Durante os meses de setembro e outubro, o Apolo11  noticiou duas reentradas de lixo espacial que chamaram a atenção, mais  pelo tamanho das peças do que pelas consequências. Agora, a agência de  projetos de defesa dos EUA apresentou finalmente um plano que tentará  reciclar esse material antes que apresente risco ou seja destruído na  atmosfera.
Batizado  de Phoenix, o projeto permitirá a reciclagem do material que está  atualmente em órbita e que segundo a DARPA (Projetos de Pesquisa  Avançados de Defesa, dos EUA) está avaliado em cerca de 300 bilhões de  dólares.
O  maior problema em fazer isso hoje em dia é que o custo para se  interceptar um satélite em órbita é muito elevado, o que exigirá o  desenvolvimento de novas tecnologias robóticas. No entender de David  Barnhart, gerente do programa Phoenix, serão necessárias novas  tecnologias de imagens remotas e criação de ferramentas automáticas  especiais, capazes de prender, cortar e modificar sistemas complexos em  pleno espaço.
“Os  satélites que estão em órbita não foram projetados levando em  consideração a reciclagem. Não é uma questão de apenas soltar um  parafuso ou desconectar um painel. As juntas são moldadas ou soldadas, o  que exige tecnologias que ainda não dispomos, mas que será o objetivo  do Phoenix", explicou o pesquisador.
O  objetivo inicial do Phoenix são os satélites geoestacionários, que  orbitam a Terra a 36 mil quilômetros de altitude. Quando encerram sua  vida útil, muitos desses equipamentos são colocados em uma órbita  conhecida como "cemitério", onde podem permanecer por milhares de anos  antes de reentrarem na atmosfera.
No  entanto, muitas peças - especialmente as antenas - podem sobreviver por  muito mais tempo que a vida útil do satélite e são essas peças que  deverão ser inicialmente recicladas. Existem centenas de satélites  nessas condições, esperando que um dia possam ceder material que será  usado novamente.
Lixos e Reentradas
Dos  40 objetos que deverão reentrar na atmosfera nos próximos 60 dias, 13  são fragmentos restantes da colisão entre o satélite americano Iridium  33 e o russo Cosmos 2251, ocorrida em fevereiro de 2009 em pleno espaço.  A maior parte do lixo é composta de restos de foguetes propulsores que  foram usados para colocar objetos em órbita e que agora estão retornando  à Terra.
Desde  o início do ano, 273 satélites ou restos espaciais já retornaram à  Terra, o que dá uma média de um objeto por dia rompendo nossa atmosfera.  Desses, 15 eram satélites e 66 consistiam de fragmentos da colisão  entre os satélites Iridium 33 e Cosmos 2251. Por ano, cerca de 80  toneladas de material espacial retornam à Terra.
A  próxima reentrada que deverá ocorrer é a do foguete chinês Longa Marcha  CZ-3B R/B, prevista para acontecer em 30 de outubro. A queda desse  artefato pode ser acompanhada pelo aplicativo SATVIEW, que permite o rastreio de inúmeros satélites no espaço.
Para seguir este e satélite e prever se poderão ser vistos a partir de sua cidade, use o SATVIEW
 
 



 
