Desvende a história e amplie seu conhecimento sobre o espaço.
Marte é o quarto planeta a contar do Sol e o sétimo em tamanho.
Marte (Grécia:
Ares) é o deus da Guerra. O planeta provavelmente recebeu este nome
devido à sua cor; é por vezes conhecido como o Planeta Vermelho (uma
nota interessante: o deus Romano Marte era um deus da agricultura antes
de se associar com o deus Grego Ares; aqueles que suportam a colonização
e a terra-formação de Marte gostam deste simbolismo). O nome do mês
Março deriva de Marte.
É conhecido desde tempos pré-históricos.
Claro, tem sido extensamente estudado com telescópios terrestres. Mas
até os maiores vêm em Marte um alvo difícil, é demasiado pequeno. É
ainda o favorito dos escritores de ficção científica como o lugar mais
favorável onde os humanos poderiam viver no Sistema Solar (além da
Terra!). Mas os famosos "canais" "vistos" por Lowell e por outros,
foram, infelizmente, apenas fruto das suas imaginações.
A primeira sonda a
visitar Marte foi a Mariner 4 em 1965. Outras seguiram-se, tal como
Marte 2, a primeira sonda a aterrar e as duas Vikings em 1976.
Terminando um longo jejum de 20 anos, a Mars Pathinder conseguiu aterrar
com sucesso em Marte a 4 de Julho de 1997. Em 2004 os rovers "Spirit" e
"Opportunity" aterraram em Marte, enviando dados geológicos e muitas
imagens; a Opportunity ainda está a operar ao fim de mais de oito anos
em Marte. Outras três sondas (Mars Odyssey, Mars Express e Mars
Reconnaissance Orbiter) estão também actualmente a operar.
A órbita de Marte é
significativamente elíptica. Um resultado disto é a variação da
temperatura em cerca de 30 C no ponto sub solar entre o afélio e o
periélio. Isto tem uma grande influência no clima de Marte. Enquanto que
a temperatura média de Marte é de cerca de 218 K (-55 C, -67 F), as
temperaturas à superfície variam entre os 140 K (-133 C, -207 F) no pólo
de Inverno e os 300 K (27 C, 80 F) de dia durante o Verão.
Figura 1- Marte é chamado de "Planeta Vermelho" devido à sua cor, proveniente do óxido de ferro, a comum «ferrugem».
Crédito: Viking; USGS; NASA
Embora Marte seja mais pequeno
que a Terra, a sua área de superfície é aproximadamente igual à área da
da Terra. Tem dos mais variados e interessantes tipos de terrenos de
qualquer dos planetas terrestres, alguns dos quais simplesmente
espectaculares:
- Olympus Mons: a maior montanha do Sistema Solar, subindo 24 km à volta da área circundante. A sua base mede mais de 500 km de diâmetro e está rodeada por um penhasco de 6 km de altura.
- Tharsis: uma grande proeminência na superfície marciana com 4000 km de comprimento e 10 de largura.
- Valles Marineris: um sistema de desfiladeiros com 4000 km de comprimento e 2 a 7 de profundidade.
- Hellas Planitia: uma cratera de impacto no hemisfério sul com mais de 6 km de profundidade e 2000 em diâmetro.
Muita da superfície marciana é
velha e craterada, mas existem também vales, montes e planícies mais
jovens (nenhuma destas é visível em detalhe com telescópios, até mesmo o
Hubble; toda a informação vem das sondas que enviámos a Marte). O
hemisfério sul de Marte contém predominantemente antigas terras-altas
crateradas, um pouco similares às da Lua. Em contraste, a maioria do
hemisfério norte consiste de planícies muito mais jovens, baixas em
elevação e que têm uma história muito mais complexa. Uma mudança de
elevação abrupta com alguns quilómetros parece ocorrer na fronteira. As
razões para esta dicotomia global e limites abruptos são desconhecidas
(alguns especulam que são devidas a um grande impacto pouco tempo depois
da acreção de Marte). A sonda espacial Mars Global Surveyor produziu um
bom mapa 3D de Marte que mostra claramente estas características
geográficas.
O interior de Marte é conhecido
apenas por dedução a partir de dados acerca da superfície e pelas
estatísticas do planeta. O cenário mais provável é ter um núcleo denso
com cerca de 1700 km de raio, um manto rochoso derretido um pouco mais
denso que o da Terra e uma crosta fina. Dados da Mars Global Surveyor
indicam que a crosta de Marte tem cerca de 80 km de espessura no
hemisfério sul mas apenas 35 km no norte. A baixa densidade de Marte
quando comparada com os outros planetas terrestres indica que o seu
núcleo provavelmente contém uma relativamente grande fracção de enxofre,
além de ferro (ferro e sulfureto de ferro).
Tal como Mercúrio e a Lua, Marte
parece não ter placas tectónicas activas no presente; não existem provas
de movimento horizontal recente na superfície, tal como as montanhas
dobradas tão comuns na Terra. Com nenhum movimento de placas horizontal,
os "pontos quentes" debaixo da crosta ficam numa posição fixa
relativamente à superfície. Isto, em conjunto com a baixa gravidade à
superfície, pode explicar a existência da proeminência de Tharsis e os
seus enormes vulcões. No entanto, não existem evidências de actividade
vulcânica presente. Mas existem novos dados da Mars Global Surveyor que
indicam que Marte possa ter tido actividade tectónica no seu passado
recente, o que faz com que as comparações com a Terra sejam mais
interessantes!
Figura 3 - Estrutura de Marte.
Crédito: Enciclopédia do Espaço e do Universo, DK Multimedia
Existe um claro indício de erosão
em muitos lugares de Marte, incluindo grandes inundações e pequenos
sistemas de rios. A uma dada altura no passado, houve claramente uma
espécie de fluido na superfície. A água líquida parece ser a escolha
mais óbvia mas existem outras possibilidades. Poderiam até existir
grandes lagos ou até oceanos; as provas que fortaleceram esta teoria
foram providenciadas por imagens de terrenos com camadas tiradas pela
Mars Global Surveyor e dos resultados mineralógicos do rover
Opportunity. Mas parece que isto aconteceu apenas brevemente e há muito
tempo atrás; a idade dos canais de erosão é estimada em cerca de 4 mil
milhões de anos (Valles Marineris NÃO foi criada a partir de água
corrente. Foi formado a partir de esticões e falhas da crosta associadas
com a criação da proeminência de Tharsis).
No princípio da sua existência,
Marte era muito parecido com a Terra. E tal como a Terra, muito do seu
dióxido de carbono foi usado para formar as rochas carbonáceas. Mas ao
contrário das placas tectónicas na Terra, Marte não consegue reciclar
nenhum do seu CO2 para a atmosfera e por isso é incapaz de
suster um efeito de estufa significativo. A superfície de Marte seria
por isso, muito mais fria que a da Terra, se estivesse à mesma distância
do Sol.
Marte tem uma atmosfera muito
fina, composta principalmente por uma pequena quantidade de dióxido de
carbono restante (95.3%), nitrogénio (2.7%), árgon (1.6%) e traços de
oxigénio (0.15%) e água (0.03%). A pressão média à superfície de Marte é
de apenas 7 milibares (menos de 1% da da Terra), mas varia largamente
com a altitude até quase aos 9 milibares nas bacias mais profundas e
cerca de 1 milibar no topo do Monte Olimpo. No entanto, a sua atmosfera é
espessa o suficiente para suportar ventos muito fortes e tempestades de
areia vastas, que por vezes "tapam" o planeta inteiro e podem durar
meses. A fina atmosfera de Marte produz um efeito de estufa, mas que só
por si não é suficiente para subir a temperatura à superfície 5 graus
(K); muito menos como o que vemos em Vénus ou na Terra.
Figura 4 - A fina atmosfera de Marte produz um fraco efeito de estufa.
Crédito: Calvin J. Hamilton, NASA
Marte tem calotes polares
permanentes em ambos os pólos compostas de gelo e dióxido de carbono
sólido ("gelo seco") que são visíveis até com um pequeno telescópio.
Estas exibem uma estrutura em camadas, em que alternam gelo e várias
concentrações de pó negro. Quando é Verão no hemisfério Norte, o dióxido
de carbono é completamente sublimado, deixando uma camada residual de
gelo. A sonda Mars Express da ESA mostrou que uma camada semelhante de
água gelada existe por baixo do pólo Sul. O mecanismo responsável por
esta disposição em estratos é desconhecido mas pode ser devido a
mudanças climáticas relacionadas com alterações a longo prazo na
inclinação do equador de Marte em relação ao plano da suaórbita. Pode
também existir gelo escondido por baixo da superfície, a latitudes
baixas. As mudanças sazonais nas calotes polares alteram a pressão
atmosférica global em cerca de 25% (medida nos locais de aterragem das
Viking).
Recentes observações com o
Telescópio Espacial Hubble revelaram que as condições durante as missões
Viking poderiam não ter sido as normais. A atmosfera de Marte parece
agora ser mais fria e seca do que as anteriormente medidas pelas
Vikings.
As sondas Viking fizeram
experiências para determinar a existência de vida em Marte. Os
resultados foram algo abstractos mas a maioria dos cientistas acredita
agora que mostram nenhuma prova de vida em Marte (no entanto, ainda
existe algum controvérsia). Os optimistas apontam que apenas duas
pequenas amostras foram medidas e não dos locais mais favoráveis. Mais
experiências irão ser feitas nas futuras missões a Marte.
Acredita-se que um pequeno número de meteoritos (os meteoritos SNC) são originários de Marte.
Figura 5 - Marte tem calotes polares tal como a Terra, que são constituídas por gelo, não água, mas dióxido de carbono.
Crédito: NASA
A 6 de Agosto de 1996, David
McKay e seus colegas anunciaram a primeira identificação de um composto
orgânico num meteorito marciano (ALH84001). Os autores sugeriam ainda
que estes compostos, em conjunção com um número de outras
características mineralógicas observadas na rocha, poderiam ser
evidência de antigos microrganismos marcianos.
Por mais excitante que isto
pareça, é importante notar que enquanto estas provas são fortes, de modo
algum estabelecem de facto a existência de vida extraterrestre. Têm
existido também alguns estudos contraditórios publicados depois da tese
de McKay. "Pretensões extraordinárias requerem provas extraordinárias".
Muito trabalho permanece ainda por fazer antes que estejamos confiantes
deste achado extraordinário.
Existem uns grandes, mas não
globais, fracos campos magnéticos em várias regiões de Marte. Esta
descoberta inesperada foi feita a partir da Mars Global Surveyor apenas
uns dias depois de ter entrado na órbita de Marte. Existem provavelmente
restos de um campo global mais antigo, que já desapareceu. Isto pode
ter implicações importantes para a estrutura interior de Marte e para a
história da sua atmosfera, bem como para a possibilidade de vida.
Quando se encontra no céu
nocturno, Marte é facilmente visível a olho nu. É um alvo difícil mas
reconfortante para os astrónomos amadores, embora que seja por apenas
três ou quatro meses durante cada ano marciano, quando se encontra mais
próximo da Terra. O seu tamanho aparente e brilho varia muito de acordo
com a sua posição relativa em relação à Terra
Figura 6 - A primeira identificação de um possível composto orgânico num meteorito marciano.
Crédito: NASA
Marte tem dois pequenos satélites que orbitam muito perto da superfície marciana.
Satélites de Marte
GALERIA DE FOTOS
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Figura
7 - Mapa com legenda das características da superfície de Marte. É o
segundo planeta - a seguir à Terra - que recebeu a maior quantidade de
visitantes robóticos. Actualmente, estão três sondas em órbita e dois
rovers da NASA na superfície. Futuras missões estão previstas para os
próximos anos.
Crédito: NASA; Enciclopédia do Espaço e do Universo; DK Multimedia | ||
Figura
8 - O que atingiu Marte? A grande cratera Schiaparelli perto do centro
da imagem da esquerda foi provavelmente provocada por uma colisão com um
objecto do tamanho de um asteróide. Também evidente neste mosaico de
Marte as numerosas crateras de muitos outros impactos com objectos mais
pequenos ao longo de milhares de milhões de anos. No canto inferior
direito, dióxido de carbono branco pode ser visto na bacia Hellas. O
gelo forma-se devido às temperaturas, que podem descer até aos -140º C
em Marte. Algumas regiões marcianas, no entanto, podem chegar aos 20º C -
a temperatura ambiente de uma sala aqui na Terra.
Crédito: NASA, Viking, USGS | ||
Figura
9 - Esta imagem foi adquirida pelo Telescópio Espacial Hubble aquando
da aproximação máxima dos últimos 60,000 anos de Marte com a Terra em
Agosto de 2003. É a visão mais detalhada do Planeta Vermelho jamais
tirada da Terra. São visíveis na superfície algumas caracterísitcas,
tais como: a calote polar Sul na parte de baixo, a circular cratera
Huygens para a direita do centro, a bacia de impacto Hellas - a
característica clara para baixo e para a direita do centro, terras-altas
tão grandes quanto o planeta dominadas por crateras mais pequenas e
áreas mais escuras dominadas relativamente por lisas terras-baixas.
Crédito: J. Bell (Univ. Cornell), M. Wolff (SSI), STScI, NASA | ||
Figura
10 - As tempestades de areia em Marte podem durar meses. Na imagem
temos duas fotos de Marte registadas pelo Hubble em que mostra um Marte
calmo à esquerda e o resultado de uma poderosa tempestade dois meses
depois. Note a ausência de quase todas as caracterísitcas da superfície.
Crédito: J. Bell (Cornell), M. Wolff (SSI), STScI/AURA, NASA | ||
Figura
11 - Nevoeiro e tempestades de areia cobrem por vezes grande parte da
superfície de Marte. Vulcões gigantes, tal como o Ascraeus Mons, a
característica circular perto do topo central da imagem, estava rodeado
por nuvens de água. Um pouco para sudoeste, Pavonis Mons e Arisa Mons
também espreitavam para lá das nuvens. O terro rugoso no centro para
baixo é Labyrinthus Noctis, um puzzle de desfiladeiros profundos com
mais de 200 km de comprimento. Directamente para Sul, um grande nevoeiro
cobre Syria Planum, um grande planalto. Este mosaico foi feito a partir
de imagens registadas pela sonda Mars Global Surveyor, actualmente em
órbita de Marte.
Crédito: MSSS, JPL, NASA | ||
Figura
12 - O maior vulcão no Sistema Solar encontra-se em Marte.O Monte
Olimpo mede 24 km em altura e 500 em comprimento. Por comparação, o
maior vulcão da Terra, Mauna Loa no Hawaii, mede 9 km de altura e 120 em
comprimento. Estes gigantescos vulcões podem existir em Marte devido à
baixo gravidade e falta de movimento tectónico da superfície. Esta
imagem foi registada pela sonda Mars Global Surveyor, a partir de uma
altitude de 160 km.
Crédito: Projecto MGS, JPL, NASA | ||
Figura
13 - Até Marte pode fazer uma cara alegre. A cratera marciana Galle tem
características internas que fazem lembrar o símbolo do "smiley". Tais
marcas foram originalmente descobertas no final dos anos 70 através de
imagens tiradas pelo orbiter Viking. Um grande meteoro colidiu com a
superfície de Marte e formou esta cratera. A imagem do lado foi
registada pela sonda Mars Global Surveyor, actualmente em órbita.
Crédito: Malin Space Science Systems, MGS, NASA | ||
Figura
14 - Na imagem, camadas após camadas estendem-se pelo chão de Candor
Chasma Oeste, dentro do grande Vallis Marineris. Cobrindo uma área de
1.5 por 2.9 quilómetros, a totalidade da imagem (aumentar) da MGS mostra
mais de 100 leitos individuais. Cada camada é lisa, dura o suficiente
para criar rebordos a pico com 10 ou 11 metros de espessura. Na Terra,
este tipo de sedimentos são formados após um longo tempo por grandes
quantidades de água. Como tal, estes podem ter ser sido formados por
antigos lares ou mares. No entanto, outros processos marcianos podem
causar estas estruturas em cadas.
Crédito: Malin Space Science Systems, MGS, NASA | ||
Figura
15 - As dunas em Marte podem parecer exóticas. Na realidade, são
formadas pela complexa relação entre a superfície arenosa e os ventos a
alta-velocidade. Estas dunas em particular estão localizadas na cratera
Proctor, com 170 km de comprimento, vistas pela primeira vez pela sonda
Mariner 9 há 30 anos atrás. Esta imagem foi tirada pela Mars Global
Surveyor.
Crédito: Malin Space Science Systems, MGS, JPL, NASA | ||
Figura
16 - Imagem a 3D registada a partir de dados enviados pela sonda Mars
Express. Este satélite está actualmente a fotografar a superfície
marciana por completo com uma resolução de 10 metros ou até mais, mapear
a composição mineral até uma resolução de 100 metros e investigar a
circulação global da atmosfera. Esta é parte da região de Vallis
Marineris, o homólogo do Grande Canyon na Terra. Na realidade, Vallis
Marineris é quatro vezes mais longo e cinco vezes mais profundo que o
seu parceiro no Arizona. A imagem cobre aproximadamente uma área de 65
km.
Crédito: G. Neukum (FU Berlim), DLR, ESA | ||
Figura
17 - Desfiladeiros profundos descem até aos terrenos rugosos de Mellas
Chasma nesta vista espectacular da sonda Mars Express, actualmente em
órbita de Marte. Numa escala de 16 metros por píxel, os dados indicam
evidências de que actividade vulcânica, água, erosão do vento e sismos
marcianos poderão ter formado a região. Melas Chasma situa-se no limite
central a Sudeste do grande Vallis Marineris. Embora tenha mais de 4,000
quilómetros de comprimento e 10 de profundidade, a região na imagem
estica-se por apenas 70 quilómetros. O chão de Melas Chasma visto aqui
está vários quilómetros abaixo do planalto vizinho.
Crédito: G. Neukum (FU Berlim), DLR, ESA | ||
Figura
18 - Em Marte, o pôr-do-Sol é cor-de-rosa. A cor é principalmente
devida à ferrugem: o ferro oxidado do pó marciano circula pela atmosfera
marciana. Imagem registada pela Pathfinder.
Crédito: Equipa IMP, JPL, NASA | ||
Figura
19 - Estes dois panoramas a 360º mostram os horizontes dos dois rovers
marcianos da NASA, Spirit e Opportunity (respectivamente). Aterraram em
lados opostos do planeta, a Opportunity pouco tempo depois da Spirit, e
continuam a operar há mais de dois anos (muito mais tempo que os 90 dias
esperados).
Crédito: Mars Exploration Rover Mission, JPL, NASA | ||
Figura
20 - Por todo o lado há rochas, no chão da cratera Gusev, local de
aterragem do rover Spirit. Depois de revelar detalhes espectacules e sem
precedentes de uma planície que se pensa que tenha sido um leito de um
rio, esta imagem representa apenas uma pequena fracção dos dados que os
cientistas recebem. O local de aterragem foi renomeado Columbia em honra
dos astronautas que perderam a sua vida no acidente do vaivém Columbia.
Crédito: Mars Exploration Rover Mission, JPL, NASA | ||
Figura
21 - O objectivo dos rovers Spirit e Opportunity é procurar vestígios
de água e enviar imagens de cortar a respiração da superfície marciana.
Na imagem, a Opportunity olha na direcção oposta do Sol e vê a cratera
Endurance, além da sua própria sombra. Duas rodas são visíveis na parte
de baixo, enquanto ao fundo se vê o chão e as paredes da cratera. A 2 de
Março de 2004 os cientistas da missão revelaram que haviam encontradas
fortes provas de que o seu local de aterragem, Meridiani Planum, foi
outrora bastante molhado. Estas provas estão enterradas nas rochas,
rochas que contêm certos minerais que apenas se podem formar em água.
Pouco tempo depois, as mesmas provas eram encontradas no outro lado do
planeta pela Spirit.
Mars Exploration Rover Mission, JPL, NASA | ||
Figura
22 - Um dos objectivos extra do rover Spirit era dirigir-se aos Montes
Columbia. A cor vermelha das rochas, montes e até do céu é causada pela
persuasiva areia ferrugenta.
Crédito: Mars Exploration Rover Mission, JPL, NASA | ||
Figura
23 - A Agosto de 2004 o rover Spirit alcança os já famosos Montes
Columbia e captura esta visão inspiradora da paisagem marciana
(planícies interiores e limites da cratera Gusev). Continua a encontrar
provas da presença antepassada de água em Marte.
Crédito: Mars Exploration Rover Mission, JPL, NASA | ||
Figura
24 - As majestosas paredes da cratera Endurance contêm camadas de
pistas sobre o antepassado de Marte, material de estudo para o rover
Opportunity, que lá passou em Novembro de 2004. Uma análise mais
detalhadas destas camadas revelou composições ligeiramente diferentes
bem como interessantes tendências nas composições relativas. Por
exemplo, camadas mais profundas contêm similarmente quantidades cada vez
menores de magnésio e enxofre, indicando uma razão comum para o seu
declínio - possivelmente a dissolução em água.
Crédito: Mars Exploration Rover Mission, JPL, NASA | ||
Figura
25 - O rover Opportunity teve a sorte dos deuses. Não só encontrou o
primeiro meteorito a ser descoberto fora do nosso planeta, como o seu
escudo de protecção, que largou ao aterrar. O objecto, com o tamanho de
uma bola de basquetebol, é na sua maioria composto por ferro e níquel.
Crédito: Mars Exploration Rover Mission, JPL, NASA | ||
Figura
26 - Metal quebrado e Marte queimado compõem o local de impacto do
local de impacto do escudo de protecção da Opportunity. Este é um dos
locais mais interessantes de pesquisa. À esquerda é visível o casco
exterior cónico expelido pela Opportunity à medida que entrou em Marte
em 2004. Mais à direita temos outro pedaços e também o local de impacto.
Este local é relativamente interessante parcialmente devido à sua
criação. O impacto expeliu material vermelho claro da sub-superfície,
enquanto um material mais escuro parece dirigir-se para a maior
quantidade dos detritos.
Crédito: Mars Exploration Rover Mission, JPL, NASA | ||
Figura
27 - A Mars Reconnaissance Orbiter foi das mais recentes missões a
Marte, lançada a 12 de Agosto de 2005. Chegou a Marte no dia 10 de Março
de 2006. A sua missão, entre Março de 2006 e Julho de 2008, foi o
estudo de Marte a partir de órbita, fazendo medições a alta-resolução
incluindo imagens com uma resolução de 20 a 30 cm, e para servir de
estação de reenvio de dados a partir dos landers, tais como os rovers, a
Phoenix e o rover Curiosity.
Crédito: JPL, NASA |
DADOS OBSERVACIONAIS
| ||||
Distância média da Terra
|
78.3x106 km
| |||
Brilho visual
|
-1.52m
| |||
CARACTERÍSTICAS ORBITAIS
| ||||
Semi-eixo maior
|
227,936,637 km
1.52366231 UA | |||
Circunferência orbital
|
1.429 Tm
(9.553 UA) | |||
Excentricidade
|
0.09341233
| |||
Periélio
|
206,644,545 km
1.38133346 UA | |||
Afélio
|
249,228,730 km
1.66599116 UA | |||
Período orbital
|
686.9601 dias
(1.8808 anos) | |||
Período sinódico
|
779.96 dias
(2.135 anos) | |||
Velocidade orbital média
|
24.077 km/s
| |||
Velocidade orbital máxima
|
26.499 km/s
| |||
Velocidade orbital mínima
|
21.972 km/s
| |||
Inclinação
|
1.85061º
(5.65º do equador do Sol) | |||
Longitude do nodo ascendente
|
49.57854º
| |||
Argumento do periélio
|
286.46230º
| |||
Número de satélites
|
2
| |||
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
| ||||
Diâmetro equatorial
|
6,804.9 km
(0.533 Terras) | |||
Diâmetro polar |
6,754.8 km
(0.531 Terras) | |||
Área da superfície
|
1.448x108 km2
(0.284 Terras) | |||
Volume
|
1.638x1011 km3
(0.151 Terras) | |||
Massa
|
6.4185x1023 kg
(0.107 Terras) | |||
Densidade Média
|
3.934 g/cm3
| |||
Gravidade equatorial
|
3.69 m/s2
(0.376 g) | |||
Velocidade de escape
|
5.027 km/s
| |||
Período de rotação
|
1.025957 dias
(24.622962 horas) | |||
Velocidade de rotação
|
868.22 km/h (equador)
| |||
Inclinação do eixo
|
25.19º
| |||
Ascensão recta do Pólo Norte
|
317.68143º
(21h 10 min 44 s) | |||
Declinação
|
52.88650º
| |||
Albedo
|
0.15
| |||
Temperatura à superfície |
miníma: 133 K
média: 210 K máxima: 293 K | |||
CARACTERÍSTICAS ATMOSFÉRICAS
| ||||
Pressão atmosférica
|
0.7-0.9 kPa
| |||
Dióxido de carbono
|
95.32%
| |||
Nitrogénio
|
2.7%
| |||
Árgon
|
1.6%
| |||
Oxigénio |
0.13%
| |||
Monóxido de carbono |
0.07%
| |||
Vapor de água |
0.03%
| |||
Óxido nítrico |
0.01%
| |||
Néon |
2.5 ppm
| |||
Kripton |
300x10-3 ppm
| |||
Xénon |
80x10-3 ppm
| |||
Ozono |
30x10-3 ppm
| |||
Metano |
10.5x10-3 ppm
| |||
DATAS IMPORTANTES
| ||||
1965 |
A sonda Mariner 4 tira as primeiras fotografias em aproximação durante o seu "flyby" de Marte.
| |||
1969 |
Os voos rasantes da Mariner 6 e 7 resultam em imagens de alta-resolução da região equatorial e do hemisfério Sul.
| |||
1971 |
A Mariner 9 torna-se no primeiro satélite a orbitar outro planeta.
| |||
1973 |
A sonda soviética Mars 3 e Mars 5 tentam pela primeira vez aterrar em Marte.
| |||
1976 |
As sondas americanas Viking 1 e 2 orbitam Marte. AViking Lander 1 providencia as primeiras provas da ciência da sua superfície.
| |||
1996 |
O famoso microfóssil é encontrado no meteorito marciano ALH84001.
| |||
1997 |
A Mars Pathfinder aterra em Marte. O Sojourner Roverexplora a área Ares Vallis durante três meses.
| |||
1997- ? |
A Mars Global Surveyor mapeia a superfície de Marte a partir de órbita.
| |||
2004- ? |
As sondas Spirit e Opportunity investigam a superfície de Marte, em busca de antigos vestígios de água e vida.
| |||
2006- ? |
A Mars Reconnaissance Orbiter alcança a órbita de Marte.
| |||
2008 |
O lander Phoenix investiga a superfície de Marte e confirma a existência de água gelada.
| |||
2012 |
O rover Curiosity aterra em Marte e começa o estudo do planeta.
| |||
Veja alguns documentários