O presidente dos Estados Unidos,  Barack Obama, confirmou em  pronunciamento na TV na madrugada desta  segunda-feira (2) a morte de  Osama bin Laden, líder da rede terrorista  da al-Qaeda, responsável pelos  ataques terroristas de 11 de setembro de  2001 nos EUA.
    De  acordo com Obama, a morte foi consequência de uma ação de  inteligência  do Exército norte-americano em parceria com o governo do  Paquistão, que  localizou o terrorista durante a semana passada.
     Neste domingo (1º), um pequeno grupo de soldados americanos conseguiu   matá-lo em uma fortaleza em Abbotabad, próximo a Islamabad, capital do   Paquistão.
    Houve troca de  tiros, mas, segundo Obama, nenhum  militar americano ficou ferido na  operação e cuidados foram tomados para  que nenhum civil fosse ferido.
    Quatro helicópteros teriam sido usados na operação. A casa ficou em chamas após o atentado.
 Osama Bin Laden 
'Justiça'
"Foi feita justiça", disse Obama. "Nesta noite, tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama Bin Laden, o líder da al -Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças."
Segundo o presidente, o corpo do terrorista está em poder das autoridades dos EUA.
Fontes  do governo disseram à agência Reuters que o cadáver será  tratado de  acordo com as tradições islâmicas. A imprensa americana  afirmou que o  corpo já teria sido sepultado, no mar, conforme o costume.
Funcionários  do governo e um congressista disseram que Bin Laden  morreu com um tiro  na cabeça, mas não havia informação oficial sobre  isso.
Uma  autoridade disse à agência Reuters, sob anonimato, que testes de  DNA e  técnicas de reconhecimento facial seriam usados para ratificar a   identificação do corpo.
 Foto de Osama Bin Laden após ataque
   A mesma autoridade disse  que a ação foi acompanhada em tempo real por  Leon Panetta, diretor da  CIA, e por outras autoridades da inteligência  americana, na sede da  CIA, em Langley, no estado americano da Virgínia. A  confirmação da  morte foi recebida com um aplauso, segundo a fonte.
TVs locais mostraram o que seriam imagens do cadáver desfigurado de Bin Laden, mas não havia confirmação oficial da veracidade.
Mais quatro mortes
Funcionários do governo americano também afirmaram que outros três homens e uma mulher teriam morrido no ataque, que teria durado 40 minutos.
    Um dos  homens seria um dos filhos do terrorista. Outros dois  trabalhavam como  mensageiros para Osama. A mulher teria sido morta ao  ser usada como  escudo humano. Ainda não havia confirmação oficial destas  informações.
     Enquanto Obama fazia seu pronunciamento, dezenas de norte-americanos   já cercaram a Casa Branca comemorando a morte do terrorista. Também   houve comemoração no Marco Zero, local dos atentados em Nova York, e em   outros pontos do país.
 Em frente à Casa Branca, em Washington, 
multidão comemora o anúncio da morte de 
Osama bin Laden
    Antes do pronunciamento, a  morte de Bin Laden já havia sido divulgada  pela rede de TV CNN e  confirmada por três fontes norte-americanas e  também havia sido  anunciada pela agência de notícias Reuters.
     Procurado havia pelo menos dez anos pelos EUA, Bin Laden era   considerado o mentor dos atentados de 11 de Setembro de 2001, que   derrubaram as Torres Gêmeas em Nova York, atingiram o Pentágono e   deixaram cerca de 3.000 mortos. Os ataques levaram à invasão do Iraque e   do Afeganistão por tropas lideradas pelos EUA, no que ficou conhecido   como "guerra ao terror".
    O terrorista também era conhecido por ataques a alvos norte-americanos na África e no Oriente Médio na década de 1990.
Bush: 'vitória para os EUA'
      O ex-presidente americano  George W. Bush, que comandava o país na  época dos atentados, disse que a  morte de Bin Laden foi "uma vitória  para os Estados Unidos". Ele disse  ter recebido a notícia da morte por  intermédio do próprio Obama, em um  telefonema de quatro minutos.
Alerta
Após o anúncio da morte, o Departamento de Estado dos EUA alertou para um maior risco de "violência antiamericana' em todo o mundo. A Interpol também pediu a seus países-membros que aumentem as medidas de segurança por conta de risco de atentados.
     O Talibã, movimento fundamentalista islâmico aliado à al-Qaeda,   desmentiu a informação sobre a morte de Bin Laden, mas não justificou a   afirmação.
    Mas um integrante do braço iemenita da rede terrorista no Iêmen confirmou a notícia à France Presse.
Mais procurado do mundo
Após os atentados nos EUA, Bin  Laden se tornou o homem mais  procurado do mundo, com uma recompensa de  US$ 25 milhões por sua  cabeça.
    Desde então, ele passou a ser buscado por dezenas de milhares de soldados dos Estados Unidos e do Paquistão.
     Nesse período, Bin Laden reaparecia episodicamente em gravações de   áudio e vídeo ao longo dos anos, alto, magro, sempre usando barba.   Boatos sobre seu paradeiro, estado de saúde e possível morte sempre   surgiam.
História
Bin Laden nasceu na Arábia Saudita em 1957, em uma família de mais de 50 irmãos. Ele era filho do magnata da construção Mohamed bin Laden. Seu primeiro casamento foi com uma prima síria, aos 17 anos. Acredita-se que ele tenha tido 23 filhos com ao menos cinco esposas.
 Um dos aviões se dirige para as Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001 (Foto: AP)
    Bin Laden utilizou sua  fortuna para financiar a Jihad (guerra santa)  contra os soviéticos e  depois contra os americanos. Em 1973, entrou em  contato com grupos  radicais islâmicos. Após a invasão soviética do  Afeganistão em 1979,  viajou para este país para combater os invasores  com o apoio da CIA, a  Agência Central de Inteligência americana. Sua  organização, a al-Qaeda  ("A Base"), foi fundada em 1988, um ano antes da  retirada soviética do  Afeganistão.
     Em  1989, ele voltou à Arábia Saudita. Após o estouro da guerra do  Golfo em  1991, ele criticou a família real por ter autorizado o  desembarque de  soldados americanos em território saudita, posição que  lhe rendeu o  status de persona non grata no seu próprio país.
Instalou-se  então no Sudão, onde os serviços americanos de  inteligência o acusaram  de financiar campos de treinamento de  terroristas. Em 1994, foi  definitivamente privado da nacionalidade  saudita.
     Em 1996, o Sudão, submetido à pressões americanas e da ONU, pediu a   Bin Laden que fosse embora do país. Ele foi então para o Afeganistão,   onde organizou uma dezena de campos de treinamento e passou a lançar   apelos contra os Estados Unidos.
     A ação mais espetacular que lhe foi atribuída antes do dia 11 de   setembro foi um ataque contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no   Quênia, no dia 7 de agosto de 1998, que causou 224 mortos e milhares de   feridos.
     Em 1999, ele foi incluído na lista da Birô Federal de Investigações   americano (FBI) entre as dez pessoas mais procuradas do mundo.
     Bin Laden também foi acusado de ter ordenado o ataque contra o navio   americano "USS Cole" no Iêmen, que fez 17 mortos em outubro de 2000. O   Iêmen é considerado hoje um dos principais redutos de terroristas   ligados à al-Qaeda.
FONTE: G1 NOTICIAS
 
 







 
