Páginas

25 de abr. de 2011

Giro pelo mundo



Casablanca e Rabat

Milhares saem às ruas em protesto pedindo reformas no Marrocos

Agências internacionais
CASABLANCA - No terceiro dia de grandes manifestações no Marracos desde fevereiro, quando levantes no mundo árabe ganharam força, cerca de 10 mil pessoas sairam às ruas de Casablanca, a maior cidade do país, pedindo reformas e o fim de prisões políticas. Também houve marchas na capital, Rabat, denunciando a corrupção, os casos de tortura e o desemprego, muito alto entre jovens.

Não havia sinais de confronto nas manifestações. Tentando evitar um desfecho semelhante ao das revoltas na Tunísia e no Egito - onde os ex-ditadores Ben Ali e Mubarak deixaram o poder -, autoridades já anunciaram mudanças com objetivo de conter a pressão para que o poder do rei Mohammed seja reduzido.

O Marrocos é uma monarquia constitucional, com um parlamento eleito, mas a Constituição permite que o rei dissolva o legislativo, imponha estado de emergência e tenha peso decisivo nas questões do governo.
Mohammed anunciou alterações constitucionais no mês passado, abdicando de alguns poderes e tornando o judiciário independente, mas os manifestantes querem mais.
Eles também questionam os interesses econômicos da monarquia, que é proprietária da empresa SNI. Outra demanda é a libertação de prisioneiros políticos. Ao menos 92 deles foram soltos no mês passado.



Sobrinho de ministra

Israelense é morto por policial palestino na Cisjordânia ao visitar local sagrado sem autorização

Agências internacionais

NABLUS, Cisjordânia - Um sobrinho da ministra da Cultura de Israel, Limor Livnat morreu neste domingo após ser baleado por um policial palestino ao entrar em um local sagrado sem autorização, na Cisjordânia. Outros três israelenses que estavam com Ben Yossef Livnat, de 25 anos, também foram baleados na Tumba de José, em Nablus, e ficaram feridos. Eles pertenciam a uma corrente ultraortodoxa, e costumavam participar de orações coletivas na Tumba de José. Alguns judeus acreditam que o patriarca bíblico foi sepultado no local.

Após o incidente, confrontos foram registrados na cidade de Hawara, onde jovens de Israel atiraram pedras em carros, incendiaram um veículo e tentaram atear fogo a uma casa. Palestinos também atacaram a tumba.

"Um civil israelense morreu e quatro ficaram feridos após a entrada não autorizada no túmulo de José, em Nablus", disse o Exército israelense em um comunicado em inglês.

Autoridades palestinas sustentam que "os civis foram baleados por um policial palestino que, depois de identificar movimentos suspeitos, disparou em sua direção". Autoridades de segurança israelenses e palestinas iriam se reunir para investigar o ocorrido.

O governador de Nablus, Jibreen al-Bakri, disse que o grupo de israelenses tinha ''entrado na região sem comunicar à Autoridade Palestina, como foi acertado com Israel''.

Este é o primeiro ataque contra israelenses com mortos na Cisjordânia desde a morte de cinco membros de uma família no mês passado no assentamento de Itamar, em uma região próxima à Cisjordânia.

A violência no território ocupado diminuiu significativamente desde que atingiu seu ápice durante o levantamento palestino há uma década. Cerca de 500 mil colonos vivem entre 2,5 milhões de palestinos na Cisjordânia e a Leste de Jerusalém.

Os palestinos temem que a presença de enclaves dificulte a criação de um estado livre em terras capturadas por Israel na guerra de 1967.


Guru

Morre na Índia o líder religioso Sathya Sai Baba

Agências internacionais

NOVA DÉLHI - Morreu na manhã deste domingo, em um hospital do sul da Índia, Sathya Sai Baba, um dos mais populares líderes religiosos da Índia, considerado por milhares de seguidores como o Deus vivo. Ele tinha 84 anos. Sai Baba, que deu entrada no hospital de Puttaparti, sua cidade natal, há um mês, morreu de falência múltipla dos órgãos, por conta de complicações no coração e pulmões, informou a imprensa local.

O guru estava hospitalizado por problemas cardíacos, pulmonares e renais. Ele estava há mais de três semanas em quadro grave de saúde e, há uma semana, respirava com a ajuda de aparelhos.

Seus seguidores, estimados em número de seis milhões, incluem líderes políticos indianos, empresários e estrelas de Bollywood. Para o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, a morte de Baba é uma "perda irreparável".

A morte causou a tristeza dos devotos. Centenas de milhares de fiéis são esperados para o funeral do líder, conhecido por seus cabelos encaracolados e suas vestes na cor de açafrão. Logo após o anúncio de sua morte, uma multidão se aglomerou em frente ao santuário do guru, em Puttaparti.

Sai Baba nasceu Sathyanarayana Raju em Puttaparti, em 1926. Aos 13 anos, anunciou que era a reencarnação de um líder religioso do século 19, venerado tanto por hindus quanto por muçulmanos. Ele arrebatou milhões de seguidores mundo afora com seus ensinamentos que eram um misto das duas crenças, que recitava com uma fala sempre suave.

O guru também dizia ter o poder de materializar objetos como anéis e relógios, habilidade desqualificada por seus críticos como meros truques para enganar as pessoas. Os fiéis, porém, acreditavam que ele tinha ainda a capacidade de curar doentes terminais.

Graças às doações dos fiéis, muitas delas de milionários convertidos à sua crença, Sai Baba construiu em Puttaparti um hospital, uma universidade, hotéis e até um aeroporto privado. Sua fundação também mantém um serviço de alimentação para a população carente. Em 2004, ex-seguidores o acusaram de pedofilia e abuso sexual, mas as acusações nunca foram investigadas.

O corpo de Sai Baba deverá ser exposto à visitação pública até terça-feira, quando deverá ocorrer seu funeral.


Pós-terremoto

China e Coréia do Sul mantêm restrições a importações japonesas

Agências internacionais

TÓQUIO - A China e a Coreia do Sul rejeitaram neste domingo pedidos do Japão para que restrições a importações de alimentos e outros produtos japoneses fossem mais "razoáveis", mostrando a dificuldade que o governo japonês enfrentará para restaurar linhas de comércio após casos de contaminação por radiação devido ao desastre nuclear que se seguiu ao terremoto no país.

Os ministros do comércio exterior da China e da Coreia do Sul também disseram a seus pares japoneses que eles esperam que o Japão possa rapidamente recuperar sua cadeia de suprimentos, reduzida depois do desastre do mês passado e que pode afetar setores da economia global que dependem de partes produzidas no país.

"Pedi à China e à Coreia do Sul que se assegurem que haja uma base científica para as restrições a importações," disse o ministro do comércio exterior japonês Banri Kaieda a repórteres depois de uma reunião de cúpula.

"A resposta da Coréia do Sul foi de que eles precisam dar importância à segurança da população. A China também destacou a importância dos produtos alimentícios."

Kaieda encontrou-se com o ministro do Comércio Exterior chinês Chen Deming e o ministro do comércio exterior sul-coreano Kim Jong-hoon num momento em que o Japão lida com sua pior crise desde a Segunda Guerra.

Um terremoto de 9 pontos na escala Richter e um maremoto de mais de 10 metros assolaram a costa nordeste do país no dia 11 de março, deixando quase 28 mil mortos ou desaparecidos e causando um vazamento de radiação numa das usinas nucleares.

O governo estima que somente os danos materiais podem somar mais de 300 bilhões de dólares, tornando-o de longe o desastre natural mais caro da história.


Danificado

Aeroporto de St. Louis reabre após passagem de tornado nos EUA

Agências de notícias

ST. LOUIS - O aeroporto de St. Louis reabriu para alguns voos na noite de sábado, após um tornado passar pela área, destruindo casas e carros e deixando a cidade americana sem eletricidade. Autoridades fecharam o aeroporto internacional de Lambert-St. Louis depois do tornado na sexta-feira, que quebrou os vidros do terminal e deixou buracos no telhado, espalhando destroços e danificando ao menos um avião.

Mais de mil operários foram enviados para trabalhar no aeroporto e trazê-lo de volta à atividade. A energia foi restaurada no terminal e voos puderam novamente aterrissar no sábado à noite, disseram autoridades locais.

Esperava-se que o aeroporto fosse reaberto oficialmente no domingo e a partida de vôos volte ao normal. Aproximadamente 70 por cento das operações do aeroporto estão normalizadas.

O governador de Missouri, Jay Nixon, declarou estado de emergência e liberou recursos do Estado para ajudar na limpeza.

Ao menos 750 casas foram danificadas e quase 100 foram destruídas, disse Nixon. Houve feridos mas nenhum morto até agora. Autoridades locais disseram que 47 mil pessoas ficaram sem eletricidade depois da tempestade.

Violência no México

Cinco mulheres são assassinadas e têm as gargantas cortadas em Acapulco

Agências internacionais
CIDADE DO MÉXICO - Cinco mulheres foram brutalmente assassinadas no balneário mexicano de Acapulco. Os corpos foram encontrados na manhã deste sábado, semi-nus e amarrados, em uma salão de beleza. Duas mulheres e uma garota de 14 anos foram achadas no salão com as gargantas cortadas.

Mais tarde, a polícia encontrou na rua os corpos de mais duas mulheres, também com as gargantas cortadas. A imprensa mexicana disse que todas as vítimas trabalhavam no salão de beleza. Nenhum motivo foi dado para os assassinatos.

Acapulco, balneário que ficou famoso na década de 1960 por se frequentado por estrelas de Hollywood, assiste ha alguns meses à escalada da violência urbana motivada por disputas entre cartéis de drogas. Por causa disso, os Estados Unidos alertaram os turistas americanos a não visitarem a região central do resort.

Autoridades mexicanas têm se esforçado para minimizar o impacto da violência sobre o turismo, uma das principais atividades da balança comercial do país.

O aumento da violência provocada pelo narcotráfico, que matou mais de 15 mil pessoas no ano passado, fez com que diversos governos estrangeiros emitissem uma série de alertas sobre os riscos de se viajar para o México.



 Só 20% das escolas estão prontas para todos

Nas escolas, falta de rampas e banheiros adaptados é obstáculo para crianças e adolescentes portadores de deficiências
RIO e FORTALEZA - Desde que perdeu o movimento das pernas, após passar por uma cirurgia para remoção de um tumor na coluna, há sete meses, o estudante Willian Júnior Bernardo, de 14 anos, descobriu que suas perdas não pararam por aí. Ele já não consegue beber água sozinho na Escola estadual Joaquim Alves, em Demócrito Rocha, bairro de Fortaleza, onde cursa onde cursa o 9º ano. O bebedouro fica sobre um batente inacessível a sua cadeira de rodas.

A sede persistente, devido a um medicamento para inibir a urina frequente, é a primeira coisa de que o estudante lembra quando perguntado sobre os momentos difíceis na escola.

- Às vezes peço um copo (na cozinha) e, quando não me dão, fico com sede - afirma Willian, cuja cadeira de rodas não encaixa na mesa, na sala de aula.

Assim como Willian, milhares de crianças e adolescentes portadores de deficiências enfrentam obstáculos em suas escolas. Números do Censo Escolar de 2010 apontam que apenas 20,7% (40.420 prédios) da Educação Básica têm banheiros e vias de acesso adequadas a alunos com deficiências. Na rede pública, o percentual é ainda menor: 18%. E, na privada, é de 32,4%.

- O número é baixo e, na verdade, deve ser ainda menor. O que declaram como acessibilidade às vezes é uma rampinha na entrada da escola - alerta a superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), Teresa Costa d'Amaral.

No Rio, direção improvisa com rampas de madeira

Para Igor Ramos da Costa, de 14 anos, aluno do 5º ano da Escola municipal Antônio Austregésilo, em Bangu, Zona Oeste do Rio, a dificuldade começa ainda no caminho para a escola:

- Conseguimos, na Justiça, que um transporte traga as crianças cadeirantes, mas, se têm aula de reforço, temos que pagar a van. Em frente à escola, a calçada é cheia de buracos e não tem rampas. A entrada deles tem de ser por um local diferente das outras crianças, porque onde elas entram há dois degraus - conta sua mãe, a dona de casa Cláudia Regina da Costa.

Dentro da escola não há rampas, e a saída da direção foi improvisar: uma inclinação de madeira é removida de sala a sala. No banheiro, foi colocada uma mesa escolar com um colchão, usada para que as mães troquem as fraldas das crianças.

- Todas as escolas têm obrigação de se preparar para receber alunos especias - defende a dona de casa Patrícia Amorim, mãe de Rafaela Amorim, de 11 anos, aluna do 3º ano da Antônio Austregésilo. - Há alguns anos, fui a uma escola perto da minha casa, em Realengo, tentar matricular Rafaela. Disseram que não trabalhavam com crianças especias. Quando uma mãe ouve isso, fica deprimida.

Angústia parecida viveu o empresário José Borges, pai de Bernardo Borges, de 16 anos. O menino estuda, desde pequeno, numa escola particular, na Ilha do Governador, no Rio. Aos 6 anos, por conta de uma distrofia muscular, começou a usar cadeira de rodas. Foi o início de uma batalha de dois anos para conseguir que o colégio se adaptasse:

- O antigo diretor queria me convencer de que era mais fácil mudar meu filho de colégio. Quando mudou a direção, as coisas ficaram mais fáceis. Hoje há até um elevador - conta.

- Antes, eu era carregado em uma cadeira para subir as escadas. Tinha medo de cair e me sentia constrangido - completa Bernardo.

O presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), José Augusto de Mattos Lourenço, afirmou desconhecer os números do Censo Escolar e disse ter ficado surpreso ao saber que quase 80% das escolas não são acessíveis:

- O número é alarmante. Acho que a nossa obrigação é nos adaptarmos à legislação. Em alguns prédios é complicado fazer rampas de acesso e elevador, por serem muito antigos, mas todos têm que fazer as melhorias. A federação orienta sobre a necessidade, mas isso depende de cada unidade escolar.

Os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram uma realidade ainda pior há dez anos. Em 2000, o percentual de escolas acessíveis era de apenas 2,9%. A adequação dos prédios escolares é determinada por decreto federal.

Para a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, Claudia Dutra, apesar do percentual ainda baixo, é preciso destacar o aumento do número de estabelecimentos adaptados:

- O indicador de 20% demonstra, por um lado, o desafio de manter e fortalecer políticas de inclusão escolar. E, por outro, o crescimento do número de escolas acessíveis demonstra que há uma busca do sistema de ensino de apoiar a adequação arquitetônica dos prédios.

Segundo Cláudia, desde 2004 o Ministério da Educação repassa às escolas verbas específicas para a adequação dos prédios escolares. De acordo com a secretária, o investimento, que em 2004 foi de R$ 2 milhões, passou para R$ 32 milhões em 2009 e R$ 57 milhões em 2010. Para 2011, a previsão é de R$ 100 milhões.


Rampas e elevadores em escolas particulares


No Rio, há exemplos de escolas particulares que, além de adequar seus prédios, tentam adotam a questão da acessibilidade como política.

A Edem, em Laranjeiras, na Zona Sul, 20% dos alunos têm necessidades especiais. Há rampas nas salas e nos banheiros. A direção planeja instalar um elevador em breve.

- Quando é necessário, fazemos adaptação de currículo e buscamos especialistas - neurologistas, fonoaudiólogos e outros - que já trabalham com as crianças para, juntos, desenvolvermos o caso - explica a diretora da escola, Judy Galper.

Os irmãos Leonardo, de 13 anos, e Carolina Ayres, de 15 anos, estudam na Edem. Eles têm dificuldade de locomoção por conta de uma doença que afeta o sistema muscular. Mãe dos meninos, a advogada Fernanda Ayres conta que teve dificuldade para encontrar uma escola adequada:

- Embora sejam obrigadas a fazer as adequações, as escolas não estão preparadas, desde o ambiente escolar até a questão psicológica.

No Colégio Notre Dame, em Ipanema, três elevadores foram instalados para dar acesso a salas e outros espaços de convivência, como ginásio de esportes de biblioteca.

- É importante para aperfeiçoar nossa busca de igualdade e transformação social. Mas, não é só a escola, a sociedade toda precisa acolher naturalmente na convivência diária - afirma a diretora do colégio, irmã Leci Salete Paier.

Impasse

Decisão do STF sobre Ficha Limpa causa dúvidas sobre quem serão os novos parlamentares
BRASÍLIA - A decisão do Supremo Tribunal Federal de vetar a aplicação da Ficha Limpa nas eleições do ano passado ainda provoca expectativas e dúvidas sobre quem serão os novos parlamentares e mexe com os ânimos tanto dos que devem voltar quanto dos que assumiram no lugar dos fichas-sujas barrados nas urnas no ano passado. Muitos dos que hoje têm em mãos os diplomas e foram empossados estão dispostos a lutar até na Justiça para manter os mandatos, o que poderá prolongar ainda mais o impasse.

Até agora, nenhum dos beneficiados pela decisão do Supremo conseguiu tomar posse de seu respectivo mandato na Câmara ou no Senado. E, na Câmara, a dificuldade em saber quem realmente será beneficiado pela decisão tardia do STF sobre a lei é maior que no Senado, porque os cálculos do quociente eleitoral serão refeitos pelos TREs. Apenas dois deputados barrados teriam votos suficientes para se eleger, independentemente da coligação: Janete Capiberibe (PSB-AP) e João Pizzolatti (PP-SC).

" Vou questionar na Justiça que houve um ato jurídico perfeito: fui eleito, diplomado e regularmente empossado "

.Mas a recontagem de votos de barrados pela Ficha Limpa poderá beneficiar outros deputados e tirar outros já empossados. No Rio, por exemplo, os 53.605 votos dados ao deputado Arnaldo França Viana (PDT) e os 31.202 dados a Celso Jacob (PMDB) terão que ser computados. A recontagem pode dar mais votos a uma das coligações e modificar o número de vagas calculado antes.

O deputado Zonta (PP-SC), que entrou no lugar de Pizzolatti, avisa que lutará, com todos os instrumentos legais, para manter seu mandato e diz que já tem prontas nove ações para dar entrada na Justiça assim que houver uma definição, por parte do ministro Carlos Ayres Britto, sobre o caso:

- Vou questionar na Justiça que houve um ato jurídico perfeito: fui eleito, diplomado e regularmente empossado. Onde fica meu direito? Foi um ato jurídico perfeito. As decisões não podem retroagir para prejudicar. E o direito à ampla defesa? - diz Zonta.
O deputado Zonta diz que não nega o direito de Pizzolatti, mas quer também manter sua vaga. Enquanto o tempo passa, ele continua trabalhando ativamente na Casa.

- O problema foi a demora deles (do Supremo) em decidir. Não nego o direito dele (Pizzolatti), ele fez mais votos que eu, mas estou diplomado e empossado, e vou lutar pelo meu mandato até o final. Quero ver como vão me tomar o diploma - desafia Zonta.

Também disposta a manter o mandato até onde for possível, a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) continua trabalhando normalmente. Quarta colocada na disputa pelo Senado no Pará, Marinor assumiu a vaga depois que Jáder Barbalho (PMDB) e Paulo Rocha (PT) foram enquadrados na Lei da Ficha Limpa. Marinor conta com a lentidão da Justiça:

- Nenhum recurso de revisão de sentença poderá ser feito antes da publicação do acórdão do Supremo, que não costuma sair antes de seis meses ou um ano.


Eleições 2012

Temer lança Chalita como candidato a prefeito de São Paulo pelo PMDB
SÃO PAULO - O vice-presidente da República, Michel Temer, disse nesta sexta-feira em Comandatuba, na Bahia, que convidou o deputado Gabriel Chalita (PSB) para ser o candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo na eleição do próximo ano. Temer, que é também o presidente nacional do PMDB, fez a declaração durante o 10º Fórum Empresarial de Comandatuba e deve antecipar a corrida pela sucessão do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que deixou o DEM para criar o PSD.

" Convidamos o Chalita para ser o candidato do PMDB a prefeito de São Paulo. Estamos conversando e essa conversa pode ser concluída em maio, quando ele poderá se transferir para o PMDB "
- Convidamos o Chalita para ser o candidato do PMDB a prefeito de São Paulo. Estamos conversando e essa conversa pode ser concluída em maio, quando ele poderá se transferir para o PMDB - disse Temer em Comandatuba, onde acaba de dar uma palestra para centenas de empresários brasileiros.

PESQUISA: PT tem maior simpatia da nova classe média, diz Datafolha

As conversas de Temer com Chalita já ocorrem há meses e têm inclusive contado com a participação do presidente estadual do PMDB de São Paulo, deputado Baleia Rossi (filho do ministro da Agricultura, Wagner Rossi).

- As portas do PMDB para Chalita estão abertas. Agora, só depende dele decidir vir para o PMDB - disse um assessor de Temer, confirmando que as negociações com Chalita estão bastante adiantadas.

O problema agora é análise jurídica da questão, pois Chalita é deputado federal pelo PSB e se mudar de partido agora pode perder o mandato caso o PSB o requisite.

- É evidente que a transferência para o PMDB ainda dependerá do próprio Chalita decidir e as implicâncias legais. Mas Chalita já tem demonstrado que o PSB tem tido uma postura que não o deixa à vontade no partido para disputar as próximas eleições - disse ao GLOBO o assessor de Temer.

Objetivo é fazer aliança com o PT para suceder Kassab

Temer disse ainda em Comandatuba que pode ter Chalita como carta na manga para uma possível aliança com o PT pela prefeitura de São Paulo. Chalita é um nome com bom trânsito no PT, inclusive com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

Lula, no entanto, tem demonstrado preferir um nome novo no PT, como o do ministro da Educação, Fernando Haddad. O PT, contudo, tem nomes tradicionais na fila, como a senadora Marta Suplicy e o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Também o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, deseja ser candidato pelo PT.

Além do PMDB, o PSDB de Geraldo Alckmin está assediando o deputado do PSB, mas os tucanos tem inúmeros candidatos a prefeito, a começar pelo ex-governador José Serra (ele diz que não quer, mas há setores do PSDB que desejam isso). O PSDB tem ainda como pré-candidatos secretários estaduais de Alckmin, como José Anibal (Energia) e Bruno Covas (Ambiente).