Páginas

21 de jan. de 2011

Trovas Juninas!...








O vinte e quatro de junho,
É o dia de São João,
Quando já nasce o abrunho,
E se come até sem pão.

Isabel e Zacarias,
P’ra serem pais de João,
Rezaram todos os dias,
Perseverante oração.

São João namorador,
Assim diz a voz do povo,
P’ras moças lhe ter amor,
Aceitou morrer de novo.

São João era bom santo,
Mas era muito “velhaco”:
Com as moças pelo campo,
Levou três e trouxe quatro.

As moças bem enfeitadas,
Cada qual com seu balão,
Todas vão, enamoradas,
À festa de São João.

Meu querido, São João,
És um santo popular,
Traz teu arco e teu balão,
Vem com o povo dançar.

Alho porro e manjerico,
Em manhãs de orvalhadas,
Nasce o sol e é bonito,
Vão-se as moças bem cansadas.

O “macico” a estalar,
Na cabeça dos carecas,
É costume popular,
A quem as tem descobertas.

Deixemos de profanar,
O nome de São João,
Mais graças lhe vamos dar,
Se fizermos oração.

Não te zangues, São João,
Com a alegria do povo,
Assim cresça a devoção,
Nos jovens do mundo novo.

Foi com grande admiração,
Que o povo um dia viu isto:
Lá nas águas do Jordão,
São João batizou Cristo.

João pregou no deserto,
E lá fazia orações,
Seu alimento mais certo:
Mel silvestre e saltões.

Uma pele de camelo,
Único fato que tinha,
Todos corriam a vê-lo,
Toda a gente a ele vinha:

- Endireitai os caminhos,
O Messias está a chegar:
Corrigi os desatinos,
P’ra Ele vos perdoar.

Será lembrado p’ra sempre,
O que ele quis ensinar:
Que não era competente,
Do calçado lhe apertar.

E João foi a Herodes,
Ao palácio criticar:
- Com essa mulher não podes,
Pretendê-la p’ra casar.

Mas Herodes, irritado,
Mandara João prender:
Por não o ter “respeitado”,
Na prisão irá morrer.

Herodes ao Rei,
Pediu-lhe que se vingasse.
Logo ele ditou a lei,
Mandando que o degolasse.