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7 de abr. de 2011

A fé pode curar?



A fé pode curar?

Fé é a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova, pela absoluta confiança que depositamos neste algo ou alguém. A cura pela fé, ou “cura espiritual” é também uma forma de medicina alternativa, algumas vezes acompanhada pela recusa de técnicas modernas da medicina.

O termo, normalmente é usado pelos cristãos, que acreditam que Deus cura as pessoas por meio do poder do Espírito Santo. Este termo também é usado de forma similar por outras religiões, atribuindo a fonte da cura à outras divindades ou seres, como os espíritas que alegam ser curados por médiuns, budistas curados por mantras, etc. Apesar das diferentes crenças e atribuições, todas acabam por ter um fator em comum, a fé.

Neste assunto a ciência, assim como as religiões, não possui nenhuma explicação concreta, somente teses e crenças. Apesar de muitas pessoas afirmarem que foram curadas pela fé, com exames acusando a doença e posteriormente o da cura, céticos apontam que a cura pela fé "não tem prova cientificamente concreta", sendo que seus praticantes apenas podem citar evidências anedóticas de casos onde ela foi bem sucedida, sem qualquer comprovação documentada, acreditando que os relatos de curas espirituais poderiam ainda significar melhora de sintomas ou doenças psicossomáticas, remissão espontânea de doenças ou ainda diagnóstico incorreto da doença prévia ou da cura posterior, o que faz com que estes ignorem o aumento significativo dos casos.

Questões éticas de recusa do tratamento convencional

Em muitos casos os pais não aceitam ou recusam cuidados médicos tradicionais aos filhos, como o caso ocorrido em 2000, na Inglaterra, onde o governo teve que intervir dando uma ordem permitindo que uma criança fosse tratada pelos médicos, contra muito protesto de seus pais.

Em geral, os médicos são responsáveis pelo tratamento do paciente, em consequência disto, se julgam que o tratamento médico é necessário para salvar a vida ou a saúde de um indivíduo, balanceando esse julgamento com questões legais e privadas, podem agir contrariamente aos desejos do paciente (se este não tiver em condições de uma decisão consciente) ou de seus pais.

No caso de crianças, considera-se legalmente que são de responsabilidade do Estado, e estão sob a tutela dos pais até atingirem a maioridade, quando são consideradas legalmente aptas a tomar uma decisão consciente sobre as suas convicções religiosas. Enquanto isso os pais não podem impor sua crença aos filhos se as mesmas levarem a risco de morte, caso haja risco as autoridades competentes podem dar a tutela da criança para o Estado até que o risco seja eliminado e depois a guarda será reavaliada.


O consenso: A fé tem poder!

Já é consenso entre estudiosos: "A fé pode sim auxiliar na recuperação de um doente", é o que comprova o trabalho do pesquisador americano Herbert Benson, do Instituto Mente-Corpo da Universidade de Harvard (EUA), o qual estuda a influência da crença há mais de 35 anos, ele afirma que a fé e a meditação melhoram a saúde.

De acordo com Benson, manter a mente calma e relaxada (como ocorre quando uma pessoa ora ou medita) pode combater problemas como hipertensão, tensão pré-menstrual, insônia, infertilidade e ainda aliviar os efeitos de doenças crônicas.
Rodolfo Puttini, doutor em saúde coletiva pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), também confirma esta tese, segundo ele "A espiritualidade é formada por valores que ajudam na cura".
O neuro-cientista Alfredo Pereira Júnior diz que "Quando a mente se envolve no processo da cura por meio da fé, ela ativa mecanismos fisiológicos que influenciam o corpo, mas isso não quer dizer que a fé possa curar alguém".

O mau uso da fé

A fé tem um poder gigantesco, mas é difícil imaginar uma fé sem alvo, que não se focalize em nada, seja material ou não. Cada religião procura focalizar a fé em algo, sem a fé sequer existiria a religião. Em um campo tão delicado e desconhecido, enquanto assim for, sempre haverão aqueles que irão tirar proveito da fé alheia, em alguns casos a “manipulação da fé” cria uma bola de neve que culmina em tragédias gigantescas, a história tem muitos exemplos disto, confira alguns:

Jim Jones – James Warren "Jim" Jones foi pastor evangélico estadunidense,e fundador da igreja Templo do Povo, que tornou-se sinônimo de grupo suicida após o suicídio em massa de 18 de novembro de 1978 por envenenamento em sua isolada coletividade comunitária agrícola chamada Jonestown, localizada na Guiana. Jones foi encontrado morto com um ferimento de bala na cabeça junto a outros 909 corpos.

O reverendo Jim Jones (com cerca de 40 anos) começou a People´s Temple (seita Templo do Povo) para ajudar os sem-teto, desempregados e doentes de todas as raças em troca de bens (dinheiro, terrenos, casas…) que ajudaram a consolidar a sua obra. Rapidamente se formou um séquito de fanáticos e o pastor acabaria por fundar a cidade de Jones – "Jonestown" (uma colônia nas selvas da Guiana) – em 1977. Em 1978, quando começou a ser perseguido pelas autoridades dos EUA, Jim Jones ordenou a ida de todos os fiéis para Jonestown, abandonando as sedes da seita nos Estados Unidos. Jonestown era uma comunidade auto-suficiente, que representava aparentemente um modelo socialista, estabelecida no meio da selva na Guiana (América do Sul). Viviam isolados do mundo sem poder estabelecer o mínimo contato com o mundo exterior, sob pena de sofrer pesadas represálias. Já em Jonestown, os membros eram obrigados a admirar os seus discursos, dia e noite, e quaisquer resistências acabavam num espancamento, dito justiceiro. A fidelidade em relação ao Mestre não se discutia e eram frequentes as denúncias entre familiares como prova de lealdade. Era absolutamente proibido opinar acerca das regras estabelecidas e sequer sugerir o abandono. Jim Jones punia severamente aqueles que o tentavam abandonar. Uma vez, num simulacro de suicídio coletivo, Jim Jones quis testar a lealdade incondicional dos seus seguidores. Para isso, pediu a todos os membros da seita para beberem veneno. Todos beberam e só posteriormente se confirmou que a bebida era inofensiva. Entretanto, de Jonestown chegavam à América notícias dos desvarios do iluminado que incluíam orgias sexuais com crianças. O congressista pela Califórnia Leo Ryan, respondendo às solicitações dos eleitores, disponibilizou-se para ir à Guiana. No dia da visita a Jonestown, após verificar o desejo de alguns dissidentes em regressar aos EUA, percebeu-se que realmente algo de muito grave se passava ali e fez com que Jim os libertasse. Este acedeu, mas quando Leo Ryan e os agora "ex-seguidores" se deslocavam para o avião, foram abatidos a tiro numa emboscada juntamente com dois jornalistas. Depois deste tiroteio, Jim Jones percebeu que o fim da seita estava a chegar, pois o governo dos EUA iria agir em conformidade perante a gravidade da situação. O pastor reuniu o rebanho para o último sermão. Falou dos inimigos preferindo a suposta “honra da morte” à rendição, exigindo que 913 membros da comunidade bebessem cianureto com suco, em um suicídio coletivo. Há registros de áudio e vídeo do evento e muitas pessoas foram forçadas a beber o veneno, incluindo centenas de crianças. E assim morreram cerca de 913 pessoas. Três seguidores, que já havia algum tempo tentavam a fuga, conseguiram nesse mesmo dia fugir para a selva. Mais tarde, os sobreviventes contaram que as mães metiam o veneno na boca das crianças enquanto as famílias esperavam serenamente pelo desenlace. Morreram bebês, crianças, mães, pais, avós… Jim Jones suicidou-se com um tiro para um final de um deus menor.

A Heaven’s Gate (entrada para o céu) foi o nome de uma seita americana liderada por Marshall Applewhite e Bonnie Nettles.

O fim desta seita coincidiu com a aparição do cometa Hale-Bopp em 1997. Applewhite convenceu 38 discípulos a cometerem o suícidio para que as suas almas fossem levadas numa nave espacial que eles acreditavam existir, escondida atrás do cometa e no qual transportava Jesus.

Entendemos porém, que é imprescindível acreditar em alguma coisa, algo superior, acreditando ou não que possa haver cura pelo poder da fé, a esperança sempre deve permanecer no coração de todos que precisam de um consolo, onde podem encontrar refúgio.

A “Santa” Inquisição – Inquisição ou Tribunal da Inquisição (dentre outras denominações) foi um tribunal católico romano utilizado para averiguar heresia, feitiçaria, bigamia, sodomia e apostasia (afastamento da religião). O culpado era muitas vezes acusado por causar uma "crise da fé", pestes, terremotos, doenças e miséria social, o acusado era entregue às autoridades do Estado, que o puniriam, as penas variam desde confisco de bens, perda de liberdade, até a pena de morte (muitas vezes na fogueira, método que se tornou famoso, embora existissem outras formas de aplicar a pena de morte).

A Santa Inquisição teve seu início no ano de 1184, em Verona, com o Papa Lúcio III. Os inquisidores, cidadãos encarregados de investigar e denunciar os hereges, eram doutores em Teologia, Direito Canônico e Civil. Inquisidores e informantes eram muito bem pagos. Todos os que testemunhassem contra uma pessoa supostamente herege, recebiam uma parte de suas propriedades e riquezas, caso a vítima fosse condenada.

As autoridades civis, sob a ameaça de excomunhão em caso de recusa, eram ordenadas a queimar os hereges. Camponeses eram incentivados (ludibriados com a promessa de ascenderem ao reino divino ou através de recompensas financeiras) a cooperarem com os inquisidores. Geralmente as vítimas não conheciam seus acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até crianças. O processo de acusação, julgamento e execução era rápido, sem formalidades, sem direito à defesa. A execução era realizada, geralmente, em praça pública sob os olhos de todos os moradores. Punir publicamente era uma forma de coagir e intimidar a população. A vítima podia ser enforcada, decapitada, ou, na maioria das vezes, queimada.

Gradativamente, contando com o apoio e o interesse das monarquias européias, a carnificina se espalhou por todo o continente europeu. Para que se tenha uma idéia, em Lavaur, em 1211, o governador foi enforcado e a esposa lançada num poço e esmagada com pedras; além de quatrocentas pessoas que foram queimadas vivas. No massacre de Merindol, quinhentas mulheres foram trancadas em um celeiro ao qual atearam fogo. Os julgamentos em Toulouse, na França, em 1335, levaram diversas pessoas à fogueira; setecentos feiticeiros foram queimados em Treves, quinhentos em Bamberg. A noite de 24 de agosto de 1572, que ficou conhecida como "A noite de São Bartolomeu", é considerada "a mais horrível entre as ações inquisidoras de todos os séculos". Com o consentimento do Papa Gregório XIII, foram eliminados cerca de setenta mil pessoas em apenas alguns dias.

No século XVIII chega ao fim as perseguições aos pagãos, sendo que a lei da Inquisição permaneceu em vigor até meados do século XX, mesmo que teoricamente. Na Escócia, a lei foi abolida em 1736, na França em 1772, e na Espanha em 1834. O pesquisador Justine Glass afirma que cerca de nove milhões de pessoas foram acusadas e mortas, entre os séculos que durou a perseguição.

Roberto Carlos Magalhães – Este fato ocorrido em dezembro de 2009 chocou o país, o padrasto do menino de 2 anos inseriu mais de 40 agulhas no corpo da criança, movido por sua fé cega nos rituais de Angelina, uma praticante de magia negra.
Uma fé sadia

Enfim, a fé existe sim e tem poder, nem mesmo a ciência nega. Mas para manifestar essa fé você precisa crer em algo, e isso torna as religiões indispensáveis. No entanto, é preciso se informar das práticas e ações de sua igreja ou seita, não se deve canalizar a fé cegamente em pessoas ou naquele que prega financiando impérios além de sua imaginação, esteja ciente de que nenhum ser humano tem o “poder nas mãos”, o poder de curar vêm de você mesmo. Uma fé saudável deve ser pura e incapaz de machucar o coração de seu semelhante. Se entregue de coração, só assim sua fé será plena e realmente poderá demonstrar esse poder, mas seja atento, em hipótese alguma aposente seus neurônios e deixe se corromper o seu discernimento do bem e do mal. Você concorda? Discorda? Comente abaixo sua opinião, mas lembre-se: “sem exaltações…”.