Mistério: estudantes de uma localidade de Itatira entram em transe
Um
fenômeno paranormal está afetando estudantes, a maioria meninas, da
Escola de Ensino Fundamental Eduardo Barbosa no Distrito de Cachoeira
BR, no Município de Itatira, cidade localizada no Sertão Central a 220 quilômetros de Fortaleza. O caso está deixando as autoridades do Município sem uma explicação.
De
acordo com depoimentos das vítimas os sintomas são: dores musculares,
de cabeça, sufoco no sistema respiratório, no peito, palidez, calafrio,
dificuldades para caminhar, náusea, paralisia muscular, aumento nos
batimentos do coração, pressão alta, desmaio, inquietação e medo de
morrer.
O
fato está deixando o secretário de Educação de Itatira, Antônio
Inácio, preocupado, pois as vítimas, segundo ele, ficam em transe,
agressivas e com perda de identidade. Os jovens, entre 11 e 16 anos,
depois que voltam ao normal, não conseguem lembrar nada.
Os
familiares, professores e amigos das estudantes, quando estão
presentes no momento do fenômeno, ficam apavorados, correm de um lado
para outro e precisam agir com rapidez para carregá-las nos braços e
levá-las aos hospitais mais próximo em Canindé, Lagoa do Mato e
Madalena. A ocorrência começou no último dia 2 e se estendeu por toda a
semana. Já atingiu 32 alunas e um estudante.
Após o momento de transe, as meninas se recuperam e voltam a conversar normalmente, como se nada tivesse acontecido.
Para os pais, como não há um diagnóstico para o que está acontecendo, o jeito é acreditar em Deus. Para
a auxiliar de serviço da instituição educacional onde se presencia o
fato, Francisca Zeneide da Silva, todas as crianças que são dominadas
pelo fenômeno agem da mesma forma e, ao retomarem os sentidos, não
lembram nada. "Quando acontece com uma, todas ficam em pânico", conta
ela.
A
diretora da Escola Nazaré Guerra, Eliane Dias, situada em Lagoa do
Mato, que tem um anexo funcionando na Escola Eduardo Barbosa, local
onde estão ocorrendo os fatos paranormais, não esconde o medo de tudo
isso e já pensa em buscar solução junto ao Estado e até mesmo um
parapsicólogo. "Vamos nos reunir com as autoridades do Município para
buscarmos uma solução. Está todo mundo apavorado, nunca tinha
presenciado nada igual ao que vi na última sexta-feira, dia 4″, disse.
Ela autorizou a suspensão das aulas até que seja esclarecido o
ocorrido.
Celebração
Para
tentar conter o avanço do fenômeno, o padre Guilherme Afonso de
Andrade Pessoa foi convidado a celebrar uma missa na própria escola. No
momento de oração, o que se viu foi à repetição da cena por diversas
vezes. Em uma determinada ocasião, uma aluna, Graziele da Silva, entrou
em transe e mudou totalmente a voz. Houve uma grande correria. Essa é a
reação que ocorre para quem presencia a cena. A adolescente dizia que
estava com medo e pedia para não deixá-la morrer e chorava muito.
O
padre disse que a Igreja é muito prudente em tudo. "É preciso
aprofundar bem as coisas, para não dizer palavras sem anexo. A Igreja só
emite opinião depois de um estudo aprofundado" , disse.
O
pastor evangélico, José Carlos, de Lagoa do Mato, distrito mais
próximo do local dos acontecimentos, acredita que pode ser uma força
espiritual que está agindo dentro da escola, já que da unidade
educacional, três jovens morreram em acidentes. "Talvez eles estejam
vagando precisando de reza".
TENSÃO
Estudantes relatam angústia e medo
Itatira.
Para quem sofre na pele o fenômeno, conta que são momentos
angustiantes. De acordo com a estudante Andréia Alves Marcolino, de 16
anos, a "perseguição deste fenômeno é de exato um mês. É tudo muito
rápido, começa com um calafrio, depois as mãos ficam trêmulas, os
batimentos do coração ficam acelerados, dá sede, um sufocamento toma
conta do tórax, as pernas não seguram o corpo e aos poucos vem o
desmaio. Quando volto ao normal, não dá para relembrar de nada",
relata.
Um
dos garotos que vivenciou o problema, Marlei Alves Marcolino, de 14
anos, diz que os acontecimentos acontecem em série. "Quando tudo começa
dá uma dor no peito, um arrepio, uma agitação que dá vontade de
correr, gritar e pedir para não morrer. A gente desmaia, perde o sentido
e o que é pior fica com a voz conturbada. No dia que aconteceu comigo,
a professora disse que mais seis alunas sofreram o mesmo ataque",
conta.
Emoção
Outra
estudante que se emociona e chega a chorar ao descrever a situação é
Francisca Diana Lôbo Loiola, de 18 anos. "De imediato dá um nervosismo.
Fiquei tonta, bateu um suor frio, a voz fica enrolada e grossa e a
força que penetra na mente pede que reze missa e faça orações porque ele
não vai ficar satisfeito enquanto não realizar a sua missão. É uma
adrenalina muito forte. Estou com muito medo de voltar à sala de aula.
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