Ex-presidente Hosni Mubarak é detido para investigação no Egito
O Globo
CAIRO - Um dia após o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak passar mal e ser internado durante um interrogatório , o Ministério Público do Egito ordenou nesta quarta-feira sua detenção durante 15 dias para a condução da investigação. O ex-ditador, que foi forçado a renunciar em fevereiro após 18 dias de protestos, é investigado por sua suposta responsabilidade em assassinatos de manifestantes e por corrupção. Dois de seus filhos também estão sendo investigados por corrupção e foram presos pelos mesmos 15 dias. |
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| Hosni Mubarak |
Os três estavam no balneário turístico de Sharm el-Sheik, onde estão vivendo desde que o ex-ditador renunciou e entregou o poder a militares. Há informações de que Gamal e Alaa Mubarak foram levados para a prisão de Dora, no Cairo. O pai permaneceria no hospital para onde foi levado após sofrer uma suposta crise cardíaca na noite de terça-feira.
As informações sobre seu estado de saúde são contraditórias e, segundo a TV árabe Al-Jazeera, um helicóptero militar pousou perto do hospital onde ele está, supostamente para levá-lo ao Cairo. De acordo com a TV estatal, Mubarak teve um colapso nervoso.
A capital vem sendo palco de novas manifestações, pedindo julgamentos e punições para Mubarak e os integrantes de seu governo. Soldados interromperam na terça-feira um protesto pacífico de cinco dias na Praça Tahrir, que se tornou o epicentro de protestos desde janeiro.
Na noite de terça-feira, cerca de 2 mil pessoas se concentraram em frente ao hospital onde Mubarak está internado, pedindo a prisão de seus filhos. Gamal era considerado o provável sucessor do pai e foi o arquiteto do programa de privatização e liberalização que levou bilhões de dólares em investimentos ao Egito, mas aumentou a distância entre ricos e pobres.
Egípcios comemoram detenções
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| O filho, também na cadeia |
Quando ele e seu irmão, o empresário Alaa, deixaram o hospital em carros da polícia, a multidão comemorou. Mubarak, de 82 anos, chegou a ser interrogado depois de ser hospitalizado. Ele já havia sido impedido de deixar o país e teve seus bens congelados em meio às investigações sobre abuso de poder e corrupção.
No domingo, o ex-ditador rompeu o silêncio e, em suas primeiras declarações públicas desde a renúncia, disse ser vítima de uma campanha injusta . A maioria dos ex-funcionários de seu governo também está sob investigação.
Segundo autoridades, mais de 380 pessoas morreram nas manifestações. Ativistas dizem porém que o número é muito maior. Segundo a ONG Frente para Defender Manifestantes Egípcios, até o início de março 685 foram mortas na repressão.
