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12 de jan. de 2011

O jardim!...



Ali, em frente a grande praça,  
nas grades daquele jardim  
dependurados, 
como pardais nos fios descansados,  
- os molecotes da rua      
de olhos vivos,  
ficam fitando a festa dos brinquedos  
como quem olha um mundo imaginário:  

- tambores... bicicletas...aeroplanos
soldadinhos de chumbo e de madeira,
com que passam brincando a tarde inteira  
os filhos de um senhor, milionário  
      
Olhos vivos      
gulosos e distraídos,  
à alegria das crianças mais felizes  
eles riem também, ingenuamente,
- da tosca bola de meia,
do papagaio de papel da venda,
completamente esquecidos,
- completamente...

Depois,
quando as amas carregam para dentro
os meninos ricos
que não apanham sereno,
eles seguem com os olhos os brinquedos:
- os soldadinhos que um vai carregando...
- a espada que aquele outro acena no ar...
- o tambor que um terceiro vai tocando...
E a meninada da rua fica olhando... fica olhando...
e vê tudo fugir ao seu olhar...

Hoje... depois que os anos vão rolando
sobre injustiças e desigualdades
sei que tudo na vida é mesmo assim:
- há os que vivem trepados pelas grades
e os que podem brincar pelo jardim! . . .