No sexto episódio da série, Julian Assange entrevista o presidente do
Equador, Rafael Correa, que recentemente concedeu asilo político ao
fundador do WikiLeaks.
[Via BBA]
Em
setembro , o Equador concedeu asilo político a Julian Assange, que já
estava refugiado desde junho na sua embaixada em Londres. Fazia mais de
um ano que os documentos diplomáticos da diplomacia americana no Equador
haviam sido publicados, todos de uma vez, pelo WikiLeaks.
Em entrevista feita por videolink para
a série “O Mundo Amanhã” no começo de 2012, Assange revela que o
governo equatoriano procurou o WikiLeaks, na época do vazamento, pedindo
que publicasse todos os documentos diplomáticos.
“Quando
o WikiLeaks começou a publicar os cables sobre o Equador, nós o fizemos
com dois grupos de mídia, o El Universo e o El Comercio. O governo
equatoriano nos procurou e disse ‘por favor, WikiLeaks, queremos que
vocês publiquem todos os cables sobre
o Ecuador’. O governo jamaicano também fez isso. Por que você nos
pediu que publicasse todos os documentos?”, pergunta Assange.
“Porque
quem nada deve nada teme. Nós nada temos a ocultar. De fato, os
[telegramas divulgados por] WikiLeaks nos fortaleceram. A Embaixada dos
EUA nos acusava de sermos excessivamente nacionalistas e defendermos a
soberania do governo equatoriano. E é claro que somos nacionalistas! E é
claro que defendemos a soberania do Equador!” – responde prontamente o
entrevistado.
A
pergunta serve de introdução para Corrêa explicar sua polêmica briga
contra a mídia do Equador – o presidente é acusado de cercear a
liberdade de imprensa. “Os veículos têm sido, aqui, os maiores
eleitores, os maiores legisladores, os maiores juízes, os que criam a
alimentam a ‘agenda’ da discussão social, os que sempre submeteram
governos, presidentes, cortes de justiça, tribunais”, diz.
Eleito
em 2007, o economista Rafael Correa é considerado o presidente mais
popular da história democrática do país. Inimigo declarado da política
americana para a região, uma das suas primeiras atitudes no governo foi
determinar o fechamento de uma base militar norte-americana em Manta.
“Se é assunto tão simples, se não há problema algum em os EUA manterem
uma base militar no Equador, ok, tudo bem: permitiremos que a base de
inteligência permaneça no Equador, se os EUA permitirem que
estabeleçamos uma base militar do Equador em Miami”, justifica.
Críticas
e ironias à política externa norte-americana e o destino político da
América Latina também permeiam a conversa.”A influência dos EUA na
América Latina está diminuindo. Isso é bom. Dizemos que a América Latina
está passando, do ‘consenso de Washington’, para
o consenso sem Washington”, comenta Correa.
“Talvez venha a ser o Consenso de São Paulo…”, retruca imediatamente Assange.
Assista a entrevista a seguir, ou clique aqui para baixar o texto na íntegra.
[Via BBA]