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16 de nov. de 2011

Hipnose pode alterar o estado de consciência


“Deite-se, feche seus olhos e conte até dez. Você vai começar a sentir sono, muito sono…”. Este método para hipnotizar pessoas pode ser popular nos filmes, mas usar tantas palavras pode ser algo excessivamente sugestivo, afetando estudos científicos. Agora, neurologistas da Universidade de Turku, na Finlândia, criaram uma técnica que usa apenas uma palavra para hipnose e que forneceu evidências científicas de alguém nesse estado.
A mulher do vídeo mergulha em um estado hipnótico depois de ouvir a palavra “hypno”. Durante a transição, seus olhos não piscam e perdem o foco. Ela não faz mais nada, a não ser que a mandem fazer.
Há mais de um século, cientistas têm debatido a existência de um verdadeiro estado hipnótico, marcado por mudanças fisiológicas no cérebro que resulta em mudanças comportamentais. Para mostrar que esse estado não é algo que as pessoas podem fingir, pesquisadores compararam o olhar fixo da mulher neste vídeo com o de 14 outros indivíduos que foram instruídos a tentar recriar as mudanças no tamanho da pupila, a não piscarem e terem uma visão fixada como a da mulher hipnotizada.
Por mais que eles tentassem imitar os movimentos dos olhos, nenhum dos indivíduos foi capaz de fazer isso com precisão, porque estavam conscientes. Alterar o tamanho da pupila não é algo que as pessoas podem fazer apenas por sua vontade.
Os cientistas descobriram que durante a hipnose, a área frontal foi quase perfeitamente desligada do resto do cérebro. O lobo frontal do cérebro é uma área que desempenha um papel crucial na atenção e comportamentos, assim como movimentos oculares. No estudo, os cientistas tiveram que fazer pausas para que a moça do vídeo não ficasse com os olhos muito secos. Ela não piscava, a não ser que alguém a lembrasse de fazer isso.
NewScientist


Por que e como as pessoas ficam hipnotizadas? Está claro que isso pode acontecer, mas os cientistas nunca entenderam bem como isso ocorre. Agora, um novo estudo oferece uma pista para esse mistério.
A partir da gravação dos movimentos dos olhos de uma mulher hipnotizada, e comparando-os com os olhos de pessoas não hipnotizadas, pesquisadores dizem ter encontrado evidências de que a hipnose envolve um estado mental especial, diferente da consciência normal.
Quando a pessoa está hipnotizada, ela se torna mais suscetível a alucinações e a aceitar sugestões do hipnotizador, como por exemplo, parar de ter desejo por cigarros ou até ouvir uma música que não está tocando.
Se não houver nenhuma ordem para o hipnotizado, a pessoa vai continuar quieta e sua mente entrará em um estado de calma, algo parecido com meditação. Quando a sessão termina, a pessoa não se lembra de mais nada.
Alguns pesquisadores acreditam que essas coisas acontecem por causa de uma mudança na atividade cerebral que altera o estado de consciência da pessoa. Outros acreditam que, sob hipnose, o cérebro funciona exatamente como em qualquer outro momento enquanto estamos acordados, e que outros processos normais – como uma imaginação ativa – ficam trabalhando também.
Resolver este debate medindo a atividade cerebral é algo arriscado, já que a atividade elétrica do nosso cérebro pode variar significativamente de um momento para outro durante seu estado normal.
Mas a identificação de um comportamento associado a um estado alterado de consciência – algo que ninguém poderia fingir – seria um longo caminho até apoiar a ideia de que a hipnose realmente envolve uma mudança na consciência.
E é exatamente isso o que uma equipe de pesquisadores diz ter encontrado, ao olhar para os movimentos dos olhos de uma mulher finlandesa facilmente hipnotizada.
Esta mulher, identificada apenas pelas suas iniciais – TS-H – tem 43 anos e é tão normal quanto o possível, de acordo com os pesquisadores. TS-H não tem histórico de doenças neurológicas ou psiquiátricas e tem um perfil psicológico normal.
Ela também é, no entanto, extraordinariamente sensível à hipnose. Enquanto TS-H estava hipnotizada, ela podia facilmente ver ou ouvir coisas que não estavam presentes se a fosse solicitado, e ela esqueceu completamente da sessão de hipnose quando terminou.
Usando três testes visuais diferentes, os pesquisadores descobriram que, enquanto hipnotizada, as pupilas se tornaram menores e a mulher piscou mais lentamente e com menos frequência – cerca de 10 vezes menos do que o normal.
O movimento dos olhos foi menor, com movimentos mais lentos e para trás, quando ocorriam. Como as pessoas têm pouco controle sobre esses movimentos, é pouco provável que eles tenham sido falsos.
Foi solicitado que 14 voluntários não hipnotizados realizassem os mesmos movimentos de olhos, tentando imitar a mulher hipnotizada naturalmente. Em alguns casos, os voluntários não hipnotizados imitaram bem, piscando os olhos poucas vezes. Mas, em geral, ninguém chegou perto de igualar os movimentos dos olhos com os da mulher hipnotizada, nem o da diminuição da pupila.
Medições da atividade elétrica no cérebro hipnotizado de TS-H mostram que em três experimentos diferentes as mudanças que surgiram não são esperadas em um cérebro normal.
Em um dos estudos, as conexões entre a área frontal e o resto do cérebro diminuíram drasticamente, o que normalmente acontece durante o sono. Em seguida, a hipnose também fez o hemisfério direito do cérebro ser mais dominante, embora essa descoberta ainda seja difícil de interpretar.
Embora o mistério da hipnose persista, as medições do cérebro continuam a apoiar a ideia de que algo único aconteceu no cérebro de TS-H – basta descobrirmos o que. 


LiveScience