Com Wellington Nem, Thiago Neves, Fred e Deco, Tricolor confunde marcação adversária e vence a Taça Guanabara
Trinta e cinco minutos se passaram até que o Fluminense marcasse seu primeiro gol. Mas a superioridade tricolor sobre o Vasco na final da Taça Guanabara demorou muito menos tempo para aparecer. Pelo menos no que se referiu ao plano tático, a equipe que se sagrou campeã com uma vitória por 3 a 1 fez valer a força do trio ofensivo formado por Wellington Nem, Thiago Neves e Fred, fartamente abastecido por Deco, que atuou como um típico camisa 10 - embora use o 20 às costas.
Desde o momento em que a bola rolou, ficou claro que a principal saída do Fluminense seria pelo lado esquerdo. Wellington Nem infernizou a vida de Fagner. Do outro lado, Thiago Neves incomodava Thiago Feltri, com Fred se movimentando para receber as bolas. Com extrema eficiência e, principalmente, pouca marcação, Deco unia seu talento à liberdade para criar.
O Vasco também lançou mão de um trio de frente. Com Alecsandro fixo na missão de marcar os gols, Diego Souza apoiava pelo lado esquerdo, e Wiliam Barbio se aproveitava da frágil marcação de Carlinhos e investia pela direita. No entanto, a problemática marcação vascaína no meio de campo impedia a articulação de jogadas. Nilton, Fellipe Bastos e Juninho se perderam na marcação, como admitiu o capitão.
Diego Souza, Barbio e Alecsandro são marcados por seis do Flu (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
- Não acho que o Fluminense veio no 4-3-3, mas no 4-4-2, pois o Thiago Neves jogou mais no meio. Essa nossa dúvida de quem pegava quem nos fez chegar atrasados na marcação em alguns momentos, o que facilitou para o adversário. O Fluminense tinha Valencia, Diguinho, Deco e Thiago Neves no meio, e o Vasco me tinha, além do Nilton e Fellipe Bastos - analisou Juninho.À beira do campo, o sempre sereno Cristóvão Borges não escondia a preocupação. Com poucos gestos com a bola rolando, o treinador concentrou suas forças na parada técnica do primeiro tempo para conversar com Fagner. Era clara a preocupação com as investidas de Wellington Nem. Poucos minutos depois, o lateral vascaíno cometeu pênalti no atacante tricolor.
O Fluminense voltou para o segundo tempo mais atento na marcação - com Thiago Carleto no lugar de Carlinhos, que levou Abel Braga ao desespero na primeira etapa - para evitar que o Vasco marcasse um gol logo no início e buscasse a reação. Mas o time cruz-maltino mostrou-se ainda sem articulação. Na base do desespero, o zagueiro Dedé revezou-se nas funções de lateral-direito e volante. Pouco tempo depois, passou a atuar como centroavante ao lado de Alecsandro.
Com a bola, Nilton encontra dificuldades para sair jogando em meio ao time do Fluminense, bem posicionado. Dedé já atua quase como lateral-direito (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
Cristóvão tentou corrigir os erros de marcação e trocou Fellipe Bastos por Eduardo Costa. Já haviam se passado 58 minutos de jogo, e o placar apontava 3 a 0 para o rival.
O Fluminense marcou o terceiro, aos 11 minutos do segundo tempo, após esperar o momento certo para contra-atacar. Com os espaços deixados pelo Vasco, o time matou a partida com um gol de Fred após avanço de Thiago Neves em velocidade pela direita. A jogada foi o símbolo da estratégia implementada pelo técnico Abel Braga para a decisão.
- Acho que só vencemos porque nossa atitude, contra o excelente grupo do Vasco, foi também ofensiva, com Fred, Thiago Neves e Deco - observou o treinador.
Hino do Fluminense
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