Loucura? Imprudência? De acordo com a organização midiática NPR, a ideia do Departamento de Defesa dos Estados Unidos era mostrar que uma arma nuclear, apesar de seu potencial destrutivo, era “segura”.
Logo após a gigantesca explosão, um dos homens gritou com entusiasmo: “Está logo acima das nossas cabeças! Hahaha! Bom, bom! Tem uma bola de fogo enorme!”.
Quem assiste à gravação hoje, com tantas informações sobre os riscos da radioatividade, provavelmente se pergunta se esses homens morreram de câncer.
Os seis homens seriam: Coronel Sidney C. Bruce, tenente-coronel Frank P. Ball, major John Hughes, major Norman Bodinger e Don Lutrel. A NPR divulgou que dois primeiros morreram com mais de 80 anos e um supostamente com mais de 70 (os dados não são precisos, e eles não souberam dizer com certeza se os outros três homens ainda estão vivos).
Os Estados Unidos fizeram seu último teste de bomba atômica em 1992. Tomara que continue assim.
[Gizmodo]
Ouça uma verdadeira explosão nuclear
Uma gravação rara de 1953 mostra um teste nuclear feito em Nevada (EUA) e
é um dos poucos registros fieis de uma explosão nuclear. Divulgado recentemente
pelo historiador Alex Wellerstein, do Instuto Americano de Física, o vídeo está
praticamente “puro”, livre de edições.
“É raro encontrar gravações em que o som
não foi bagunçado”, escreve em seu blog. Ao contrário do que vemos em filmes de
ação, o barulho chega à câmera vários segundos depois da explosão propriamente
dita – graças à diferença de velocidade entre a luz e o som.
Durante os testes, civis só puderam
assistir a cerca de 18 quilômetros de distância, tanto para evitar o impacto da
explosão quanto para se proteger das partículas radioativas.
“É obvio que assistir a um vídeo preto e
branco granulado no YouTube não vai te dar ‘aquele’ complexo senso de
proporção. Mas, com um bom par de fones de ouvido, você realmente fica imerso
na experiência”, sugere Wellerstein. Que tal conferir?
Energia nuclear: Solução ou idéia infeliz?
Chernobyl é
o maior exemplo. O medo de colapsos nas instalações nucleares do Japão após o
recente grande terremoto pode se tornar o segundo exemplo.
O debate
sobre a energia atômica reacendeu nos últimos dias. Grupos ambientais defendem
que ela não seja mais usada. A questão que fica é: por que construir usinas
nucleares, quando existem tantas outras fontes de geração de energia? Será que
seus riscos valem à pena?
Por que usar
a fonte mais lenta, mais cara, mais inflexível e mais arriscada em termos
financeiros? Seus defensores, entretanto, insistem que a energia nuclear gera a
menor taxa de carbono, que os novos reatores são perfeitamente seguros, e que
produz uma energia sustentável a um custo competitivo com outros métodos.
Segundo
especialistas, um desastre japonês na escala do acidente nuclear de Chernobyl é
altamente improvável, porque os reatores em jogo são construídos a um nível
muito mais elevado e tem medidas de segurança muito mais rigorosas.
Eles insistem
que os modelos mais recentes de reatores nucleares têm sistemas de refrigeração
passiva, e que mesmo em face de qualquer desastre, não apresentam qualquer
perigo para a população.
Os acidentes
nucleares que já ocorreram até agora, contudo, acabaram diminuindo a expansão
dessa tecnologia. Mas seus defensores alertam que a percepção pública da
indústria nuclear tem que ser balanceada à necessidade imperiosa de reduzir a
dependência do petróleo, gás e carvão, por causa das emissões de dióxido de
carbono que eles produzem.
Eles
acreditam que a única maneira de bastante energia ser produzida de forma
sustentável para atender a crescente demanda global é a energia nuclear. O
urânio, utilizado na produção de energia nuclear, tem a vantagem de ser uma
fonte altamente concentrada de energia, facilmente transportável e barata, e
que precisa de quantidades bem menores do que o carvão ou petróleo.
Além disso,
a energia nuclear é considerada pelos seus defensores como uma alternativa
limpa à exploração cara de petróleo e gás, confrontadas com a diminuição das
reservas.
No entanto,
isso não é uma opinião compartilhada por todos. Alguns cientistas acreditam que
a energia nuclear depende de eventos aleatórios climáticos mais do que a
mudança climática precisa da energia nuclear.
Ativistas
anti-nucleares dizem que a crise no Japão é um lembrete dos perigos da energia
atômica, principalmente em uma região conhecida pela sua atividade sísmica.
Eles defendem o uso de sistemas alternativos para atender a demanda mundial de
energia, sendo os mais populares a energia solar, a biomassa, a hidráulica e as
turbinas eólicas. Todos os sistemas têm os seus inconvenientes, seja o custo de
instalação, a transformação de terras agrícolas, etc.
Enquanto
isso, os defensores da energia nuclear afirmam que seu único inconveniente é o
dinheiro necessário para montar uma usina que, uma vez executada, o preço real
por quilowatt de energia produzida é mais barato que outros métodos, e os
custos de funcionamento são mínimos.
Porém,
existem outros tipos de custo em jogo. Governos, empresas e indivíduos têm que
decidir sobre o equilíbrio entre as preocupações ambientais e o preço que estão
dispostos a pagar pela energia e pelos seus riscos. A crise no Japão certamente
tem perturbado esse equilíbrio para muitos.
[BBC]