Água Doce...Roberta Sá e Trio Madeira Brasil cantam Roque Ferreira
"Quando o Canto é Reza"... ao saber que esse era o título
do encontro entre Roberta Sá e o Trio Madeira Brasil (formado por
Marcello Gonçalves, Zé Paulo Becker e Ronaldo do Bandolim), já
fiquei curioso... ao saber que o disco era integralmente gravado
com canções do compositor baiano Roque Ferreira, fiquei ainda mais
interessado...
O álbum é de uma leveza, de uma simplicidade, e, ao mesmo tempo, de uma sofisticação que encanta, com ritmos regionais, sambas-de-roda, maxixe, maracatu, ijexá, cirandas, cocos, tudo isso com muito equilíbrio entre os arranjos e a voz de Roberta...
Roque Ferreira
E acabei me deparando com a música Água Doce, a música que contém a frase que nomeia o disco... quando o canto é reza...
O canto colocado como algo muito religioso... ou quando a música é utilizada para rezar...
E percebe-se, na letra da canção, as associações, sempre de par em par, que formam casais muito bonitos...
Canto - reza
Toque - santo
Estrela - guia
Mar - encanto
Toque - santo
Estrela - guia
Mar - encanto
E aí vem a lua passeando, e mais
associações...
Fonte - sagrada
Água - doce
Alma - pura
Hora - bela
Água - doce
Alma - pura
Hora - bela
Mão - perfume
Beijo - flor
Coração - mistério
Paixão - segredo
Fé - andor.
Beijo - flor
Coração - mistério
Paixão - segredo
Fé - andor.
Tudo isso num ritmo lento de afoxé, em que os
instrumentos, vão pouco a pouco crescendo e acompanhando a voz de
Roberta...
E aí o mal se esconde e vai embora, vem a paz, vem a
força e o louvor.
A partir daí vem uma imagem musical em que letra voz,
arranjo e canto se misturam, e vem a linda imagem da mais bela
frase de todo o álbum....
"Quando o olhar se ilumina/O coração se inclina/O
amor abre a cortina e todo chão se empina/Numa colina sob o lençol
de alecrim"
Sintam a imagem, do olhar se iluminando, e o coração se
inclinando em reverência para o amor e o próprio solo se levanta
formando uma ladeira perfumada... quase dá para sentir o cheiro
ouvindo a música...
Roberta Sá, sobre a música disse:
"O Roque tem uma coisa de imagem nas letras que é
sempre muito impressionante. Então, essa música tem várias imagens
lindas..."
E por isso mesmo a canção termina sob as bênçãos do
Senhor do Bonfim...Roberta e o Trio disseram que choravam ao ouvir
os arranjos... uma canção que parece uma oração...
amém...
Quando o canto é reza
Todo toque é santo
Toda estrela é guia
Todo mar encanto
Quando a lua passeia na pedra da sereia
Toda fonte é sagrada
Toda água é doce
Toda alma é pura
Toda hora é bela
Quando a mão se perfuma
Todo beijo é uma flor
Todo coração tem um mistério
Toda paixão tem um segredo
Toda fé tem um andor.
Quando a sombra do mal se esconde
Toda paz é filha de Gandhi
Toda força tem seu louvor
Quando o olhar se ilumina
O coração se inclina
O amor abre a cortina e todo chão se empina
Numa colina sob o lençol de alecrim
E lá de cima
Quem abençoa
É Nosso Senhor do Bonfim.
Todo toque é santo
Toda estrela é guia
Todo mar encanto
Quando a lua passeia na pedra da sereia
Toda fonte é sagrada
Toda água é doce
Toda alma é pura
Toda hora é bela
Quando a mão se perfuma
Todo beijo é uma flor
Todo coração tem um mistério
Toda paixão tem um segredo
Toda fé tem um andor.
Quando a sombra do mal se esconde
Toda paz é filha de Gandhi
Toda força tem seu louvor
Quando o olhar se ilumina
O coração se inclina
O amor abre a cortina e todo chão se empina
Numa colina sob o lençol de alecrim
E lá de cima
Quem abençoa
É Nosso Senhor do Bonfim.
A vida tem dessas coisas - Ritchie
Imagine você atrasado. Vai pegar o elevador. E
quem está no elevador? Aquela mulher com quem você teve uma noite
inesquecível, uma daquelas paixões instantâneas... mas que
sumiu...
O sujeito queria dizer mais coisas, declarar-se, viver mais aquela paixão, só que ela, ao sumir, levou consigo o coração do eu-lírico, o olhar, a alegria... para ele o que houve entre os dois foi inesquecível; para ela, talvez apenas mais uma noite.
Isso me faz lembrar daqueles "amores" instantâneos, em que o momento faz com que nada seja mais importante na vida do que estar e viver aquele romance com a outra pessoa. Nessas ocasiões, vive-se com intensidade o instante, o momento, o flash do desejo...
Só que o romance não resiste à manhã seguinte, pelo menos para ela, que vai embora, segue a vida, e o sujeito fica desnorteado, apaixonado...
Ele fica à procura dela, lembra do seu nome, do rosto, a voz... carrega consigo as marcas daquele momento inesquecível, mas não tem nem o endereço, nem o telefone.
Certo dia, ao vê-la passar, fugaz, corre, procura, não consegue alcançá-la, não consegue esquecê-la... ou não será que não consegue esquecer o momento que viveram? A paixão é por ela ou por um momento mágico, que é (quase) sempre irrepetível?
E de repente o elevador quebra justamente com ela... à meia noite... que oportunidade!!! Para ela, talvez um aborrecimento; para ele, a chance de conversar, convencer e tentar demonstrar que se não trata de apenas uma noite...
Essa é a história de um grande sucesso de
Ritchie, gravado há 28 anos, no disco Voo de Coração, em 1983.
O disco é muito bom, apesar de a mídia fazer somente
referências ao grande hit Menina Veneno, ele tinha,
para a época, um toque moderno e brega ao mesmo tempo, letras,
situações, romances que se tornaram típicas de Ritchie, que, para
quem não sabe, é inglês, mas radicado no Brasil.
A música poderia muito bem render uma crônica, um curta-metragem, uma história. Ritchie, certa vez, numa entrevista, citando Bob Dylan, afirmou: "O Bob Dylan já falou uma vez que se soubesse o significado de suas letras, não teria graça nenhuma. Quem dá sentido à letra é o ouvinte."
A música retrata a busca de alguém... o amor, não pela pessoa, como pode parecer, mas pelo momento...
Perdi a hora
mas encontrei você aqui
Desde aquela noite
eu nunca mais me entendi
Você levou meu coração
Levou o meu olhar
Eu sigo cego e infeliz
Querendo te encontrar
Pra conversar
Te convencer
Te confessar
Quero só você
Não esqueci seu nome
Seu rosto
Sua voz
Outro dia eu te vi numa tarde,
tão veloz
Você passou no circular
Pela Praia do Leblon
Corri atrás
Tarde demais
Perdi a condição
De conversar
De te convencer
Te confessar
Quero só você
Sei que isso não tem importância
Pra você não faz sentido
Mas a noite aumenta a distância
Me perdi no seu caminho
Me encontrei falando sozinho
Sigo sempre sem destino
Pra te encontrar
Pra conversar
Te convencer
Te confessar
Quero só você
A vida tem dessas coisas
Olhe só nos dois aqui
Presos num elevador
Uma noite sem dormir
Zero hora no relógio
Legal você está aqui
E amanhã pela manhã
A gente pode sair
E conversar
Se convencer
Se confessar
Quero só você
Pra conversar
Te convencer
Te confessar
Quero só você
O sujeito queria dizer mais coisas, declarar-se, viver mais aquela paixão, só que ela, ao sumir, levou consigo o coração do eu-lírico, o olhar, a alegria... para ele o que houve entre os dois foi inesquecível; para ela, talvez apenas mais uma noite.
Isso me faz lembrar daqueles "amores" instantâneos, em que o momento faz com que nada seja mais importante na vida do que estar e viver aquele romance com a outra pessoa. Nessas ocasiões, vive-se com intensidade o instante, o momento, o flash do desejo...
Só que o romance não resiste à manhã seguinte, pelo menos para ela, que vai embora, segue a vida, e o sujeito fica desnorteado, apaixonado...
Ele fica à procura dela, lembra do seu nome, do rosto, a voz... carrega consigo as marcas daquele momento inesquecível, mas não tem nem o endereço, nem o telefone.
Certo dia, ao vê-la passar, fugaz, corre, procura, não consegue alcançá-la, não consegue esquecê-la... ou não será que não consegue esquecer o momento que viveram? A paixão é por ela ou por um momento mágico, que é (quase) sempre irrepetível?
E de repente o elevador quebra justamente com ela... à meia noite... que oportunidade!!! Para ela, talvez um aborrecimento; para ele, a chance de conversar, convencer e tentar demonstrar que se não trata de apenas uma noite...
A música poderia muito bem render uma crônica, um curta-metragem, uma história. Ritchie, certa vez, numa entrevista, citando Bob Dylan, afirmou: "O Bob Dylan já falou uma vez que se soubesse o significado de suas letras, não teria graça nenhuma. Quem dá sentido à letra é o ouvinte."
A música retrata a busca de alguém... o amor, não pela pessoa, como pode parecer, mas pelo momento...
Perdi a hora
mas encontrei você aqui
Desde aquela noite
eu nunca mais me entendi
Você levou meu coração
Levou o meu olhar
Eu sigo cego e infeliz
Querendo te encontrar
Pra conversar
Te convencer
Te confessar
Quero só você
Não esqueci seu nome
Seu rosto
Sua voz
Outro dia eu te vi numa tarde,
tão veloz
Você passou no circular
Pela Praia do Leblon
Corri atrás
Tarde demais
Perdi a condição
De conversar
De te convencer
Te confessar
Quero só você
Sei que isso não tem importância
Pra você não faz sentido
Mas a noite aumenta a distância
Me perdi no seu caminho
Me encontrei falando sozinho
Sigo sempre sem destino
Pra te encontrar
Pra conversar
Te convencer
Te confessar
Quero só você
A vida tem dessas coisas
Olhe só nos dois aqui
Presos num elevador
Uma noite sem dormir
Zero hora no relógio
Legal você está aqui
E amanhã pela manhã
A gente pode sair
E conversar
Se convencer
Se confessar
Quero só você
Pra conversar
Te convencer
Te confessar
Quero só você
"Pra libertar meu coração, eu quero muito mais... " (Bloco do Prazer Monique Kessous) Parte 2
Quem escutou "Bloco do Prazer" na voz de Moraes Moreira
(também gravada por Nara Leão e Gal Costa) percebe que, por trás da
síntese de tudo o que significa o carnaval, há um lirismo recôndito
na canção, algo que diz mais do que o impulso de pular ao som desse
frevo intenso daqueles que só Moraes Moreira sabe fazer. E isso se
encontra na letra de Fausto Nilo...
Aí vem Monique Kessous e redescobre a música, com um
andamento mais lento, um arranjo intimista com o baixo de Dunga e o
bandolim de Davi Moraes... e quando ela entoa os versos, "pra
libertar meu coração, eu quero muito mais que o som da marcha
lenta"... aí a canção muda, o ambiente muda...
Cantada por Moraes, ela se inicia com o refrão, em que o eu-lírico chama, mostra sua demanda por seu amor, em pleno carnaval... Cantada por Monique, o "bloco do prazer" se inicia com a necessidade de algo para libertar seu coração...
Não é mero acaso Moraes começar com o refrão e Monique
com a primeira frase da letra... Cada uma delas adquire um
significado diferente, distinto... a versão de Moraes é solar; a de
Monique, escura, intimista... a primeira versão parece ser cantada
no meio da folia; a segunda, num quarto escuro, quase como uma
prece...
Numa entrevista, Monique revelou:
- Vi Gal cantando "Bloco do prazer" no YouTube e comecei a prestar atenção na letra, que ficava meio escondida sob o arranjo festivo. Tentei fazer uma música que falasse aquilo, até que me dei conta de que não precisava. Sozinha, me acompanhando no baixo, gravei uma versão que mostrei para o Rodrigo (Vidal, produtor do álbum, que leva o nome da artista).
E aí nos deparamos com a riqueza da canção...
Pra libertar meu coração
Eu quero muito mais
Que o som da marcha lenta
Eu quero um novo balancê
E o bloco do prazer
Que a multidão comenta
Não quero oito e nem oitenta
Eu quero o bloco do prazer
E quem não vai querer?
Mamã mamãe eu quero sim
Quero ser mandarim
Cheirando gasolina
Na fina flor do meu jardim
Assim como carmim
Da boca das meninas
Que a vida arrasa e contamina
O gás que embala o balancê
Vem meu amor feito louca
Que a vida tá pouca
E eu quero muito mais
Mais que essa dor que arrebenta
A paixão violenta
Oitenta carnavais
Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/10/27/monique-kessous-lanca-disco-mostra-originalidade-entre-tantas-cantoras-cool-922887621.asp
Cantada por Moraes, ela se inicia com o refrão, em que o eu-lírico chama, mostra sua demanda por seu amor, em pleno carnaval... Cantada por Monique, o "bloco do prazer" se inicia com a necessidade de algo para libertar seu coração...
Numa entrevista, Monique revelou:
- Vi Gal cantando "Bloco do prazer" no YouTube e comecei a prestar atenção na letra, que ficava meio escondida sob o arranjo festivo. Tentei fazer uma música que falasse aquilo, até que me dei conta de que não precisava. Sozinha, me acompanhando no baixo, gravei uma versão que mostrei para o Rodrigo (Vidal, produtor do álbum, que leva o nome da artista).
E aí nos deparamos com a riqueza da canção...
Pra libertar meu coração
Eu quero muito mais
Que o som da marcha lenta
Eu quero um novo balancê
E o bloco do prazer
Que a multidão comenta
Não quero oito e nem oitenta
Eu quero o bloco do prazer
E quem não vai querer?
Mamã mamãe eu quero sim
Quero ser mandarim
Cheirando gasolina
Na fina flor do meu jardim
Assim como carmim
Da boca das meninas
Que a vida arrasa e contamina
O gás que embala o balancê
Vem meu amor feito louca
Que a vida tá pouca
E eu quero muito mais
Mais que essa dor que arrebenta
A paixão violenta
Oitenta carnavais
Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/10/27/monique-kessous-lanca-disco-mostra-originalidade-entre-tantas-cantoras-cool-922887621.asp
Depois. A mais melancólica canção do novo disco de Marisa Monte...
Criou-se muita expectativa sobre o novo disco
de Marisa Monte, o oitavo de sua carreira, e no qual o tema do amor
continua tendo destaque. Ela já disse, numa espécie de entrevista
coletiva virtual, no seu sítio digital:
"Sempre gostei de música antiga brasileira. Eu era uma adolescente diferente porque gostava de fuçar disco da avó e do pai. Essa música eu conheço desde essa época, de 15 ou 16 anos, quando eu ouvia Dalva, Lupicínio [Rodrigues], Francisco Alves, repertório com o qual entrei em contato muito jovem."
Por essa razão, venho dar destaque à música
mais melancólica de um disco que não tem esse tom. A canção
Depois, parceria dela com os inseparáveis Carlinhos Brown
e Arnaldo Antunes.
Depois é a história do fim de um relacionamento, é o day after de um amor que fez história para o casal, e que no momento só resta tristeza. É uma música com alta carga emotiva, que remonta aos clássicos românticos da década de 70....
A canção começa com a constatação de que
sonhou, se viveu, se planejou a vida junto com outro alguém, e um
abandono recíproco fez com que esses sonhos e planos descessem
ladeira abaixo, restando o sincero, mas protocolar desejo de
felicidade para o ser amado.
Em, seguida, a canção reflete o sofrimento do fim, o arrastar-se no chão, da sensação da traição, de alguém que te ama virar-lhe as costas, e pelas respostas que não foram obtidas... (E me pergunto quantos casais terminam pelas respostas que não podem ser dadas? Quantas pessoas precisam de respostas do outro, mas não estão dispostos a respondê-las?). Além do desejo protocolar de felicidade, há um desejo de melhora... que se melhore como pessoa, e de que dias melhores venham...
A terceira estrofe é de nostalgia... daqueles
momentos mágicos e únicos, do amor que fez história para a vida
inteira, mas que melancolicamente reconhece ter passado o tempo do
"nós dois". O amor é presente, e vive também em tantas coisas boas
vividas, mas que há o desejo de que um consiga viver sem o outro, o
que parece impossível nos momentos de separação recente.
Por fim, a múisca reflete, ainda de maneira sorumbática, a abertura para novas relações, afinal, há algo mais melancólico do que a troca de fotografias da pessoa amada pela de outro alguém? Embora haja um prenúncio de liberdade e de amor futuro "sem trair mais ninguém", a música termina com a confissão de que há o desejo de que a outra seja feliz... mas que o eu-lírico será feliz... depois...
Uma bela canção, brega, romântica, retrô... não
são poucos os jornalistas que fazem associação dessa canção com a
fase mais intensa das canções românticas de Roberto Carlos... vale
a pena escutar...
Depois
De sonhar tantos anos
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois
De tantos desenganos
Nós nos abandonamos
Como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois
De varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei ser melhor também
Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos história
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também
Depois
De aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos
Pelos de outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair a ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois
"Sempre gostei de música antiga brasileira. Eu era uma adolescente diferente porque gostava de fuçar disco da avó e do pai. Essa música eu conheço desde essa época, de 15 ou 16 anos, quando eu ouvia Dalva, Lupicínio [Rodrigues], Francisco Alves, repertório com o qual entrei em contato muito jovem."
Depois é a história do fim de um relacionamento, é o day after de um amor que fez história para o casal, e que no momento só resta tristeza. É uma música com alta carga emotiva, que remonta aos clássicos românticos da década de 70....
Em, seguida, a canção reflete o sofrimento do fim, o arrastar-se no chão, da sensação da traição, de alguém que te ama virar-lhe as costas, e pelas respostas que não foram obtidas... (E me pergunto quantos casais terminam pelas respostas que não podem ser dadas? Quantas pessoas precisam de respostas do outro, mas não estão dispostos a respondê-las?). Além do desejo protocolar de felicidade, há um desejo de melhora... que se melhore como pessoa, e de que dias melhores venham...
Por fim, a múisca reflete, ainda de maneira sorumbática, a abertura para novas relações, afinal, há algo mais melancólico do que a troca de fotografias da pessoa amada pela de outro alguém? Embora haja um prenúncio de liberdade e de amor futuro "sem trair mais ninguém", a música termina com a confissão de que há o desejo de que a outra seja feliz... mas que o eu-lírico será feliz... depois...
Depois
De sonhar tantos anos
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois
De tantos desenganos
Nós nos abandonamos
Como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois
De varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei ser melhor também
Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos história
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também
Depois
De aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos
Pelos de outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair a ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois
Pai e Mãe... Uma homenagem afetuosa de Gil a seus pais...
Gilberto Gil sempre brincou com os
estigmas e estereótipos da masculinidade. Nessas incursões, ele
questiona padrões, preconceitos, e revela que é possível ser macho
sem prescindir eventualmente de momentos de delicadeza,
sensibilidade, tão associados ao feminino.
Nessa linha ele fez a canção "Pai e Mãe",
do seu disco "Refazenda", em que revela ter passado muito tempo
aprendendo a beijar outros homens, como beija seu próprio pai. O
beijo, como uma manifestação de afeto, é costumeiramente vista com
desconfiança entre dois homens, como se fosse um questionamento
sobre sua própria virilidade e masculinidade.
E por isso, ele pede à mãe que diga ao pai
que não se aborreça com ele quando o vir beijar outro homem, pois o
beijo ao amigo é uma extensão do afeto que ele sente pelo próprio
pai, como o amigo sendo uma extensão da força, do carinho, do da
força e da compreensão que só o pai pode ter.
E, na mesma linha, ele identifica o amor
pela mulher ao amor que sente por sua própria mãe, mas de uma
maneira suave, tranqüila, Freud sentiria inveja de descrever a
relação entre o amor por uma mulher vê o amor por sua mãe de
maneira tão sutil. E ao mesmo tempo em que revela esse profundo
afeto, e essa eterna referência ao pai e à mãe, questiona à mãe:
"Como vão seus temores?". Certamente se referem à própria
sexualidade do filho, que, afinal, beija outros homens, e por isso
ele revela justamente que beija os outros homens como beija o
próprio pai.
Gil revela ter feito a música no dia 26 de
junho de 1975, no dia exato em que completara 33 anos. Conta,
também, que os pais ficaram muito contentes com a homenagem. Mais
uma bela música de um disco quase perfeito.
Sublime. Mais uma banda que acaba com a morte do vocalista. Sua bela música Santeria
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Pode parecer
estranho uma referência a uma banda de punk rock, com referência
fortíssimas de Reggae e ska. Mas me vi ouvindo (olha a figura de
linguagem) a gostosa e triste música "Santeria", da banda
californiana Sublime, e fui pesquisar um pouco sobre a história da
banda, uma história de amigos, que foi tragicamente encerrada com a
morte do guitarrista em face do vício pela heroína. Segue um breve
resumo encontrado no sítio digital
http://whiplash.net:
Três super camaradas resolvem montar uma banda. Um é um
genio pra escrever, compor, misturar estilos e tambem mostrar o
próprio; o segundo é um baixista chapado que faz loucuras num solo;
o terceiro é um batera que desempenha muito bem o seu papel e
tambem solta os "samples" nas musicas, como um DJ. Tem tudo pra dar
certo. Os amigos adoram, o pessoal da universidade tambem, e o
Sublime se torna a banda mais popular do campus.
Os caras vão levando aquela vida de sonho, bebendo com os
camaradas, fumando uns baseados, surfando, tirando um som com todo
o pessoal e gravando as primeiras fitas. A banda é uma verdadeira
familia. Todos são amigos, um desenha uns logotipos, outro ajuda
numa letra, e as bandas amigas, como The Ziggens, No Doubt e outras
desconhecidas como Filibuster, Slightly Stoopid e Happoldts (banda
de um grande amigo de Brad, Miguel) estão sempre presentes dando um
apoio e uma palhinha.
Mesmo ficando mais conhecida no circuito californiano e
tendo shows pra fazer, o Sublime nao abre mão de manter a "familia"
unida. Os caras compram uma van, enfiam equipamentos, amigos,
namoradas, cervejas e até os respectivos cachorros (tratados como
melhores amigos) e caem na estrada.
Conseguem gravar o primeiro
CD, "40 Oz. to Freedom", um dos melhores, que saem vendendo para os
amigos em Long Beach (California).
No segundo CD, "Robbin' the Hood", algumas musicas
mostram claramente o sofrimento de Bradley na luta contra a
heroina. Em "Pool Shark", ele diz: "Um dia perderei a guerra...", e
quem ja o viu cantando essa musica afirma que a expressão em seu
rosto era de dor. Com esses dois CD's lancados, a banda continua
indo bem na escalada para o sucesso, mas a vida de Brad continua
muito instável... A namorada, Troy, tenta ajudá-lo a se livrar da
heroína, e ele resolve fazer tratamento. Tentou varias vezes, mas
tinha recaídas.
Nasce o filhinho de Brad e Troy, Jakob James Nowell. O Sublime vai
gravando o terceiro CD, "Sublime". Bradley se casa com Troy, e diz
que está feliz por não estar mais usando heroína. Uma semana
depois, é encontrado morto num hotel. Naquele dia ele acordou cedo,
cheio de disposição, e foi levar Louie, seu dálmata, pra dar uma
volta na praia. Foi a última vez que todo mundo o viu. Brad perdeu
a guerra. Uma overdose de heroina levou a alma do Sublime bem
quando a banda estourava nas paradas, e ele nem pôde presenciar
esse sucesso...
Essa foi a Sublime,
e Santeria (que faz referência a uma espécia de seita que cultua os
santos), é uma canção sobre uma garota que o deixou por outro
cara, ele está expressando o quão horrível ele se sente e se
perguntando por que isso aconteceu, e aqueles sentimentos
primitivos de vingança contra o "Sancho", e a demonstração de sua
carência na medida em que ele necessita de amor. O Eu-lírico está
inconsolável e quer agir em sua raiva, questionando por que
isso aconteceu, ele sabe que a única coisa que ele pode fazer é
seguir em frente, ao mesmo tempo em que parece que a única
linguagem que ele consegue externar para sua dor é a violência, uma
ameaça de agressão a "Sancho" e "Heina"...
Santeria é uma
religião, enquanto alguns afirmam que há maldições, na verdade ele
quer dizer que não pratica Santeria nem tem uma bola de cristal. Em
suma: ele não sabe o que vai acontecer. Agora que sua garota
se foi, ele diz que " vai se vingar, e para isso, sua alma vai
esperar.
Um som gostoso de se
ouvir, e mais uma triste história do fim de uma banda...
http://www.pesbrasil.org/banda-sublime.html;
Pai e Mãe... Uma homenagem afetuosa de Gil a seus pais...
Gilberto Gil sempre brincou com os
estigmas e estereótipos da masculinidade. Nessas incursões, ele
questiona padrões, preconceitos, e revela que é possível ser macho
sem prescindir eventualmente de momentos de delicadeza,
sensibilidade, tão associados ao feminino.
Nessa linha ele fez a canção "Pai e Mãe",
do seu disco "Refazenda", em que revela ter passado muito tempo
aprendendo a beijar outros homens, como beija seu próprio pai. O
beijo, como uma manifestação de afeto, é costumeiramente vista com
desconfiança entre dois homens, como se fosse um questionamento
sobre sua própria virilidade e masculinidade.
E por isso, ele pede à mãe que diga ao pai
que não se aborreça com ele quando o vir beijar outro homem, pois o
beijo ao amigo é uma extensão do afeto que ele sente pelo próprio
pai, como o amigo sendo uma extensão da força, do carinho, do da
força e da compreensão que só o pai pode ter.
E, na mesma linha, ele identifica o amor
pela mulher ao amor que sente por sua própria mãe, mas de uma
maneira suave, tranqüila, Freud sentiria inveja de descrever a
relação entre o amor por uma mulher vê o amor por sua mãe de
maneira tão sutil. E ao mesmo tempo em que revela esse profundo
afeto, e essa eterna referência ao pai e à mãe, questiona à mãe:
"Como vão seus temores?". Certamente se referem à própria
sexualidade do filho, que, afinal, beija outros homens, e por isso
ele revela justamente que beija os outros homens como beija o
próprio pai.
Gil revela ter feito a música no dia 26 de
junho de 1975, no dia exato em que completara 33 anos. Conta,
também, que os pais ficaram muito contentes com a homenagem. Mais
uma bela música de um disco quase perfeito.
Pai e Mãe... Uma homenagem afetuosa de Gil a seus pais...
Gilberto Gil sempre brincou com os
estigmas e estereótipos da masculinidade. Nessas incursões, ele
questiona padrões, preconceitos, e revela que é possível ser macho
sem prescindir eventualmente de momentos de delicadeza,
sensibilidade, tão associados ao feminino.
Nessa linha ele fez a canção "Pai e Mãe",
do seu disco "Refazenda", em que revela ter passado muito tempo
aprendendo a beijar outros homens, como beija seu próprio pai. O
beijo, como uma manifestação de afeto, é costumeiramente vista com
desconfiança entre dois homens, como se fosse um questionamento
sobre sua própria virilidade e masculinidade.
E por isso, ele pede à mãe que diga ao pai
que não se aborreça com ele quando o vir beijar outro homem, pois o
beijo ao amigo é uma extensão do afeto que ele sente pelo próprio
pai, como o amigo sendo uma extensão da força, do carinho, do da
força e da compreensão que só o pai pode ter.
E, na mesma linha, ele identifica o amor
pela mulher ao amor que sente por sua própria mãe, mas de uma
maneira suave, tranqüila, Freud sentiria inveja de descrever a
relação entre o amor por uma mulher vê o amor por sua mãe de
maneira tão sutil. E ao mesmo tempo em que revela esse profundo
afeto, e essa eterna referência ao pai e à mãe, questiona à mãe:
"Como vão seus temores?". Certamente se referem à própria
sexualidade do filho, que, afinal, beija outros homens, e por isso
ele revela justamente que beija os outros homens como beija o
próprio pai.
Gil revela ter feito a música no dia 26 de
junho de 1975, no dia exato em que completara 33 anos. Conta,
também, que os pais ficaram muito contentes com a homenagem. Mais
uma bela música de um disco quase perfeito.
Sublime. Mais uma banda que acaba com a morte do vocalista. Sua bela música Santeria
Pode parecer
estranho uma referência a uma banda de punk rock, com referência
fortíssimas de Reggae e ska. Mas me vi ouvindo (olha a figura de
linguagem) a gostosa e triste música "Santeria", da banda
californiana Sublime, e fui pesquisar um pouco sobre a história da
banda, uma história de amigos, que foi tragicamente encerrada com a
morte do guitarrista em face do vício pela heroína. Segue um breve
resumo encontrado no sítio digital
http://whiplash.net:
Três super camaradas resolvem montar uma banda. Um é um
genio pra escrever, compor, misturar estilos e tambem mostrar o
próprio; o segundo é um baixista chapado que faz loucuras num solo;
o terceiro é um batera que desempenha muito bem o seu papel e
tambem solta os "samples" nas musicas, como um DJ. Tem tudo pra dar
certo. Os amigos adoram, o pessoal da universidade tambem, e o
Sublime se torna a banda mais popular do campus.
Os caras vão levando aquela vida de sonho, bebendo com os
camaradas, fumando uns baseados, surfando, tirando um som com todo
o pessoal e gravando as primeiras fitas. A banda é uma verdadeira
familia. Todos são amigos, um desenha uns logotipos, outro ajuda
numa letra, e as bandas amigas, como The Ziggens, No Doubt e outras
desconhecidas como Filibuster, Slightly Stoopid e Happoldts (banda
de um grande amigo de Brad, Miguel) estão sempre presentes dando um
apoio e uma palhinha.
Mesmo ficando mais conhecida no circuito californiano e
tendo shows pra fazer, o Sublime nao abre mão de manter a "familia"
unida. Os caras compram uma van, enfiam equipamentos, amigos,
namoradas, cervejas e até os respectivos cachorros (tratados como
melhores amigos) e caem na estrada.
Conseguem gravar o primeiro
CD, "40 Oz. to Freedom", um dos melhores, que saem vendendo para os
amigos em Long Beach (California).
No segundo CD, "Robbin' the Hood", algumas musicas
mostram claramente o sofrimento de Bradley na luta contra a
heroina. Em "Pool Shark", ele diz: "Um dia perderei a guerra...", e
quem ja o viu cantando essa musica afirma que a expressão em seu
rosto era de dor. Com esses dois CD's lancados, a banda continua
indo bem na escalada para o sucesso, mas a vida de Brad continua
muito instável... A namorada, Troy, tenta ajudá-lo a se livrar da
heroína, e ele resolve fazer tratamento. Tentou varias vezes, mas
tinha recaídas.
Nasce o filhinho de Brad e Troy, Jakob James Nowell. O Sublime vai gravando o terceiro CD, "Sublime". Bradley se casa com Troy, e diz que está feliz por não estar mais usando heroína. Uma semana depois, é encontrado morto num hotel. Naquele dia ele acordou cedo, cheio de disposição, e foi levar Louie, seu dálmata, pra dar uma volta na praia. Foi a última vez que todo mundo o viu. Brad perdeu a guerra. Uma overdose de heroina levou a alma do Sublime bem quando a banda estourava nas paradas, e ele nem pôde presenciar esse sucesso...
Essa foi a Sublime,
e Santeria (que faz referência a uma espécia de seita que cultua os
santos), é uma canção sobre uma garota que o deixou por outro
cara, ele está expressando o quão horrível ele se sente e se
perguntando por que isso aconteceu, e aqueles sentimentos
primitivos de vingança contra o "Sancho", e a demonstração de sua
carência na medida em que ele necessita de amor. O Eu-lírico está
inconsolável e quer agir em sua raiva, questionando por que
isso aconteceu, ele sabe que a única coisa que ele pode fazer é
seguir em frente, ao mesmo tempo em que parece que a única
linguagem que ele consegue externar para sua dor é a violência, uma
ameaça de agressão a "Sancho" e "Heina"...
Santeria é uma
religião, enquanto alguns afirmam que há maldições, na verdade ele
quer dizer que não pratica Santeria nem tem uma bola de cristal. Em
suma: ele não sabe o que vai acontecer. Agora que sua garota
se foi, ele diz que " vai se vingar, e para isso, sua alma vai
esperar.
Um som gostoso de se
ouvir, e mais uma triste história do fim de uma banda...
http://www.pesbrasil.org/banda-sublime.html;
"Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará" (Terral- Ednardo)
O que
faz alguém se identificar com sua terra? O clima, lugares, pessoas,
comida, músicas, costumes, culltura? O que proporciona a alguém a
sensação de pertencer a alguma terra? Uma pessoa certa vez me disse
se sentir mais baiana quando estava fora da Bahia. Será que quando
saímos da terra, a trazemos conosco para onde vamos? Parece que
sim. E nas canções, identificamos aquilo que nos identifica na
nossa casa, no nosso terreiro, no nosso lar....
E
faço isso para comentar a bela música Terral, de Ednardo, composta
há mais de 40 anos, sobre sua terra, o Ceará.
O
Pessoal do Ceará, quase uma antítese nordestina da Tropicália
tipicamente baiana, traz um sentimento cru de identidade cearense,
que na canção Terral se materializa na frase "eu sou a
nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará". A
gente percebe nessa frase o orgulhoi e a vaidade do cearense, um
povo quue ri de si mesmo, mas que, como todo nordestino, é valente,
rude, mas cheio de sentimentos profundos e
delicados.
Ednardo, no seu sítio digital (www.ednardo.art.br) comenta
sobre a canção:
Esta música e letra, é de quando eu estava chegando
em São Paulo/ 1972, com saudades de minha terra, fazendo uma
leitura à distância do que ela representa. Mas também é
tradução da identidade humana com seu local de origem e pontos
de interligações de vivências, aprendizados e
momentos afetivos. E na essência, é a vontade humana do
sentimento cidadão do mundo, de ir sem fronteiras. O
verbo aperrear, no sentido de se medir mutuamente " de bater na
porta " - para emitir e receber códigos de relações,
possibilidades e momentos únicos de se encontrar e
crescer.
A
música reflete inicialmente uma saudade de quem saiu da sua terra,
a terra das dunas brancas onde ele queria ficar. diferente dos
baianos tropicalistas, que de modo antropofágico levaram a Bahia
para o Rio e São Paulo, e teceram loas à Cidade Maravilhosa
(Com "Aquele Abraço", de Gil) ou à Pauliceia (com "Sampa", de
Caetano), a visão do cearense sobre as duas grandes metrópoles
brasileiras é a visão de quemnão gosta de onde está, pois saiu do
Ceará à força, sua terra, cheia de paz, e "sem chaminés ou
fumaça"....
E uma
voz que tem o sol me a areia e que se identifica como alguém da
América do Sul... e, na "Sudamérica", ser a famosa "nata do lixo e
o luxo da aldeia", ou seja, sou cearense, sou a elite, sou o luxo,
sou a nata... mas sou da América do Sul, sou do Nordeste, sou do
Ceará. Então a nata é a nata do lixo. E o luxo, da
Aldeia.
Logo
então Ednardo passa a cantar com saudade dos lugares de
Fortaleza... Aldeota, Praia do Futuro, o Farol velho e o novo...
uma música de saudade da sua terra... das dunas brancas, o luxo do
lixo, a nata da aldeia...
"Naquela Mesa". A saudade de um filho (Sergio Bittencourt) após a morte do pai (Jacob do Bandolim
Naquela Mesa-Sergio Bittencourt e Elizeth Cardoso
Carregando...
Consta que esta música foi composta pelo filho no dia da
morte do pai, escrita num guardanapo. Apenas isso seria suficiente
para que essa música tivesse uma história. Mais ainda quando o seu
compositor, Sérgio Bittencourt, é filho de Jacob do Bandolim, um
verdadeiro ícone da música brasileira de todos os
tempos.
Está relatado no sítio digital do próprio jacob que, No dia em que Jacob estaria completando 60 anos (que completaria em 14 de fevereiroi de 1978, se vivo fosse), o jornalista Jésus Rocha, de Última Hora, à época editor do "Segundo Caderno", pediu ao filho, Sérgio, um depoimento sobre o pai.
Ao
correr da máquina, Sérgio Bittencourt, jornalista e compositor,
escreveu comovente texto acerca da pessoa de Jacob do Bandolim.
Trago aqui três pequenos trechos do filho sobre o pai:
O que fiz por ele, fiz e não digo. O que fez por e de mim, foi um tudo. Me lembro: jamais me mentiu. Era capaz de esbofetear um mentiroso, apenas pela mentira. Fosse de que gravidade.
De tudo que me ensinou, certo ou errado, hoje, dentro dos meus já então parcos e paupérrimos preconceitos, retiro, inapelavelmente, uma solução, uma saída, uma parada para pensar, um pouco de coragem para enfrentar, muita coragem para não "aderir" - na última das hipóteses, um sofisma, uma frase feita - estamos conversados!
Aos 37 anos de idade, descrente e exausto, sem Deus nem diabo, é que posso afirmar: Jacob Pick Bittencourt foi mais do que um pai. Do que um amigo. Do que um Ídolo. Foi e é, para mim, um homem.
Com todas as virtudes, fraquezas, defeitos e rastros de luz que certos homens, que ainda escrevemos com "agá" maiúsculo, souberam ou sabem ser. E homem com H maiúsculo, para mim é Gênio.
Tenho certeza e assumo: não sou nada, porque, de fato, não preciso ser. Me basta ter a certeza inabalável de que nasci do Amor, da Loucura, da Irrealidade e da Lucidez de um Gênio.
Um belo depoimento de um filho sobre o pai, sem sombra de dúvida... mas, como digo, as notas de uma canção podem, numa fração de segundo, exprimir sentimentos que mil palavras não conseguem descrever. E a maior homenagem do filho para o pai foi a canção "Naquela mesa";
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquele mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade ele ta doendo em mim
É
inevitável: ouvir essa múisca e lembrar do seu pai, do seu avô, de
alguém querido que se foi. A música materializa a saudade numa
mesa. Na mesa onde o pai sentava e, dono da verdade, dava conselhos
sobre a vida e contava histórias. O pai que reunia as pessoas em
volta de si e carregava consigo a admiração do filho.
E a
mesa é uma metáfora, uma personificação, um metonímia, ou quantas
figuras de linguagem quisermos, da saudade. A mesa vazia traz as
lembranças e a dor do pai que se foi. E a saudade do pai
dói....
Reparem como na primeira parte da música se faz referência nostálgica de tudo o que o pai fazia na mesa, e na segunda parte, só resta a dor da saudade e da mesa vazia.
A música foi gravada inicialmente pela "Divina" Elizeth Cardoso, depois por Nelson Gonçalves, e, mais recentemente, pelo cantor Otto.
Tristemente, Sérgio Bittencourt morreu pouco mais de um ano apóps escrever o texto para o pai, no dia 9 de julho de 1979
Está relatado no sítio digital do próprio jacob que, No dia em que Jacob estaria completando 60 anos (que completaria em 14 de fevereiroi de 1978, se vivo fosse), o jornalista Jésus Rocha, de Última Hora, à época editor do "Segundo Caderno", pediu ao filho, Sérgio, um depoimento sobre o pai.
Jacob do Bandolim
O que fiz por ele, fiz e não digo. O que fez por e de mim, foi um tudo. Me lembro: jamais me mentiu. Era capaz de esbofetear um mentiroso, apenas pela mentira. Fosse de que gravidade.
De tudo que me ensinou, certo ou errado, hoje, dentro dos meus já então parcos e paupérrimos preconceitos, retiro, inapelavelmente, uma solução, uma saída, uma parada para pensar, um pouco de coragem para enfrentar, muita coragem para não "aderir" - na última das hipóteses, um sofisma, uma frase feita - estamos conversados!
Aos 37 anos de idade, descrente e exausto, sem Deus nem diabo, é que posso afirmar: Jacob Pick Bittencourt foi mais do que um pai. Do que um amigo. Do que um Ídolo. Foi e é, para mim, um homem.
Com todas as virtudes, fraquezas, defeitos e rastros de luz que certos homens, que ainda escrevemos com "agá" maiúsculo, souberam ou sabem ser. E homem com H maiúsculo, para mim é Gênio.
Tenho certeza e assumo: não sou nada, porque, de fato, não preciso ser. Me basta ter a certeza inabalável de que nasci do Amor, da Loucura, da Irrealidade e da Lucidez de um Gênio.
Um belo depoimento de um filho sobre o pai, sem sombra de dúvida... mas, como digo, as notas de uma canção podem, numa fração de segundo, exprimir sentimentos que mil palavras não conseguem descrever. E a maior homenagem do filho para o pai foi a canção "Naquela mesa";
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquele mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade ele ta doendo em mim
Sérgio Bittencourt
Reparem como na primeira parte da música se faz referência nostálgica de tudo o que o pai fazia na mesa, e na segunda parte, só resta a dor da saudade e da mesa vazia.
A música foi gravada inicialmente pela "Divina" Elizeth Cardoso, depois por Nelson Gonçalves, e, mais recentemente, pelo cantor Otto.
Tristemente, Sérgio Bittencourt morreu pouco mais de um ano apóps escrever o texto para o pai, no dia 9 de julho de 1979
Luiz Gonzaga e Gonzaguinha - "A Vida do Viajante"
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Luiz Gonzaga e Gonzaguinha - "A Vida do Viajante"
Carregando...
É duro ser filho de
um grande artista. Quem carrega consigo uma ascendência brilhante
vai sempre carregar um peso caso queira seguir a carreira do pai, e
sempre vai haver quem diga - por melhor que o filho seja - que ele
jamais será uma sombra do que foi o pai.
Nessa linhagem de
pais e filhos, todavia, há um que se destaca, jutamente por ter
trilhado seus próprios caminhos, sem dependência do sobrenome ou da
influência do pai ilustre. O pai, nordestino, militar, de direita,
tornou-se unanimidade como o "Rei do Baião": Luiz Gonzaga, o
Gonzagão. O Outro, participou de festivais universitários, é
carioca, canta músicas urbanas e é de esquerda. Falo de
Gonzaguinha...
Gonzaguinha teve uma
vida cheia de caminhos tortuosos até firmar-se como artista: perdeu
a mãe muito cedo, aos dois, anos, e como o pai não conseguia cuidar
dele, pois estava sempre viajando, foi ele criado no Morro de São
Carlos, no Rio de Janeiro com os padrinhos Dina e Xavier, um baiano
que tocava violão, e por aí se vê que o instrumento musical de
Gonzaguinha não era a sanfona, mas o violão.
Depois de passar
pelo M.A.U. (Movimento Artístico Universitário) e ter a maioria de
suas músicas censuradas (para se ter ideia, para gravar 18 músicas,
teve que submeter 72 à censura, isto é, 54 foram vetadas), somente
após a consagração nacional é que Gonzaguinha se aproximou de
Gonzagão artisticamente.
E a redenção de
ambos veio em 1980, com a realização do show conjunto "A Vida do
Viajante", que reuniu pai e filho cheios de atenção um pelo outro,
um rendendo homenagens ao outro. No livro "Gonzagão e Gonzaguinha"
(Ediouro, 2006), Regina Echeverria transcreve depoimentos de um
sobre o outro, fazendo referência à turnê de "A vida do
viajante".
Gonzagão sobre
Gonzaguinha:
"Gonzaguinha não ia querer, jamais, que pensassem que ele
estava usando minha fama para se projetar. Esperou ser respeitado
como cantor e compositor para depois ir enfrentar o povo do
Nordeste, onde o pai dele é rei."
"Não vou ter maior chance
artística na minha vida: me apresentar com o maior som e o artista
mais badalado do momento, um rapaz que a cada dia se aperfeiçoa e é
o meu próprio filho. Acho que ele está até mais bonito, faz
charminho no palco e, se ganhar mais alguns quilinhos, então, as
mulheres não vão resistir"
"Eu tenho medo de perder o
privilégio de ser amigo de meu filho, que além de tudo é genial.
Hoje ficou tão importante o nome de Gonzaga quanto o de Gonzaga
Junior"
"Mas acho que ele (Gonzaguinha) se encontrou com essas
canções de amor mal vivido. Ele faz um baita
sucesso"
Gonzaguinha sobre
Gonzagão
"Nunca fui o Junior, com o instrumento e a simpatia do pai
e por isso há quem pense que nem sou filho dele. O que fazer, não?
Os rótulos nos são impostos e o importante é não vivê-los. Não é
porque meu pai é quem é que eu deveria me dar bem com ele. Para
falar a verdade, nem fui criado por ele, e hoje consigo entrar
nesse assunto sem mágoa alguma. Aliás, foi ótimo não ter sido
assim, porque vi de fora pra dentro o que ele significava nesta
terra, o que ele significava na minha vida".
Um encontro de pai e
filho... o pai, do nordeste, bonachão, carismático, com pouca
formação, nordestino, militar; o filho, do Rio de Janeiro,
comedido, universitário, de esquerda, tímido e com suas canções
urbanas. Dois artistas distintos, um caso do filho que escapou à
sombra do pai.
A música Vida de
Viajante, parceria de Gonzagão com Hervê Cordovil, é quase uma
biografia daquele que sai pelo Brasil, com sua sanfona, deixando um
poucoi de si e levando muito consigo com sua sanfona... título
perfeito para o show de ambos...
É duro ser filho de
um grande artista. Quem carrega consigo uma ascendência brilhante
vai sempre carregar um peso caso queira seguir a carreira do pai, e
sempre vai haver quem diga - por melhor que o filho seja - que ele
jamais será uma sombra do que foi o pai.
Nessa linhagem de pais e filhos, todavia, há um que se destaca, jutamente por ter trilhado seus próprios caminhos, sem dependência do sobrenome ou da influência do pai ilustre. O pai, nordestino, militar, de direita, tornou-se unanimidade como o "Rei do Baião": Luiz Gonzaga, o Gonzagão. O Outro, participou de festivais universitários, é carioca, canta músicas urbanas e é de esquerda. Falo de Gonzaguinha...
Gonzaguinha teve uma
vida cheia de caminhos tortuosos até firmar-se como artista: perdeu
a mãe muito cedo, aos dois, anos, e como o pai não conseguia cuidar
dele, pois estava sempre viajando, foi ele criado no Morro de São
Carlos, no Rio de Janeiro com os padrinhos Dina e Xavier, um baiano
que tocava violão, e por aí se vê que o instrumento musical de
Gonzaguinha não era a sanfona, mas o violão.
Depois de passar pelo M.A.U. (Movimento Artístico Universitário) e ter a maioria de suas músicas censuradas (para se ter ideia, para gravar 18 músicas, teve que submeter 72 à censura, isto é, 54 foram vetadas), somente após a consagração nacional é que Gonzaguinha se aproximou de Gonzagão artisticamente.
E a redenção de
ambos veio em 1980, com a realização do show conjunto "A Vida do
Viajante", que reuniu pai e filho cheios de atenção um pelo outro,
um rendendo homenagens ao outro. No livro "Gonzagão e Gonzaguinha"
(Ediouro, 2006), Regina Echeverria transcreve depoimentos de um
sobre o outro, fazendo referência à turnê de "A vida do
viajante".
Gonzagão sobre
Gonzaguinha:
"Gonzaguinha não ia querer, jamais, que pensassem que ele estava usando minha fama para se projetar. Esperou ser respeitado como cantor e compositor para depois ir enfrentar o povo do Nordeste, onde o pai dele é rei."
"Não vou ter maior chance artística na minha vida: me apresentar com o maior som e o artista mais badalado do momento, um rapaz que a cada dia se aperfeiçoa e é o meu próprio filho. Acho que ele está até mais bonito, faz charminho no palco e, se ganhar mais alguns quilinhos, então, as mulheres não vão resistir"
"Eu tenho medo de perder o privilégio de ser amigo de meu filho, que além de tudo é genial. Hoje ficou tão importante o nome de Gonzaga quanto o de Gonzaga Junior"
"Mas acho que ele (Gonzaguinha) se encontrou com essas canções de amor mal vivido. Ele faz um baita sucesso"
Gonzaguinha sobre Gonzagão
"Nunca fui o Junior, com o instrumento e a simpatia do pai e por isso há quem pense que nem sou filho dele. O que fazer, não? Os rótulos nos são impostos e o importante é não vivê-los. Não é porque meu pai é quem é que eu deveria me dar bem com ele. Para falar a verdade, nem fui criado por ele, e hoje consigo entrar nesse assunto sem mágoa alguma. Aliás, foi ótimo não ter sido assim, porque vi de fora pra dentro o que ele significava nesta terra, o que ele significava na minha vida".
Um encontro de pai e filho... o pai, do nordeste, bonachão, carismático, com pouca formação, nordestino, militar; o filho, do Rio de Janeiro, comedido, universitário, de esquerda, tímido e com suas canções urbanas. Dois artistas distintos, um caso do filho que escapou à sombra do pai.
A música Vida de Viajante, parceria de Gonzagão com Hervê Cordovil, é quase uma biografia daquele que sai pelo Brasil, com sua sanfona, deixando um poucoi de si e levando muito consigo com sua sanfona... título perfeito para o show de ambos...
Nessa linhagem de pais e filhos, todavia, há um que se destaca, jutamente por ter trilhado seus próprios caminhos, sem dependência do sobrenome ou da influência do pai ilustre. O pai, nordestino, militar, de direita, tornou-se unanimidade como o "Rei do Baião": Luiz Gonzaga, o Gonzagão. O Outro, participou de festivais universitários, é carioca, canta músicas urbanas e é de esquerda. Falo de Gonzaguinha...
Depois de passar pelo M.A.U. (Movimento Artístico Universitário) e ter a maioria de suas músicas censuradas (para se ter ideia, para gravar 18 músicas, teve que submeter 72 à censura, isto é, 54 foram vetadas), somente após a consagração nacional é que Gonzaguinha se aproximou de Gonzagão artisticamente.
"Gonzaguinha não ia querer, jamais, que pensassem que ele estava usando minha fama para se projetar. Esperou ser respeitado como cantor e compositor para depois ir enfrentar o povo do Nordeste, onde o pai dele é rei."
"Não vou ter maior chance artística na minha vida: me apresentar com o maior som e o artista mais badalado do momento, um rapaz que a cada dia se aperfeiçoa e é o meu próprio filho. Acho que ele está até mais bonito, faz charminho no palco e, se ganhar mais alguns quilinhos, então, as mulheres não vão resistir"
"Eu tenho medo de perder o privilégio de ser amigo de meu filho, que além de tudo é genial. Hoje ficou tão importante o nome de Gonzaga quanto o de Gonzaga Junior"
"Mas acho que ele (Gonzaguinha) se encontrou com essas canções de amor mal vivido. Ele faz um baita sucesso"
Gonzaguinha sobre Gonzagão
"Nunca fui o Junior, com o instrumento e a simpatia do pai e por isso há quem pense que nem sou filho dele. O que fazer, não? Os rótulos nos são impostos e o importante é não vivê-los. Não é porque meu pai é quem é que eu deveria me dar bem com ele. Para falar a verdade, nem fui criado por ele, e hoje consigo entrar nesse assunto sem mágoa alguma. Aliás, foi ótimo não ter sido assim, porque vi de fora pra dentro o que ele significava nesta terra, o que ele significava na minha vida".
Um encontro de pai e filho... o pai, do nordeste, bonachão, carismático, com pouca formação, nordestino, militar; o filho, do Rio de Janeiro, comedido, universitário, de esquerda, tímido e com suas canções urbanas. Dois artistas distintos, um caso do filho que escapou à sombra do pai.
A música Vida de Viajante, parceria de Gonzagão com Hervê Cordovil, é quase uma biografia daquele que sai pelo Brasil, com sua sanfona, deixando um poucoi de si e levando muito consigo com sua sanfona... título perfeito para o show de ambos...