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5 de jan. de 2011

Tua presença!...


Senhor, que a mim de sonhos e vísceras fizeste,
e me tens nu, qualquer que seja a minha veste,
sinto, desde que aqui tuas varandas varro,
ter, bem junto a meu corpo, alma também de barro.

É por isso que vou com asas rastejando,
e as plumas dos meus pés as perdi não sei quando.
É por isso que pães sabendo a lama como,
quando creio colher em tuas mãos um pomo.

Tua presença é como a vida, é como açoite,
e vergasta-me sempre, onde quer que me amoite.
Tua presença é luz que tive entre meus braços

E, terrível, mostrou-me os meus próprios pedaços.
Senhor, alma de sóis que dão vida e a consomem,
eu não tenho perdão, eu sou carne, eu sou homem.