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29 de abr. de 2011

Frio!...


Sobre o Frio

O frio, por mais desagradável que possa parecer, não havendo vento exagerado, sendo farta a alimentação e apropriado o vestuário, constitue poderoso tônico para o organismo. É consíderável a baixa temperatura que é possível suportar, sem qualquer incoveniente quando são preenchidas essas condições. Ao contrário do frio, o calor mitiga a atividade humana.
A força dos raios solares é em média mais enérgica no equador e vai-se pouco a pouco enfraquecendo para os pontos que se arredam dele no sentido do polo boreal ou astral. Isto explicaria, em parte, porque o sul/sudeste do Brasil é mais desenvolvido que o norte/nordeste.
No Rio Grande do Sul, situado entre os paralelos 27º 06 e 33º 46‘ de latitude sul, os raios solares são recebidos com bem menos violência em sua superfície, que nas de outros estados do Brasil, devido a sua posição geográfica, muito ao sul do trópico de capricórnio, e já muito entrada na zona temperada.

O clima do planalto de Santa Catarina é do tipo Cfb (clima temperado chuvoso, sem estação seca, verão ameno). Cerca de 1/3 do planalto é do tipo Cfa (clima temperado chuvoso, sem estação seca, verão quente), no oeste. O pinheiral não abrange todo o planalto. Tanto no extremo oeste como no extremo leste falta este tipo de vegetação. A cerração em certas épocas do ano é muito intensa, às vezes chegando até São Joaquim, a partir dos bordos da Serra Geral no município de Bom Jardim da Serra. Aí nesta região, temos o clima Cfblg’n (clima temperado chuvoso, sem estação seca, verão ameno, diferença entre o mês mais quente e o mais frio igual ou menor que 5,0ºC, e nevoeiros freqüentes).

No baixo vale do Rio do Peixe e no vale do Rio Uruguai temos um clima um pouco mais quente, ou seja, Cfalg’n (clima temperado chuvoso, sem estação seca, verão quente, e nevoeiros freqüentes). O clima deste planalto é destes dois tipos (Cfa e Cfb), apenas com suas variações conforme altitudes, latitudes e regimes de pluviosidade.

A estação hibernal merece especial atenção devido a importância que apresenta. É na parte oriental do planalto catarinense onde se verificam as mais baixas temperaturas do país.

Os dados da Estação Meteorológica de São Joaquim, situada a 1408 metros de altitude, são lamentavelmente de poucos anos. Grandes nevascas verificam-se de maio a setembro neste município. É no mês de julho que há maior número de nevadas (e, agora, de turistas !).

No planalto de São Joaquim as nevadas atingem grandes proporções, não sendo raras espessuras de neve superiores a 25 centímetros. Às vezes essas camadas atingem cerca de um metro de altura.

Com abundantes nevadas, o planalto sul catarinense é uma localidade que reproduz fielmente as paisagens européias de inverno. Na nevasca de 1912 em São Joaquim, a espessura do gelo em todo o território do município, teria ultrapassado 1 metro nas encostas. A nevasca de julho de 1957 nesse mesmo município foi muito grande, e com 9 dias ainda havia neve nas encostas úmidas e sombrias. Os pinheiros ficaram completamente tomados pela neve, provocando pela sua grande e pesada camada sobre a copada, a quebra de muitos ramos.

Nas matas a criação não pode entrar para abrigar-se do rigor do frio, pois os galhos estouram e caem, a ramagem dos arbustos e árvores se dobra e trama. Com isto, durante muitos anos ficam os vestígios nas matas. Pinheiros e árvores, mais ou menos tortos, muitas vezes são arrancados pelo peso da camada de neve.

Outro fenômeno meteorológico interessante para assinalar é a geada. É grande a resistência dos pinheiros às baixas temperaturas, pois é freqüente o termômetro chegar a 10,0º C ou mais abaixo de zero, em São Joaquim, podendo mesmo, chegar de 14,0º C – 20,0º C abaixo de zero (segundo registros não-oficiais).

No Estado do Paraná, o clima não é tão rigoroso como nos dois últimos estados sulinos. Mesmo assim sua agricultura tem sofrido com os efeitos das geadas.

O Paraná apresenta uma zona rica em chuvas. Mesmo as regiões do campo recebem de 1350 a 1850 mm, em média 1511,6 mm, quase a mesma quantidade de precipitaçãos das zonas das matas, precipitação esta distribuída sobre todos os meses do ano.

A Serra do Mar tem o máximo das chuvas no Paraná, com 3000 a 5000 mm anuais. Mas também sobre as matas pluviais tropical-subtropicais dos planaltos, as precipitações podem atingir periodicamente valores de 2500 a 3000 mm. Períodos secos, tipicamente regulares, não são abservados em outras regiões que não no norte do Paraná, onde a quantidade de chuvas no inverno sofre uma redução: 50 a 80 mm.

O Estado do Paraná ultrapassa, no norte, o Trópico de Capricórnio. Considerando-se a zona de iluminação que, segundo a linha divisória matemático-solar, transcorre entre 22,5º e 26,5º de latitude sul, o Estado do Paraná estende-se desde os trópicos limítrofes, ainda quentes, até a zona subtropical.

Encontra-se este Estado numa zona de transição entre o clima tropical das regiões altas, periodicamente secas, e o clima sempre úmido subtropical e úmido temperado. Pela divisão vertical do Estado, da zona litorânea através da Serra do Mar até os três planaltos, são observados no Paraná, igualmente, os tipos climáticos dos trópicos quentes até as zonas temperadas com geadas periódicas e neve acidental.

É verdade que se trata apenas de neves de poucas horas durante o dia, que dependem de raras condições de irradiação especiais com o vento sul. As geadas noturnas ocorrem particularmente nos anos ricos em chuvas hibernais; as geadas seguem principalmente aos dias chuvosos nos meses de inverno. Guarapuava, no terceiro planalto, registra até 27 dias de geada/ano.