Dois brilhos, obras de Deus,
Um é o brilho das estrelas,
O outro, o dos olhos teus.
Se quer manter sua imagem,
Seu respeito e seu pudor;
Nunca faça a sacanagem
De peidar no elevador.
Escrevo para receber elogio
Se ninguém diz nada,
Já desconfio.
Voltando pra casa, à tarde,
Mais um dia de trabalho;
O sol no meu olho arde,
Tô cansado pra caralho.
As mocinhas da televisão,
Malhadas e bronzeadas deliciosas são.
Enquanto as aprecio bem de fininho,
Minha mulher tá de olho é no mocinho...
Poesia grande incomoda,
Ninguém tem saco pra ler.
Faça um versinho bem foda,
E lembrarão de você.
Meu pai era poeta.
Minha mãe era poeta.
Meu irmão não é poeta.
Minha irmã não é poeta.
E eu sou metido a besta.
Fazer verso é complicado
E vez ou outra me irrito;
Por não ficar o pensado
Da forma que fica o escrito.
Comi todas que dei conta,
Mas isso não me consagra;
A vida, enfim, me apronta
E faz escravo do Viagra.