

Adoro a
arquitetura de Oscar Niemeyer. A engenharia, todavia, já não sei se é tão
genial.
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Trabalho
em uma de suas obras monumentais. Um prédio redondo, todo de vidro. Um não,
dois. Seus vidros são predominantemente azuis, mas ficam da cor do céu. Ou
seja, quando está nublado os prédios ficam acinzentado.
Quando o ar está empoeirado, ou cheio de fuligem por causa das queimadas do cerrado, queimadas essas favorecidas pelo clima seco do Distrito Federal, o prédio fica cor-de-fogo ao entardecer. Magenta. Com as matizes do crepúsculo.
Mas a arquitetura é moderna. Parece que o material foi feito no 3D Studio com o Faceted ligado. Não é um espelho perfeito, plano. Não. Parece mais que o prédio é uma lantejoula vista de perto. Pixelada.
Um flutua sem pilotis. Apenas com uma grande coluna central. Oca. Que abriga o hall dos elevadores e a distribuição para as salas. O que faz com seus ocupantes fiquem eternamente perdidos tentando matematizar indagando qual seria o caminho mais curto para se chegar ao destino.
Para acabar de deixar os transeuntes com uma sensação kafkaniana, a organização dos elevadores agora respeitam um regime onde todos os oito elevadores vão do subsolo (-1) até o primeiro andar, passando pelo térreo e mezzanino. Três chegam também ao segundo e terceiro andar, mas não dali para cima. Três não chegam no segundo e no terceiro andar, mas atende ao quarto, quinto e sexto andar (cobertura). Um atende a todos os andares e é preferencial para deficientes. E um é de serviço dentro do horário, digamos, comercial.
E esse regime vem mudando de seis em seis meses, parece que nunca chegam em um acordo.
Com certeza os colaboradores desse complexo jamais terão Alzheimer. Mas a culpa não é do lúcido Niemeyer.
A obra de Niemeyer é para se admirar e tentar decifrar como uma pintura abstrata. Do tipo que o expectador se pergunta: qual será o sentido psicológico disso tudo?
Quando o ar está empoeirado, ou cheio de fuligem por causa das queimadas do cerrado, queimadas essas favorecidas pelo clima seco do Distrito Federal, o prédio fica cor-de-fogo ao entardecer. Magenta. Com as matizes do crepúsculo.
Mas a arquitetura é moderna. Parece que o material foi feito no 3D Studio com o Faceted ligado. Não é um espelho perfeito, plano. Não. Parece mais que o prédio é uma lantejoula vista de perto. Pixelada.
Um flutua sem pilotis. Apenas com uma grande coluna central. Oca. Que abriga o hall dos elevadores e a distribuição para as salas. O que faz com seus ocupantes fiquem eternamente perdidos tentando matematizar indagando qual seria o caminho mais curto para se chegar ao destino.
Para acabar de deixar os transeuntes com uma sensação kafkaniana, a organização dos elevadores agora respeitam um regime onde todos os oito elevadores vão do subsolo (-1) até o primeiro andar, passando pelo térreo e mezzanino. Três chegam também ao segundo e terceiro andar, mas não dali para cima. Três não chegam no segundo e no terceiro andar, mas atende ao quarto, quinto e sexto andar (cobertura). Um atende a todos os andares e é preferencial para deficientes. E um é de serviço dentro do horário, digamos, comercial.
E esse regime vem mudando de seis em seis meses, parece que nunca chegam em um acordo.
Com certeza os colaboradores desse complexo jamais terão Alzheimer. Mas a culpa não é do lúcido Niemeyer.
A obra de Niemeyer é para se admirar e tentar decifrar como uma pintura abstrata. Do tipo que o expectador se pergunta: qual será o sentido psicológico disso tudo?
Como já frisei, o
problema não é sua arquitetura. É a engenharia que nem sempre provê a solução
necessária para os problemas de quem habita ou trabalha em uma obra de arte.
Afinal, o criador não deve se deixar podar pelas limitações do executor.
Eu o admiro. Tanto
pela sua obra quanto pela capacidade de realizá-las. Alguém que trabalhava com
o que gostava, talvez parte do segredo de sua longa jornada terrestre.
Vá com Deus
camarada. Com certeza ele botou a maior fé em você. Você soube viver.
Poema da Curva
Não é o ângulo reto que me atrai.
Nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e
sensual.
A curva que encontro nas
montanhas do meu país,
no curso sinuoso dos seus rios,
nas nuvens do céu,
no corpo da mulher amada.
De curvas é feito todo o universo.
O universo curvo de Einstein.
Oscar Niemeyer
[Via BBA]