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30 de ago. de 2012

A Ordem Criminosa do Mundo!... Teria sido uma profecia?


Documentário exibido em 2008, pela TVE espanhola. Pode se dizer que há algo de profético em seus depoimentos, pois o documentário foi feito antes da crise que arrebatou os países periféricos da Europa, como a Espanha.



Todos os anos milhões de pessoas morrem de fome neste planeta, embora o planeta seja muito rico.


A ordem do planeta é mortífera e absurda; há que mudar essa ordem criminosa do mundo.
O humanismo ou qualquer escrúpulo moral simplesmente não são possíveis num mundo onde reina necessariamente, estruturalmente, a avidez, o desejo de poder e o cinismo mais violento.
O direito à independência, o direito à soberania, é hoje em dia um luxo dos países poderosos, dos países ricos.
Quando os países pobres exercem esse patriotismo, esse patriotismo se converte em populismo ou pior ainda: em terrorismo, e constitui uma ameaça para o mundo.
Então, nós não temos o direito a nos defender, só a obedecer ao que os outros decidem por nós e esses outros são os que exercem o governo mundial.
Os verdadeiros donos do mundo, hoje em dia, em primeiro lugar são invisíveis, não estão submetidos a nenhum controle social, sindical, parlamentar.
São homens na sombra que procuram o governo do mundo.
Detrás dos Estados, detrás das organizações internacionais há um governo oligárquico de muito poucas pessoas, mas que conta com uma potência, uma influência, um controle social sobre a humanidade como Papa algum, imperador ou rei algum, tiveram na história da humanidade.
Mas quem é esse assassino em série que mata tudo em que toca?
Haveria que metê-lo na cadeia, acho. Mas não se pode meter na cadeia este assassino em série porque ele tem as chaves de todas as cadeias, porque é um sistema universal de poder que transformou o mundo num manicômio e num matadouro.

A ORDEM CRIMINOSA DO MUNDO


A miséria mais extrema se faz visível em distintos cenários do planeta, como esta lixeira onde se alimentam 500 famílias miseráveis nas Honduras.
São visões obscenas e repetidas num mundo que durante os últimos 20 anos mudou de forma vertiginosa.
Depois de mais de quatro décadas de guerra fria, o combate entre as utopias capitalista e comunista se saldou com o desmoronamento do bloco socialista, e a confrontação político-militar entre o leste e o oeste foi substituída por uma profunda divisão econômica entre o norte e o sul.
Desde a queda do muro de Berlim as fronteiras internacionais já não separam sistemas políticos com modelos sociais opostos mas nações enriquecidas de povos empobrecidos.

A atual "cortina de ferro" está na barreira que detém os imigrantes, como portas intransponíveis de um norte opulento, graças à exploração do Sul.
Uma nova ordem mundial tão rígida como a anterior estabeleceu sob o controle de super-poderosas multinacionais de capital.
Um sistema universal de poder com o credo do neoliberalismo como ideologia e que encontrou seu principal inimigo numa devastadora violência terrorista.
Um modelo extremamente injusto onde desaparecem os antigos sonhos políticos e cuja análise se faz urgente.
Jean Seagler é uma das mentes mais lúcidas da esquerda europeia.
Professor de Sociologia nas Universidades de Sorbone e Genebra, seus ensaios políticos deram-lhe prestígio mundial.
Há muitos anos que as suas análises radicais ressoam no seio da Segunda Internacional e seus informes como relator das Nações Unidas constituem inapeláveis registros de acusação contra a injusta distribuição da riqueza.
Eduardo Galeano é um dos intelectuais mais respeitados da esquerda Latino-Americana um valente trabalho jornalístico de clara oposição à barbárie militar no Cone Sul, o forçou ao exílio.
Seu insubornável compromisso ético que se manifesta em toda a sua obra por meio de uma deliciosa ironia poética, valeu-lhe o reconhecimento internacional da sua figura literária.

As vozes críticas de Galeano e Seagler se cruzam para desnudar e retratar o implacável sistema de poder que parece estar se consolidando nos inícios do Século 21.
E às suas opiniões se somam as de outras personalidades como o dirigente campesino colombiano Héctor Mondragón, os missionários espanhóis na África, José Callado e Angel Ularan, o jurista norte-americano William Gutman, a ex-ministra da cultura do Mali, Aminata Traoré, o Juiz espanhol Baltazar Garzón, e o escritor argentino Ernesto Sábato, numa tentativa comum de examinar a nova ordem do mundo.