Menino
de rua!...
Numa
fria madrugada
dessas
do corpo tremer,
eu
decidi em fazer,
uma
breve caminhada:
Um
agasalho, vesti,
pelas
ruas saí,
a
cumprir a minha jornada.
Não
demorou muito e me vi,
diante
de uma triste cena,
uma
criança pequena,
estava
no chão a dormir:
Dela
me aproximei,
o
agasalho, tirei,
o seu
corpinho eu cobri.
Afaguei-a
de mansinho
e
suavemente a chamei,
pra
criança eu perguntei,
com
palavras de carinho:
"Porque
dormes aqui, menino"?!
Ele
respondeu-me: "O destino,
me
deixou no mundo, sozinho.
Decidido
em conversar
com
aquele menino de rua,
que
dormia a luz da lua,
o
convidei a lanchar;
Enquanto
ele comia,
o
coração me dizia
“Quanta
falta faz um lar".
Perguntei
a certa altura,
se já
havia estudado,
e o
garoto, coitado,
me
olhando com ternura:
“Sim,
eu estudo, senhor,
o
mundo é o meu professor,
o meu
diploma, a sepultura”.
Com a
alma comovida
fiquei
a olhar a criança,
pobre
sem quase esperança
de um
dia vencer na vida;
Sem o
apoio de ninguém,
aquela
criança só tem,
paz,
quando adormecida.
Do
alto da sua inocência
não
tem direito a escola,
vive
de pedir esmola,
pra
sua sobrevivência;
Marginalizado,
sofrido,
mais
tarde vira bandido,
seu
mundo é a violência.
Cumprindo
humildemente
o que
lhe reservou o destino,
aquele
pobre menino
é
mesmo um forte, um valente,
vive a
vida mendigando,
comendo
o que está sobrando,
na
mesa de muita gente.
Enfrenta
o frio, o calor,
passa
noites mal dormidas,
calçada
é a sua guarida,
papel
de jornal, o cobertor,
a
miséria, a sua cama,
mas de
nada ele reclama,
nem,
mesmo a falta de amor.
Sem
ter como ajudar
aquele
garoto pobre,
de
gestos meigos e nobres
só me
restou ir buscar...
Uma
justa explicação,
pra o
futuro da Nação,
ter
que dormir ao luar.
zeze di camargo & luciano - garoto de rua
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