Ouvir falar todo
mundo já ouviu, mas você já viu ou sabe exatamente como é um ser humano
“raivoso”? A Raiva (também conhecida impropriamente como Hidrofobia) pode ser
assustadora, e nesse post, você vai saber mais sobre ela:
O
Vírus da raiva (VR) pertence à ordem Mono-negavirales, família Rhabdoviridae,
gênero Lyssavirus. Este gênero (do grego lyssa, que significa raiva)
A
maioria das infecções pelo vírus rábico se dá por transmissão percutânea,
através da morde durade animais infectados. A transmissão por via aérea pode
ocorrer raramente, mas não tem significância epidemiológica importante no ciclo
da infecção. O contato com ferimentos abertos e membranas mucosas pode
ocasionalmente levar à transmissão de raiva,assim como procedimentos médicos,
como transplantes de córneas e outros órgãos.
Recentemente
foram relatados na Europa e EUA casos de raiva humana onde a infecção ocorreu
através de transplantes de órgãos sólidos (rins, pulmões, figado e pâncreas)
provenientes de doadores com encefalite de origem desconhecida. Este fato
salienta a necessidade da inclusão de testes específicos para o diagnóstico de
raiva, particularmente em potenciais doadores com sinais de comprometimento
neurológico.
Uma
vez inoculado no novo hospedeiro, o vírus pode replicar-se nas células musculares,
próxi-mas ao local da inoculação, antes de invadir o sistemanervoso central
(SNC). Esta replicação representa um passo de multiplicação necessário à
invasão do sistema nervoso . Contudo, ocasionalmente, pode ocorrer a entrada
direta do vírus no SNC, sem replica-ção prévia no músculo . A seguir, o vírus é
conduzido via terminações nervosas motoras, aos nervos periféricos,
provavelmente pela combinação de fluxo axoplástimo retrógrado (provavelmente
utilizando o sistema motor celular envolvendo a dineína), transmissão
célula-célula via junções sinápticas e passagem direta do vírus através de
conexões intercelular se atinge o SNC .Após a infecção do SNC, o vírus se
disseminava nervos periféricos de forma centrífuga para os tecidos não
neuronais, distribuindo-se por todo o organismo. Antígenos virais já foram
detectados em cé-lulas da epiderme, folículos pilosos, retina, córnea,
glândulas lacrimais, glândulas salivares, pulmões, músculo cardíaco, mucosa
gástrica e intestinal, pâncreas, parênquima renal, glândulas adrenais,
tecidos neuro-epiteliais dos ureteres, bexiga e uretra . O vírus replica-se nas
glândulas salivares; sua excreção através da saliva é o principal mecanismo de
disse-minação e perpetuação do mesmo na natureza. Os sinais clínicos aparecem
somente após o envolvimento do SNC. A morte é conseqüente ao comprometimento de
centros nervosos vitais.É sabido já há bastante tempo que amostras do VR
apresentam diferentes potenciais de neuro invasividade.
A
apresentação clínica da raiva é muito variada na grande maioria das espécies
atingidas. As apresentações clássicas da doença são as formas paralítica e
furiosa, as quais são conseqüentes à localização das lesões no SNC. O início do
quadro, ou fase prodrômica, pode anteceder as manifestações mais típicas e revelar
sinais pouco sugestivos, tais como alterações de comportamento, inapetência,
apatia, depressão,inquietude e incoordenação motora. Após a fase prodrômica
pode manifestar-se a fase furiosa, freqüentemente observada em caninos, onde o
sinal mais marcante é a agressividade, embora possam ser também observados
sinais de depressão, excitabilidade,mudanças de comportamento, insônia e,
ocasionalmente, febre. O animal não consegue deglutir; a salivação, em função
dessa dificuldade, torna-se evidente. Pode ainda ser observado um aumento
do limiar de sensibilidade a tranqüilizantes ou sedativo se, se anestesiados, os
cães podem apresentar alucinações e convulsões no período pós-anestésico. Uma
paralisia ascendente manifesta-se a partir dos membros inferiores.Na forma
paralítica da doença, pode não haver sinais prévios de agressividade. O maxilar
inferior éo local onde a paralisia é mais notável. A boca permanece entreaberta
e ocorre salivação. Igualmente, sobrevém a paralisia dos membros posteriores. O
desfecho do quadro é fatal. Ocasionalmente, pode ocorrer morte súbita do
animal, sem a manifestação de qualquer sinal clínico . A morte se dá por
paralisados músculos respiratórios. A forma paralítica é mais comum em
bovinos,conseqüente a lesões na medula, tronco encefálico e cerebelo . A
paralisia aguda, progressiva, flácida,manifestando-se inicialmente pelos
membros posteriores, é o sinal mais marcante. Podem ocorrer ainda sinais
indicativos de comprometimento dos nervos lombares e sacrais, provocando
constipação, tenesmo,parafimose em machos e gotejamento de urina