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1 de set. de 2011

Invenções da China Antiga


Nós não percebemos como muitas coisas são importantes para nós no mundo moderno. Cabos de fibra ótica entregam enormes quantidades de informação quase à velocidade da luz. Você pode entrar em seu carro e falar seu destino a um sistema de navegação GPS, e uma voz digitalizada sem vida dita orientações fáceis de seguir. Nós temos isso bem aqui no século 21.

À medida que o tempo passa, fica mais fácil ignorar as contribuições daqueles que vieram antes de nós. Ainda no século 19, Charles Duell, o responsável pelas patentes dos EUA, supostamente observou que tudo o que poderia ser inventado já havia sido inventado.
Se Duell disse mesmo tal coisa, ele claramente estava por fora. Os séculos 20 e 21 viram enormes explosões de inventividade.
Talvez nenhuma outra civilização antiga tenha contribuído mais para o avanço do progresso humano do que a chinesa. Aqui estão dez das maiores invenções dessa antiga nação, sem nenhuma ordem específica.

 1 - Pólvora
 Vamos começar com a, provavelmente, mais famosa invenção da antiga China. Diz a lenda que a pólvora foi descoberta acidentalmente por alquimistas procurando por uma cocção que poderia dar aos humanos a imortalidade(a busca de todos os alquimistas, desde o início dos tempos). Ironicamente, esses alquimistas acabaram tropeçando acidentalmente em uma invenção que poderia facilmente tirar a vida humana.
A pólvora primitiva era feita de uma mistura de nitrato de potássio (salitre), carvão e enxofre, e foi descrita em 1044 no livro "Collection of the Most Important Military Techniques", compilado por Zeng Goliang . Considera-se que a descoberta da pólvora tenha ocorrido muito antes, já que Zeng descreve três diferentes misturas de pólvora, e os chineses usavam-na para sinalização e fogos de artifício antes de que ela fosse usada para fins militares em granadas rudimentares.
Com o tempo, percebemos que metal adicionado à mistura criava cores brilhantes em explosões de pólvora e - cabuum! - nasciam as exibições de fogos de artifícios modernos. A mistura também se mostrou um explosivo conveniente para projéteis como balas.

 2 - Bússola
 Onde estaríamos sem a bússola? Perdidos, é onde estaríamos. Aqueles de nós que pratica caminhada em florestas ou voa em vários tipos de aeronaves têm de agradecer aos chineses por nos guiar para casa em segurança.
Originalmente, os chineses criaram suas bússolas apontando para o sul verdadeiro. Isso porque eles consideravam o sul, não o norte, sua direção cardinal . As primeiras bússolas foram criadas no século 4 a.C. e eram feitas de magneto.
A simples existência desso magneto é o resultado de um pouco de sorte. O magneto é um tipo de magnetita (combinação natural de ferro magnético) que se torna altamente magnetizada quando atingida por um relâmpago. O resultado é um mineral que é magnetizado em direção aos pólos norte e sul. Nós não sabemos com precisão quem teve a brilhante ideia de diferenciar a direção usando o magneto, mas evidências arqueológicas apontam para as damas chinesas que balançavam em um trampolim. As damas apontariam a direção da harmonia interior para os antigos profetas chineses.

 3 - Papel
Não está exatamente claro que surgiu primeiro com a ideias de converter pensamentos em linguagem escrita. Há uma disputa acirrada entre os sumérios, na Mesopotâmia, os harappeanos do Vale do Indo (hoje Afeganistão), e os quemitas, no Egito, para ser os primeiros a formular a linguagem escrita. O que sabemos é que as primeiras linguagens parecem ter surgido cerca de 5.000 anos atrás. Alguém pode até alegar que ela data de muito antes disso - e é, se forem incluídas expressões artísticas, como as pinturas de cavernas, como forma de linguagem escrita. Uma vez que a linguagem começou a se desenvolver, porém, os humanos escreviam em qualquer coisa que fosse grande o bastante: placas de argila, bambu, papiro e pedras eram algumas das superfícies de escrita primitivas.
 As coisas mudaram depois que os chineses - especificamente um homem chamado Cai Lun, oficial da corte do imperador - inventaram o protótipo de papel moderno. Antes do passo revolucionário de Cai, os chineses escreviam em finas tiras de bambú e de seda, mas em 105 d.C., ele criou uma mistura de fibras de madeira e água que é considerada o predecessor do papel como o conhecemos. O método de Cai consistia da mistura de diferentes tipos de fibras, como madeira de amoreira, cânhamo e tecido com água, que era triturada até que as fibras fossem completamente separadas. Essas fibras eram dispostas sobre um molde retangular poroso e prensadas para separar a água e obter a união das fibras. O resultado era um papel rugoso. O que exatamente Cai Lun escreveu nesse pedaço de papel é um mistério.

4 - Macarrão?
 Todo mundo acha que o macarrão é uma invenção italiana, mas ele foi importado da China pelo explorador Marco Polo
Qualquer pessoa que ame um belo prato de espaguete com molho de tomate e manjericão pode querer tirar o chapéu para os antigos chineses por terem inventado a massa - não os italianos, como você pode ter suspeitado. Os italianos, ou melhor, o italiano e explorador Marco Polo, é quem levou o macarrão da China para a Itália, onde o alimento foi adotado e alterado com tamanha propriedade que parece ter sido inventado por lá.
O tema ainda está em discussão, mas parece que os chineses batem os italianos e os árabes por cerca de 2.000 anos. Em 2006, arqueólogos escavando uma área de 4.000 anos em Lajia, na província de Qinghai, perto da fronteira tibetana, descobriram uma tijela de macarrão fibroso virada de cabeça para baixo enterrada sob dez palmos de terra.
 O macarrão recém-descoberto pode ser o mais antigo do mundo. É feito de dois tipos de grão de painço, que foram cultivados na China por cerca de 7.000 anos. O mais interessante é que até hoje os chineses ainda usam esses grãos para fazer o macarrão.

 5 - Carrinho de mão
Os chineses também são responsáveis por aliviar o fardo dos humanos ao redor do mundo e através dos tempos com o carrinho de mão. O general Jugo Liang, que viveu durante a Dinastia Han, leva o crédito por aparecer com o conceito de um carro de uma roda usado para carregar objetos pesados no século 2. A concepção de Jugo perdeu o marco por pouco; ele não adicionou ao carro os braços que vieram depois de sua invenção ser refinada. Ainda assim, Jugo bateu os europeus por cerca de mil anos com seu carrinho de mão.
 Originalmente, o veículo estava destinado a propósitos militares. Reconhecendo as vantagens físicas que o carrinho de mão dava a seus exércitos sobre qualquer inimigo - eles eram usados como barricadas móveis e como meio de transporte -, os chineses mantiveram sua invenção em segredo por séculos.
Uma antiga lenda popular também dá crédito pela invenção do carrinho de mão a um fazendeiro do Século 1 a.C. chamado Ko Yu. Embora sua existência seja questionável, há um ponto em comum entre Jugo e Ko: como o general, o fazendeiro manteve secreto o seu carrinho de mão ao descrevê-lo em código.

6 - Sismógrafo
 Embora os chineses não pudessem dizer a ninguém quanto exatamente um terremoto media na escala Richter (criada apenas em 1935), eles conseguiram inventar o primeiro detector de terremotos do mundo - um sismógrafo. Não apenas o astrônomo imperial Chang Heng criou o sismógrafo durante o segundo século da Dinastia Han como ele criou um sismógrafo magnífico.
A criação de Heng era um receptáculo de bronze pesado com nove dragões olhando para baixo entalhados em seu exterior. Os dragões estavam espaçados de forma equidistante no instrumento, e abaixo de cada dragão um sapo separado dele olhava para cima com a boca aberta. Dentro do receptáculo, um pêndulo ficava suspenso sem movimento até que um tremor o movesse. Nesse momento, o balanço do pêndulo acionava as alavancas internas em movimento. Isso acionaria o gatilho para a liberação de uma bola presa na boca do dragão olhando para a direção do epicentro do furacão. A bola então cairia na boca do sapo diretamente abaixo dela. Esse primeiro sismógrafo parece um pouco básico, mas levaria outros 1.500 anos até que as nações ocidentais desenvolvessem suas próprias versões 


7 - Álcool
 Você pode agradecer aos chineses pelo etanol e pelo álcool isopropílico - sem mencionar a cerveja, o vinho e o licor. Quando você pensa nisso, poucas criações do homem criaram tanta alegria e tristeza como o álcool.
Por muitos anos, acreditou-se que a fermentação do álcool veio de outros processos similares. No começo do século 3 a.C., os chineses tinham descoberto como refinar produtos alimentícios como vinagre e molho de soja usando técnicas de fermentação e destilação. Bebidas alcóolicas destiladas seguiriam logo depois.
Descobertas arqueológicas recentes empurraram a data da fermentação chinesa e da criação do álcool muito mais para trás. Pedaços de cerâmica de 9.000 anos revelados na província de Henan mostraram traços de álcool. Essa descoberta prova que os chineses foram os primeiros a fazer álcool, já que os antigos árabes, não produziram bebidas alcoólicas até 1.000 anos depois .


8 - Pipas
 Dois antigos chineses compartilham o crédito pela criação de uma das maiores reivindicações de fama. Durante o século 4 a.C., Gongshu Ban e Mo Di, patrono das arte e filósofo, respectivamente, construíram pipas em formato de pássaros que mergulhavam no vento. A novidade do par pegou rápido.
Ao longo do tempo, os chineses adaptaram a pipa inicial e descobriram novos uso para ela além de diversão. As pipas tornaram-se uma forma fácil de pescar sem barco, simplesmente usando uma linha e gancho preso na pipa e pendurando-a sob uma parte inacessível da água. As pipas também se tornaram instrumento em aplicações militares, servindo como "aviões não tripulados" que jogavam cargas com pólvora nas fortificações inimigas. Em 1232, os chineses empregaram pipas para jogar sobre o acampamento mongol de prisioneiros de guerra folhetos de propaganda incitando os chineses capturados a se rebelar contra seus captores.
Em breve, a necessidade de voar se casaria com a tecnologia da pipa para produzir outra invenção chinesa, a asa delta.

9 - Asa delta
Como já discutimos anteriormente, as pipas foram inventadas no século 4 a.C.. No final do século 6 d.C., os chineses tinham conseguido construir pipas grandes e com aerodinâmica suficiente para sustentar o peso de um homem de tamanho médio. Foi apenas questão de tempo para que alguém decidisse simplesmente remover as linhas das pipas e ver o que acontecia.
Os chineses estavam usando as pipas sem corda que nós conhecemos hoje como asa delta. Contudo, essas "pipas" não eram usadas para passeios emocionantes. Os imperadores adoravam forçar os criminosos condenados e os inimigos capturados e saltar de morros enquanto amarrados nas asas deltas. Dá para imaginar o que acontecia com os pobres coitados. Mas um deles acabou voando cerca de 5 km antes de pousar em segurança. Com esses primeiros voos, os chineses bateram a invenção européia em 1.335 anos.  
Apesar de todas essas invenções, nenhuma outra revolucionou tanto uma nação quando a seda.

 10 - Seda
 Mongóis, bizantinos, gregos e romanos, todos se viram, infelizes, diante das inovações militares chinesas como a pólvora. Mas foi a seda que ajudou a intermediar a paz entre a China antiga e outras culturas. A procura pela seda era tão grande que o tecido delicado ajudou a ligar a China com o mundo exterior por meio do comércio. O tecido deu origem à lendária Rota ada Seda, rotas de comércio que iam da China ao Mediterrâneo, passando pela África, pelo Oriente Médio e pela Europa.
O método para manipulação desse material produtzido pela larva da seda existia há 4.700 anos. Um pergaminho contendo um artigo sobre a produção de seda foi descoberto em uma tumba do período Liangzhu , que durou de 3330 a 2200 a.C.  Diz a lenda que a seda foi descoberta pela imperatriz chinesa Hsi Ling-Shi. Enquanto tomava chá sob a sombra de uma amoreira, um casulo de bicho-da-seda teria caído em sua xícara. Ao tentar retirar o casulo, ela puxou um fio do casulo, desenrolando o fino fio de seda, amolecido pela água quente do chá. Durante séculos, os chineses guardaram o segredo da produção da seda ameaçando de morte qualquer um que abrisse o bico (a seda era tão valiosa que era vendida ao seu peso em ouro). Contudo, a "receita" vazou primeiro para os indianos, depois para o Japão e em seguida para a Pérsia. Apesar disso, os chineses só perderam o controle de seu segredo quando monges europeus colocaram suas mãos em ovos do bicho-da-seda e os levaram para o Ocidente.


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