Vinde a mim, oh! mulheres belas, oh! mulheres puras,
[oh! mulheres perfeitas
que sereis as supremas eleitas
da minha aflição,
- vinde a mim, que eu cansei de pervagar nas ruas,
e trago o olhar entediado de mulheres nuas
que não sei de onde vêm
nem sei para onde vão ...
Vinde a mim, - dessedentai com a água clara e milagrosa
da fonte dos vossos beijos,
meus lábios bêbedos, envenenados
de pecados
e vinhos
que encontraram nas poças dos desejos
à margem dos caminhos...
Trazei aos meus lábios a água boa, a água fresca, a
[ água purificante
do cântaro de barro dos vossos lábios vermelhos,
e deixai que à sombra das vossas mãos, com a cabeça
[ no pouso
dos vossos joelhos
por um instante,
eu possa compreender a vossa linguagem acariciante
e os vossos conselhos...
Deixai que eu repouse, que eu durma, que eu descanse
à sombra das vossas mãos,
ao cuidado dos vossos desvelos,
- e oferecei à minha alma um pouco de romance,
o céu dos vossos olhos...
- e a noite dos vossos cabelos ...
Deixai que eu repouse, que eu descanse, que eu viva
[ um segundo ao menos
liberto dessas angústias e de desejos malsãos
em vossos braços serenos
e em paz...
- deixai que eu adormeça em vossos corpos, à carícia
[ das vossas mãos
e não desperte mais...