Páginas

25 de mar. de 2013

Exército chinês comanda onda de cyberataques contra Ocidente


National emblem of the People's Republic of China
National emblem of the People's Republic of China (Photo credit: Wikipedia)


Segundo relatório da Mandiant, empresa de segurança em Internet, uma unidade secreta do Exército Popular de Libertação (EPL) chinês é responsável por grande número de ataques informáticos contra empresas e organismos estatais nos EUA. (Leia o relatório clicando aqui.)

”.

O governo socialista de Pequim, obviamente, nega as acusações presentes no relatório da Mandiant, que foi encomendado conjuntamente pelo conhecido jornal “The New York Times” e outros órgãos americanos de imprensa.

O trabalho rastreou os ataques e identificou a fonte: a Unidade 61398 do EPL, sediada em Xangai. O rastreio informático levou a um prédio de 12 andares localizado no bairro Pudong, centro financeiro de Xangai.
De acordo com a Mandiant, essa unidade do exército comunista está provavelmente integrada por milhares de empregados que dominam o inglês e as técnicas de programação e gestão de redes.

A unidade roubou, “desde 2006, centenas de terabytes de dados de pelo menos 141 organizações, que incluem um vasto conjunto de indústrias”, acrescenta.

A maioria das vítimas está instalada nos EUA, mas há alvos atingidos no Canadá e no Reino Unido. As informações surrupiadas incluem desde detalhes de operações empresariais, como fusões e compras, até e-mails de altos diretivos.

“A natureza da espionagem da Unidade 61398 é segredo de Estado na China. Porém, acreditamos que está envolvida na rede de Operações de Redes Informáticas danosas”, afirma o documento.

“Já é hora de admitir que a ameaça provém da China e queremos dar nossa contribuição armando e preparando profissionais de segurança para combatê-la efetivamente”.

O relatório focaliza particularmente o grupo que qualifica de APT1 –
Advanced Persistent Threat (Ameaça Persistente Avançada) – que subtraiu enormes quantidades de informação de estruturas estratégicas, como da rede de energia elétrica dos EUA.

“Acreditamos que o APT1 seja capaz de levar adiante uma campanha de cyberespionagem tão longa e ampla essencialmente porque recebe apoio direto do governo”, diz Mandiant. 

Nas últimas semanas, foram atribuídos a cyberterroristas chineses os ataques informáticos contra os jornais “The New York Times” e “Wall Street Journal”, bem como contra o Twitter.

O New York Times afirma que hackers roubaram chaves e acessaram computadores pessoais de 53 empregados, após o jornal publicar um artigo sobre a fortuna do primeiro-ministro marxista Wen Jiabao.

Obviamente, a China tem que recusar as acusações, dizendo-se ela mesma vítima de piratas não identificados.

Hong Lei, porta-voz do ministério de Relações Exteriores, partiu para a desclassificação e o menosprezo da denúncia, sem fornecer dados que contribuíssem a esclarecer os fatos.

“A crítica arbitrária, baseada em dados rudimentares, é irresponsável, não é profissional e não ajuda a resolver o problema. (…) A China se opõe categoricamente à pirataria”, garantiu ele a jornalistas, que tiveram de conter o riso. Acrescentou que o país socialista “é uma grande vítima dos cyberataques”, e que, “de todos os que sofrem a China, em primeiro lugar figuram os provenientes dos Estados Unidos”.

Diário do Povo — órgão de propaganda do Partido Comunista Chinês — repetiu fielmente o script do governo, atacando os EUA por reavivarem “o medo da China” com o objetivo de “conter” a ascensão comunista.
Em resumo, a China continuará atacando o Ocidente.


Luis Dufaur, escritor, edita o blog Pesadelo Chinês.