Assange ironiza o presidente Barack Obama |
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, falando por meio de um conexão
de vídeo ruim de sua prisão domiciliar em Londres, disparou contra o
presidente norte-americano, Barack Obama, na quarta-feira (26), por
apoiar a liberdade de expressão no Oriente Médio ao mesmo tempo que
"persegue" sua organização por ter vazado correios diplomáticos.
Assange, que está abrigado na embaixada equatoriana em Londres desde
junho para evitar uma extradição, fez os comentários durante um evento
lotado realizado à margem da Assembleia-Geral da ONU.
Assange ironizou Obama por defender a liberdade de expressão no mundo
Árabe em um discurso à Organização das Nações Unidas, apontando para sua
própria experiência como prova de que Obama "fez mais para criminalizar
a liberdade de expressão do que qualquer outro presidente dos EUA".
"Deve ter sido uma surpresa para os adolescentes egípcios que lavaram o
gás lacrimogêneo norte-americanos de seus olhos (durante a Primavera
Árabe) ouvir que os EUA apoiaram as mudanças no Oriente Médio", disse
Assange.
— É hora de o presidente Obama conter suas palavras... e para os EUA acabarem com sua perseguição ao WikiLeaks.
Os comentários combativos de Assange, somando-se às declarações do
chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, e seus outros aliados no evento,
sugeriram que não há nenhuma solução à vista para o impasse diplomático
envolvendo o australiano de 41 anos.
Autoridades britânicas cercaram a embaixada equatoriana e afirmam que
caso Assange ponha o pé para fora, eles irão prendê-lo e extraditá-lo
para a Suécia para enfrentar acusações por estupro e assédio sexual.
Os advogados de Assange e o governo equatoriano temem que isso possa
levar a uma extradição aos EUA, onde afirmam que ele poderia enfrentar
condições desumanas de prisão e até pena de morte.
O fundador do WikiLeaks, que parecia estar em bom estado de saúde ao
aparecer sentado a uma mesa diante de uma prateleira de livros ao falar
para cerca de 150 pessoas no evento, disse que a Grã-Bretanha e a Suécia
recusaram-se até agora a fornecer garantias de que ele não seria
extraditado aos Estados Unidos.
Fontes do governo norte-americano e da Suécia alegaram que os EUA não
emitiram nenhuma acusação criminal ou fizeram qualquer tentativa de
conseguir a extradição de Assange.
Assista ao vídeo original em inglês: