Um professor de Inglês do Colégio Evangélico Batista, localizado no bairro do Bebedouro, em Maceió é acusado pelo diretor José Moreira de provocar tumulto com alunos na área interna da instituição de ensino.
Segundo José Moreira, diretor e proprietário da escola, o professor Adilson Pacheco recebeu o aviso de demissão na manhã desta quinta-feira (14) por não atender as normas estabelecidas pela escola. “O professor não tem compromisso, falta às aulas e chegava atrasado, desobedecendo todas as normas da escola”, explicou o diretor.
Em entrevista José Moreira, alegou que o professor ao receber a carta de demissão teria colocado os alunos contra a instituição de ensino. “Esse professor é um desequilibrado, como é que uma questão administrativa ele passa ao conhecimento dos alunos. E o pior, provocar um tumulto desses, nunca visto na escola”, concluiu o diretor.
Com medo de uma violência maior, Moreira acionou Policiais do Batalhão Escolar, para evitar algo pior. Antes de a polícia chegar à escola, alunos quebraram as vidraças. Nas escadarias alunos choravam assustados.
O site CadaMinuto, conseguiu falar com o professor acusado, Adilson Pacheco, que negou todas as acusações. “Eu não provoquei nada, estão mentindo. Já que estou demitido, apenas quero meu direito”, se defendeu.
Ontem o professor rebateu as acusações. “Não existiu nenhum problema para me demitir. Sempre honrei com meu trabalho, nunca cheguei atrasado, obedecia todas as normas da escola, afinal sou um bom profissional. Todos gostavam de mim desde os alunos a funcionários”, desmentiu Adilson Pacheco.
O professor afirmou ainda que os alunos não estavam chorando com medo e sim pelo afeto criado durante os três anos, ministrando aulas no colégio. “Os alunos choram por que não queriam que eu deixasse de trabalhar. Nunca incentivei ninguém a quebrar vidro ou fazer barulho nos corredores da escola”, se defendeu o professor.
O Grupo Gay de Alagoas (GGAL) acredita que a demissão possa ter ocorrido apenas por discriminação, devido ao fato do professor ser homossexual.
“O GGAL vai investigar o caso, está mais que provado que a demissão ocorreu por descriminação homossexual. Até onde apuramos o professor é um ótimo profissional. Caso existam provas o GGAL irá mover uma ação por danos morais e materiais contra o colégio”, explicou Nildo Correia, presidente do Grupo Gay de Alagoas.
Nildo também revelou que outros casos parecidos existem com frequência, não só nas escolas como em outros empregos, mas o medo de denunciar ainda predomina nas pessoas que são vítimas. Se ficar comprovada a homofobia, a escola deve ser processada.
Fonte: Cada Minuto