Achei para o seu vulto de moça e de menina
a imagem que traduz em toda a singeleza
a sua inquieta figura, -
- ( embora eu não creia em céu,
para mim, ela é um anjo, um anjo de divina
beleza
e de humana ternura! )
Anjo da Terra, - cheio de graça e esperança
que ao sonho nos conduz...
- na sua ingenuidade e no seu ar de criança
há ignorados tesouros,
e há uma estranha beleza em seus cabelos louros!
- e um céu, - só nesse eu creio! em seus olhos azuis!
Não gosto de pensar no seu futuro
se eu sei que não terei dele, um dia sequer. . .
Que pena ... o tempo mau, há de nublar seus olhos,
o anjo há de fugir da sua alma de criança
- e em seu lugar há de ficar apenas. . .
... apenas outra mulher...
Gosto de vê-la assim, ainda ingênua e menina,
faz bem à alma da gente um olhar de pureza.
e um sorriso infantil de alegria e ventura. . .
- para mim, ela é um anjo, um anjo de divina
beleza!
- loura estrela exilada entre nuvens sombrias
por uma noite escura!
É a visão desse bem que eu sei inatingível
e que há de ceder ao mal,
- o meu lírico amor, pueril e impossível,
que inspirou meu primeiro verso, e há muitos anos
foi meu primeiro ideal!