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31 de dez. de 2012

Flagra: Balão faz pouso de emergência em Brasília


O balonismo pode até ser um esporte seguro. Mas chama muito a atenção quando um balão pousa em um local não previsto.
Esse flagrante de um pouso, ao meu ver forçado, em um local com tantos fios e postes me deixou um pouco ressabiado.

Afinal, em menos de dez anos já é o segundo flagrane que eu presencio. O primeiro ocorreu em 2004, quando um balão de propaganda caiu/pousou atabalhoadamente em um colégio ao lado da UNIP na Asa Sul, em Brasília.



Na ocasião eu praticamente fui seguido pelo balão pois me dirigia para a universidade para ministrar minhas aulas e por coincidência tinha uma câmera em mãos.


Devia ser praticamente uma webcam portátil, já que eu dava aulas de computação gráfica e fazia algumas experiências para demonstrações em classe.

Pois na época o balão pousou em uma quadra polivalente e derrubou um poste com os refletores. Enquanto o cesto com os ocupantes era arrastado e a equipe de apoio tentava acudir gritando "eu pago tudo" enquanto funcionários do colégio precipitavam para fora dos prédios assustados.



Tudo bem, um caso isolado. Fiz até uma fotonovela do acidente (já que não houve maiores danos e vítimas). Mas agora está ocorrendo em Brasília, entre os dias 28 e 31 de dezembro de 2012, o II Campeonato Nacional de Balonismo, que presta homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer. Ou seja, vai haver muitos balões por aqui.

E hoje, dia 30, acordei com um barulho que parecia um extintor, ou o jato de água de uma mangueira em uma lataria de camionete (minhas impressões auditivas são bem detalhadas).


Jamais imaginaria que seria um injetor de ar quente de um balão sobrevoando os apartamentos a tão pouca altura.

O piloto deve ter manobrado bem, vá lá, e não ocorreu maiores problemas (como pegar em uma linha de distribuição da CEB e ter mais apagões em Brasília). Mas pela velocidade com que a equipe dobrava o balão, parecia que eles tinham cometido alguma falha grave (daquele tipo passível de punição pela aeronáutica ou algum órgão responsável).

Dando uma olhada em sites da categoria, parece que há uma tentativa de se trazer o campeonato mundial de balonismo para o Brasil. Assim, a última coisa que a categoria precisa é de um acidente ou falha de segurança que venha a expor alguma fragilidade de organização nacional (aqueles que quase não temos) e servir de desculpa para impedir esse tipo de evento por aqui (devido a disputas internacionais que envolvem a categoria, que não cabe discutirmos aqui).


Simulador de balão. Para se ter uma ideia de como é dirigir essa aeronave (clicando no gatilho do meio se enche o balão, clicando na corda lateral se esvazia).

Então fica o registro. Em menos de dez anos dois pousos forçados em áreas urbanas (só os que eu presenciei) por um veículo que tem o mesmo status de avião ou helicóptero para a ANAC (segundo a Wikipedia) e que não são dirigíveis. Apenas se controla a altura. É ainda um esporte considerado seguro com o número de acidentes próximos a zero (esses dois acidentes, documentados, entraram para essas estatísticas?).

Será que esse esporte não deveria ser praticado mais longe da cidade? Na zona rural ou em regiões mais desabitadas. Os balões são grandes, dá para gente ver de longe...
[Via BBA]