Seu Ricardo Berzoini
Ministro da Previdência
Com velho e aposentado
Não tem muita paciência
Não gosta de velharia
Persegue João e Maria
Com bastante incompetência
Parece que o ministro
Não tem filho, nem netinho
Não acredita em Noel
Não conhece o bom velhinho
Anda de mal com a vida
Trabalha de forma iludida
Sem controle e sem caminho
Não se sabe a sua idade
Talvez menos de sessenta
Mas um dia o ministro
Deus queira, chegue a noventa
Como beneficiário
Cumprindo o calendário
Na fila ele experimenta
Com saúde, se possível
Ou sentado na cadeira
Os males da providência
Esperando a vez primeira
Pra mostrar com toda ira
Que é velho, mas respira
Mas prima pela decência
Ele sabe muito bem
Que ladrão que rouba ladrão
Que recebe benefícios
Tem cem anos de perdão
Fraudador não tem idade
Rouba desde a puberdade
Essa é a grande lição
Tratar mal todo velhinho
Falta de consideração
Não aprendeu na escola
Antiga é a educação
Que já nasceu com o mundo
O ensinamento profundo
De respeito e gratidão
A vida é cheia de estradas
Mas só uma leva ao perdão
Não adianta o retorno
Pela via da contramão
A pressa é inimiga
Só causa estrago e intriga
Não se chega á perfeição
O problema da Previdência
É menos de Economia
Muito de Administração
Coisa que não se fazia
Permanece a receita
Caso de visão estreita
Gerência da miopia
Nem é falta de dinheiro
Está mais do que provado
A receita da Previdência
Cai num saco bem furado
É falsa, portanto, a questão
De tentar meter a mão
No fundo do aposentado
A única coisa antiga
Que existe nesta Nação
Que precisa de combate
É a tal da corrupção
E acho só tem um jeito
Gritar alto, abrir o peito
E ver correr muito ladrão
Jovem, moço ou mais idoso
Bem vestido e bem formado
Tem juiz de toga preta
E também advogado
Tudo gente muito fina
Ninguém sequer imagina
O quanto que é fraudado
Portanto, senhor ministro
Pra encerrar esta questão
Não basta pedir desculpas
Peça logo a demissão
Ponha a mão na consciência
O problema da Previdência
É falta de administração
Reforçado, é bem verdade
Por um erro de economia
Optou-se por mais recursos
O capital privilegia
Ciclo do endividamento
Este o nosso tormento
Seja de noite ou de dia
O resto é café pequeno
Arroz, farinha e feijão
E a volta do crescimento
Com emprego e educação
Ouvindo o clamor do povo
Não fazer tudo de novo
Copiando a mesma lição
Domingos Oliveira Medeiros