Os buracos azuis oceânicos - como são chamadas as cavernas submersas que são encontradas ao largo dos continentes - são considerados o equivalente científico da Tumba de Tutankhamon, tão valiosas são as informações ali encontradas. Uma expedição realizada nas cavidades que ficam em Andros, Abaco, e outras cinco ilhas das Bahamas, resultou em uma coleta de dados científicos que devem aumentar o conhecimento existente atualmente nas áreas de geologia, biologia, paleontologia, arqueologia e astrobiologia, que é a ciência que estuda a vida em outros planetas.
Além de incrível, a experiência de mergulhar águas tão profundas e capazes de mostrar um universo completamente novo é desafiadora; não é qualquer um que consegue a façanha. O ambiente dessas cavernas submersas é completamente diferente de qualquer outro na Terra, devido à sua geologia e a composição química das águas. Uma das camadas de água é composta por sulfeto de hidrogênio, composto que em altas doses pode ocasionar delírios, e até a morte. Outro desafio é mergulhar estas águas com cuidado suficiente para que formações como as estalagmites não se desfaçam, destruíndo assim formações com milhares de anos.
Mesmo tão preciosas, algumas dessas cavidades correm o risco de desaparecer. Segundo especialistas, se a taxa de elevação do nível do mar permanecer como está, muitas dessas cavernas (que possui uma camada de água doce que serve como película protetora) serão invadidas pela água salgada dentro de algumas décadas, o que fará com que as condições que as tornam tão importantes e valiosas sejam destruídas. Outro problema é que esses buracos azuis são constantemente usados como depósito de lixo, e não são protegidos por leis ambientais.
Fonte: National Geographic
