É dura a vida de um homem público. Qualquer deslize pode estragar sua biografia. Um grave deslize pode ser fatal para suas ambições.
O que ocorreu ontem de madrugada no Rio, com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), deveria lhe servir de dura advertência.
Ele foi detido por policiais dirigindo seu carro com a carteira de motorista vencida. E convidado a se submeter ao teste do bafômetro, recusou-se.
Um homem público da estatura dele tem obrigação de circular com documentos em dia.
Pior foi a recusa em ser testado para comprovar ou não que bebera além da conta.
Se estivesse sóbrio não se recusaria.
Aécio aspira ser candidato a presidente da República. Tentou ser no ano passado - não deu.
Tentará em 2014. Se perder, no problema. É jovem. Seu mandato de senador só terminará em 2018. Novamente poderá tentar se eleger.
Mas para ser candidato daqui a quatro ou oito anos, Aécio terá de mudar seu estilo particular de vida.
Muitas vezes ele se comporta como um adolescente. E, em algumas ocasiões, como um adolescente afoito que desconhece limites.
Aécio diz e repete para amigos que não sacrificará seus prazeres para chegar à presidência da República.
Sinto muito: caso insista em continuar flertando com o perigo, jamais chegará lá.
A política é cruel.
Uma campanha é crudelíssima.
Aécio sabe disso.