do Estado, era um instrumento de extremo valor para o estabelecimento e desenvolvimento de um complexo financeiro e industrial integrado de produção e domínio. Formavam um bloco econômico burguês moderno – conservador, a “elite orgânica” Tornaram-se centrais para o bloqueio das forças populares na década de 60 e articuladores – chave para a conquista do Estado na representação do próprio grupo de conveniência. 




A Maioria dos maçons apoiou inicialmente o golpe militar de 1964, por consciência que parte da população tinha perante o estado político do Brasil que era de caos. Cabe saber que esse caos foi um discurso criado pela classe dominante, uma nova Doutrina de Segurança Nacional. Por meio deste, estimulou-se a formação continua dos agentes sócio - políticos que a partir de então incumbem-se de engendrar o caos econômico político social – que não existia – só na cabeça da população. Foi uma manipulação ideológica para dar abertura a realização do golpe com apoio populacional. Nesta fase de argumentações, optou-se por abordar “a concretização da elite orgânica” devido a sua extrema importância. A “elite orgânica”, ou seja, associados que formaram um contexto político – militares, intelectuais orgânicos de interesses econômicos multinacionais – era representada, principalmente pelo IPES(centro estratégico, voltado para algo mais secreto) e pelo IBAD(unidade tática um pouco mais aberta se comparada com o primeiro). A “elite orgânica” possuía muitos maçons em seus quadros e tinha como objetivo agir contra o governo nacional reformista de João Goulart e apresentava em, sua base, estudos técnico – empresariais com fundamentações políticas liberais, portanto eram contra as reformas propostas pelo presidente. A elite orgânica passou a existir no Rio de Janeiro e em São Paulo, efetivamente, em 29 de novembro de 1961, na renúncia de Jânio Quadros, tornando-se ma rede nacional de militantes grupos de ação de diferentes backgrounds ideológicos. A elite unia-se por suas relações econômicas multinacionais e associadas, pelo posicionamento anticomunista e pela ambição de readequar e reformar o Estado.


Foi recebida fervorosamente pela mídia, assim como por figuras políticas eclesiásticas e intelectuais. Rapidamente se expandiu em diversos pólos do Brasil. A evidencia de atuação dos interesses multinacionais e associados foi o estabelecimento de uma supremacia sobre o bloco populista oligárquico – industrial no poder; e contiveram as classes trabalhadoras, que naquele momento eram emergentes. No lado encoberto dos IPES e IBAD estava uma sofisticada e multifacetária campanha política ideológica militar. Tinham o poder da manipulação de opinião e da guerra psicológica, calcada em operações secretas, ou ao menos discretas aos olhos de alguns. Nos IPES/IBAD, a elite orgânica se constituía em um poderoso aparelho de classe, era capaz de 
exercer ações estrategicamente planejadas e manobras táticas através de uma campanha elaborada que, vitoriosamente, opunha seu organizado poder de classe ao poder de Estado do bloco histórico populista e a impaciente formação militante das classes trabalhadoras. Partindo dessas considerações, fica evidente o relevante intermédio dos especializados grupos de ação, e ouso de todos os meios disponíveis. É através disso que o complexo IPES/IBAD conseguia estabelecer a presença política, ideológica e militar do bloco de poder multinacional e associado em toda relevante área social de conflitos de disputa. É curioso observar atuação da “elite orgânica”: ela possuía um aparelho de classe capaz de desenvolver operações de natureza pública, bem como atividades vedadas ao alcance público. Conduziu atividades especificas, notórias e encobertas, táticas e estratégias que tinham por objetivo conter forças populares, desagregar o bloco histórico populista e levar os interesses multinacionais e associados ao governo político através de um golpe de Estado civil – militar.