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4 de nov. de 2011

A camada de verniz



Para viver em sociedade é imprescindível que o homem controle seus instintos. Ele não pode ter tudo o que quer na hora que quer, dizer o que quer na hora que quiser, fazer o que quer no lugar e tempo que lhe der vontade, a não ser que queira sofrer drásticas conseqüências, isto é se conseguir satisfazer seu instinto. É justamente essa aparência que se mostra que chamamos de verniz. É como se o que nós mostramos aos outros fosse apenas a ponta do iceberg, e dentro de nós houvesse muito mais daquilo que a gente tenta o tempo todo esconder e controlar. 
 
O grito
Todavia percebemos que pessoas em situação de alto estresse, como aquelas que trabalham muitas horas ininterruptas por exemplo, ficam com os nervos à flor da pele. E a camada de verniz, por sua vez torna-se mais frágil. Parece que o cansaço fragiliza a organização e defesa do aparelho psíquico e as pessoas esquecem-se muitas vezes da polidez e dos bons modos que normalmente ela utilizaria em suas relações sociais. O verniz fica mais fino e o instinto animal fica mais suscetível a despertar. Certas coisas que se suportava numa boa num estado normal de humor, tornam-se como uma bomba nuclear. Uma palavra mal dita pode gerar uma briga, e conforme o estado emocional, até uma morte.

As atitudes são tão impensadas que quando se dá conta de uma atitude tomada já é tarde demais. Uma excelente mãe pode tornar-se uma assassina. E da mesma maneira que qualquer  palavra mal dita pode causar um estrago horrível na pessoa tensa, a pessoa que está tensa pode dizer palavras altamente ofensivas, não importando quem está na frente. O primeiro que se engraçar a dizer algo já leva um soco no estômago.

Mas é só ter uma boa noite de sono que no outro dia a pessoa está uma jóia. Enjaulou sua besta-fera. Com todos os seus instintos sob controle, está livre para ser feliz. Passou mais uma camada de verniz e está pronta para destilar amor por todos os poros... (me engana que eu gosto!)
Fonte - peripécias psicológicas