AVES E ANIMAIS DE IMPORTÂNCIA FOLCLÓRICA
Xexéu: o japim, da família dos icterídeos (cassicus cella), mais conhecido ao norte por xexéu, pertence ao nosso populário, como se pode ver das lendas a que deram assento Barbosa Rodrigues, Poranduba amazonense (p. 202), e J. Coutinho de Oliveira, Lendas amazônicas (p. 123). É de cor preta a sua plumagem, de sorte que a expressão xexéu-branco é empregada pelos escritores patrícios no sentido de avis rara, como se depreende da página 210 de Os moluscos de Policarpo Feitosa.
Guariba: este bugio, também chamado carajá e barbado, pertencente ao gênero alouatta (do qual há no Brasil cinco espécies), tem o nome da epígrafe ligado a uma doença e a uma flor. Como afirma Pedro Pinto, à página 56 de seu excelente trabalho Termos médicos populares (Rio de Janeiro, 1943), tosse-de-guariba é como se designa no Pará a coqueluche, acrescentando o erudito filólogo que "já houve, nas drogarias do norte, um preparo contra a coqueluche, dito guaribina". Em seu romance, provavelmente à clef e seguramente o primeiro que versa sobre pessoas e coisas do território do Acre, A represa (Rio de Janeiro, 1942), Océlio de Medeiros dá como corrente ali aquela mesma expressão concernente à tosse convulsiva (p. 158), tendo mencionado antes (p. 147), que uma das raras espécies de orquídeas da Amazônia é chamada ali gogó-de-guariba.
João-da-cruz: dinheiro (Voc. Pernambucano).
João-galafur: duende marinho.
João-galamaste (Galamarte em Beaurepaire Rohan ): gangorra, arrebunho, barrica e zangaburrinho em Portugal e no Brasil (Voc. Pernambucano).
Basílio de Magalhães. In LIRA, Mariza. Estudos de folclore luso-brasileiro